terça-feira, agosto 07, 2007

O Amor Desperta nossa Consciência

*Entrevista para a Revista Bons Fluídos*

*"O amor desperta nossa consciência"*
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*Texto: Liane Camargo de Almeida Alves*
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Uma nova energia banha o planeta, e uma parcela cada vez maior da
humanidade começa a despertar para uma realidade mais plena e amorosa -
é o
que afirma o pensador holandês Robert Happé em suas palestras. Aqui ele
fala
sobre esse momento especial e nos ensina como se sintonizar à atual
freqüência planetária, baseada no amor.
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Nascido na Holanda e estudioso das religiões ocidentais, o psicólogo e
pensador Robert Happé resolveu estudar por cinco anos na Índia, na
Universidade de Bombaim, onde aprendeu filosofias orientais - budismo,
hinduísmo, taoísmo... Em seguida, experimentou pôr em prática o que
havia
aprendido na teoria - passou três anos nas florestas da Tailândia,
sozinho e
em meditação, e mais um ano nos mosteiros e nas montanhas nevadas do
Tibete.
Era o final da década de 70. De volta ao Ocidente, lecionou na
Inglaterra,
na Escócia, na Irlanda e, depois, já nos anos 80, começou a dar
seminários
em vários países do mundo. Mas foi no Brasil que Robert Happé resolveu
lançar âncoras, em 1992: apaixonou-se pela maneira de ser dos
brasileiros.
"Aqui as pessoas se abrem mais facilmente e são muito amorosas.
Demonstram
seus sentimentos e têm menos medo de entrar em contato com suas
emoções",
reconhece o pensador holandês. Para ele, essa é uma importante
qualidade,
talvez a maior que possa existir nos tempos atuais. "O planeta está
passando
por uma mudança profunda, significativa. Já existem milhões de pessoas
no
mundo vivendo uma realidade mais consciente, mais espiritualizada e
amorosa", avalia. E, segundo ele, essa parcela da humanidade, que ainda
está
longe de ser a maioria, tende a aumentar. "É um momento especial. As
freqüências de energia sutil estão ficando cada vez mais aceleradas e,
portanto, menos densas - está em curso uma mudança planetária total.
Mais e
mais pessoas estão em sintonia com a energia do amor, da solidariedade,
da
compaixão, que são freqüências energéticas de altíssima vibração, muito
aceleradas", afirma. "O amor é a melhor maneira de abandonar nossos
padrões
habituais, baseados no medo, na insegurança e no egoísmo", garante
Happé. É
esse sentimento que nos dá confiança, abertura e liberdade, qualidades
nascidas do sentimento de integração e unidade entre todos os seres. E
cada
medo superado nos prepara para níveis ainda mais elevados de
consciência e
compreensão. "Para isso acontecer, é só deixar o coração nos guiar",
diz
ele, sorrindo.

*BONS FLUIDOS - O senhor estudou filosofias e religiões, tanto
ocidentais
quanto orientais, e acabou por falar cada vez mais do amor e da
necessidade
de elevação da consciência. Não é o que propõem todas as tradições
espirituais? *

ROBERT HAPPÉ - Sim, mas existe uma diferença. As religiões são baseadas
em
crenças, e as crenças divergem de uma religião para outra. Aí começam
os
conflitos. Todos acreditam estar certos, que a sua religião é a
correta, e
isso aumenta a noção de separatividade em relação ao outro. A realidade
é
que as crenças podem ser diferentes, mas as pessoas não. Todos precisam
amar
e ser amados. Essa verdade está gravada no coração do ser humano. Essa
é a
essência dos ensinamentos espirituais dos grandes mestres, como Cristo
e
Buda. Porém essa verdade é perdida quando as religiões se organizam em
sistemas de crenças. Passamos a tentar encontrar a realidade fora e não
mais
dentro de nós.

*BF - Esquecemos das antigas lições dos mestres, que nos convidam a nos
conectar com o amor. *

RH - Somos seres espirituais que vieram a este mundo para aprender a
nos
amar, a nos conectar uns com os outros e a compartilhar. Com o amor,
podemos
experimentar níveis mais altos de consciência, níveis mais apurados de
compreensão. Mas não conseguimos fazer isso porque um acredita numa
coisa e
outro acredita em outra - estamos separados pelas crenças religiosas e
culturais. Não conseguimos integrar a amorosidade unificadora do
coração
porque nossa cabeça não deixa - ela nos diz que estamos
irremediavelmente
separados por nossas crenças e religiões.

*BF - E a maioria das guerras no planeta começa por aí...*

RH - Temos muito medo uns dos outros, pavor do poder que o outro pode
adquirir. Nos sentimos ameaçados, sempre. Temos de nos defender das
pessoas
que não acreditam nas mesma coisa que nós! Assim, ficamos ilhados,
imobilizados em nossa insegurança. Se uma pessoa tem muito medo, é
porque
está longe do amor e do seu coração. Exatamente o que esses grandes
mestres
espirituais não queriam.

*BF - Essa situação vai continuar sempre assim? *

RH - O momento espiritual em que vivemos é muito especial. É a hora da
transformação de nossos medos - que nascem da noção de separação - em
amor e
desejo de unificação. Essa mudança de paradigma, de referência, é de
ordem
planetária e cósmica. A Terra, nosso querido planeta, também é um ser
vivo
que está se modificando. Ela, como a humanidade, está evoluindo. Isso
significa que as freqüências energéticas mais sutis estão mais
aceleradas. E
isso também está acontecendo conosco.

*BF - Mesmo num mundo que assistiu o 11 de setembro e a queda das
torres
gêmeas em Nova York? *

RH - Sim. A queda das torres foi uma apunhalada no centro econômico do
planeta. O planeta foi ferido, assim como o coração de toda a
humanidade foi
ferido. Mas aquele evento nos revelou, com muita contundência, a
desigualdade econômica em que vive a maior parte do planeta. O que se
seguiu
foi um repensar de muitas atitudes.

*BF - Mas ainda continuamos com muito medo. Nossos olhos vêem um mundo
agressivo, violento. *

RH - Apesar de ter um corpo físico, na verdade somos seres de pura
energia.
Se estivermos vibrando na freqüência do medo e da violência, estaremos
sintonizando o medo e a violência - energia atrai energia. Se temos
raiva,
mesmo reprimida, atrairemos situações violentas e agressivas. Se nos
sentimos inseguros, viveremos situações que nos causam angústia e
apreensão.
Isso nos torna co-participantes de nossa própria realidade -- somos
co-criadores de nosso destino. Saber isso é muito, muito importante.
Compreender essa realidade nos conscientiza da importância de sentir
amor,
compaixão e generosidade. Essa atitude irá se refletir em nossa vida.

*BF - Mas continuamos a trancar nossas portas... *

RH - Estamos ainda no início de um processo planetário. A primeira
providência é derrubar nossas próprias paredes internas. Nosso coração
está
cercado de tijolos. Cada medo, mágoa, preocupação ou angústia é um
tijolo
com que emparedamos nosso coração. O primeiro passo é ir retirar esses
tijolos, um a um. Cada tristeza ou medo superado significa que deixamos
entrar mais luz no coração e que podemos escutá-lo com mais facilidade.
É
assim que evoluímos espiritualmente - destruindo a muralha que
construímos
em volta do coração.

*BF - E como se faz isso? *

RH - Com coragem e confiança. Por exemplo, experimentando amar sem ser
amado. O amor é incondicional. O sentimento que a maioria dos casais
vive
não é amor, é troca de interesses. Isso acontece quando estamos
centrados no
ego. Temos medo de amar. Fazer meditação nos ajuda a ver como os medos
são
ilusórios. Com ela, fica mais fácil quebrar as muralhas que impedem uma
relação mais íntima. Perdemos o medo de abraçar de verdade, de dar uma
flor
quando o coração pede. É tão simples que chega a ser embaraçoso. Amar é
simplesmente amar, é dar sem querer receber algo em troca. Esse tipo de
amor
existe dentro de nós, ele nos é inerente. Despertar nesse plano
espiritual é
tornar-se consciente de sua presença e expressá-la na vida. Iluminar-se
significa vibrar numa consciência mais amorosa, plena, que inclui o
cuidado
com todos os seres.

*BF - E essa nova consciência se manisfesta em todos os níveis? *

RH - Sim. Você passa a viver mais conscientemente. Presta mais atenção
nas
palavras que usa para falar, escolhe com mais cuidado o que vai comer.
Você
se preocupa, por exemplo, se o produto que comprou foi feito com
mão-de-obra
infantil ou se a tinta da parede é tóxica. O que você pensa passa a ter
importância, como você arruma o lugar onde mora passa a ter
importância. A
consciência está presente em cada uma de suas atitudes. Esse é o novo
paradigma da humanidade. Sermos mais conscientes e amorosos é o nosso
grande
desafio.


*Texto:* Liane Camargo de Almeida Alves
** ***http://bonsfluidos.abril.uol.com.br/edicoes/0036/perfil/a.shtml*

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