quinta-feira, julho 09, 2009

O QUE SÂO OS ORIXÁS

ORIXÃ


Na mitologia yoruba, Olorun é o deus supremo do povo yoruba, que criou as divindades chamadas orixás (em yoruba Òrìsà; em espanhol Oricha; em inglês Orisha) para representar todos os seus domínios aqui na terra. Os orixás, que não são considerados deuses, são cultuados no Brasil, Cuba, República Dominicana, Porto Rico, Jamaica, Guiana, Trinidad e Tobago, Estados Unidos, México e Venezuela.
Na mitologia há menção de 600 orixás primários, divididos em duas classes, os 400 dos Irun Imole e os 200 Igbá Imole, sendo os primeiros do Orun ("céu") e os segundos da Aiye ("Terra").
Estão divididos em orixás da classe dos Irun Imole, e dos Ebora da classe dos Igbá Imole, e destes surgem os orixás Funfun (brancos, que vestem branco, como Oxalá e Orunmilá), e os orixás Dudu (pretos, que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô).

EXU

Èsù é um Orixá africano, também conhecido como: Exu, Esu, Eshu, Bara, Ibarabo,Legbá, Elegbara, Eleggua, Akésan, Igèlù, Yangí, Ònan, Lállú, Tiriri, Ijèlú,. Algumas cidades onde se cultua o Exu são: Ondo, Ilesa, Ijebu, Abeokuta, Ekiti, Lagos.
Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun e o Aiye, mundo material e espiritual, seja plenamente realizada.
Na África na época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma como é representado no culto africano, um falo humano ereto, simbolizando a fertilidade.
Por ser provocador, indecente, astucioso e sensual é comumente confundido com a figura de Satanás, o que é um absurdo dentro da construção teológica yorubá, posto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado uma personificação do Mal.Mesmo porque nesta religião não existem diabos ou mesmo entidades encarregadas única e exclusivamente por coisas ruins como fazem as religiões cristãs, estas pregam que tudo o que acontece de errado é culpa de um único ser que foi expulso, pelo contrário na mitologia yoruba, bem como no candomblé cada uma das entidades (Orixás) tem sua porção positiva e negativa assim como nós mesmos.
De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades àquelas pessoas que estão em falta com ele. No entanto, como tudo no universo, possui de um modo geral dois lados, ou seja: positivo e negativo. Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.
Conta-se na Nigéria que Exu teria sido um dos companheiros de Oduduà quando da sua chegada a Ifé e chamava-se Èsù Obasin. Mais tarde, tornou-se um dos assistentes de Orunmilá e ainda Rei de Ketu, sob o nome de Èsù Alákétú.
A palavra elegbara significa “aquele que é possuidor do poder (agbará)” e está ligado à figura de Exu.
Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é o cargo denominado de Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma missão", pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades do mercado do rei.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem.
Os yorubás cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangi, ou fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças onde ele, Exu, carrega diversos pós de elementais da terra utilizados de forma bem precisa, em seus trabalhos.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”. E assim é Exu, o orixá que faz: O erro virar acerto e o acerto virar erro.
Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, através de uma artimanha, conseguiu ser o Rei da região, tornando-se um dos Reis de Ketu. Sendo que as comunidades dessa nação no Brasil, o reverenciam também com este nome.
Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas atividades. Atividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele atuará. Ali estão depositados como elemento de força diante dos pedidos.

1 Brasil
2 Cuba
3 Haiti
4 Referências
5 Leitura adicional

Brasil

Exu
No Brasil, no candomblé, Exu é um dos mais importantes Orixás e sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas, as rezas, é saudado antes de todos os Orixás, antes de qualquer cerimônia ou evento. O Exu Orixá não incorpora em ninguém para dar consultas como fazem os Exus de Umbanda, eles são assentados na entrada das casas de candomblé como guardiões, e em toda casa de candomblé tem um quarto para Exu, sempre separado dos outros Orixás, onde ficam todos os assentamentos dos exus da casa e dos filhos de santo que tenham exu assentado.
É astucioso, vaidoso, culto e dono de grande sabedoria, grande conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos daí a assimilação com o diabo pelos primeiros missionários que, assustados, dele fizeram o símbolo da maldade e do ódio. Porém " ... nem completamente mau, nem completamente bom ... ", na visão de Pierre Verger no texto de sua autoria "Iniciação" - contido no documentário "Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia", Exu reage favoravelmente quando tratado convenientemente, identificado no jogo do merindilogun pelo odu okaran.
Exu recebe diversos nomes, de acordo com a função que exerce ou com suas qualidades: Elegbá ou Elegbará, Bará ou Ibará, Alaketu, Agbô, Odara, Akessan, Lalu, Ijelu (aquele que rege o nascimento e o crescimento de tudo o que existe), Ibarabo, Yangi, Baraketu (guardião das porteiras), Lonan (guardião dos caminhos), Ian (reverenciado na cerimônia do padê).
A segunda-feira é o dia da semana consagrado a Exu. Suas cores são o vermelho e o preto; seu símbolo é o ogó (bastão com cabaças que representa o falo); suas contas e cores são o preto e o vermelho; as oferendas são bodes e galos, pretos de preferência, e aguardente, acompanhado de comidas feitas no azeite de dendê. Aconselha-se nunca lhe oferecer certo tipo de azeite, o Adí, por ser extraído do caroço e não da polpa do dendê e portar a violência e a cólera. Sua saudação é "Larôye!" que significa o bem falante e comunicador.

Sacrifício para Exu
Na nação de angola ou candomblé de Angola Exu recebe o nome de Aluvaiá, Bombo Njila, Pambu Njila, e Legbá, no Candomblé Jeje.
Não deve ser confundido com a entidade Exu de Umbanda.
Exu na Umbanda
Exu na Quimbanda
Bará no Batuque
Exu no Xambá

Cuba
Em Cuba é chamado de Elegua ou Elegguá ou Eleggua é uma das deidades da religião yorùbá. Na Santeria é sincretizado com o Santo Niño de Atocha ou com Santo Antônio de Pádua. É o porteiro de todos os caminhos, da montanha e da savana, é o primero dos quatro guerreiros junto a Oggun, Osun e Oshosi. Tem 201 caminhos e suas cores são o vermelho e o preto.

Haiti
No Vodu haitiano é chamado de Papa Legba.

Referências
African intellectual heritage Por Molefi K. Asante, Abu Shardow Abarry Publicado por Temple University Press, 1996 ISBN 1566394031
Notas sobre o culto aos orixás e voduns na Bahia de Todos os Santos e na antiga costa dos escravos na África Por Pierre Verger Publicado por EdUSP, 1999 ISBN 8531404754
Africa Por Phyllis Martin, Patrick O'Meara Publicado por Indiana University Press, 1995 ISBN 0253209846
Eleggua-Eshu em Cuba

Leitura adicional
Para maior conhecimento sobre esta divindade, recomendam-se os livros:
BASTIDE, Roger. O candomblé da Bahia - rito nagô. SP: Companhia das Letras.
BENISTE, José. As águas de Oxalá. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
BENISTE, José. Orun-Aiye. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás. Salvador: Corrupio.


OGUM


Ogum (em yoruba: Ògún) é, na mitologia yoruba, o orixá ferreiro[1], senhor dos metais. O próprio Ogum forjava suas ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura, e para a guerra. Na África seu culto é restrito aos homens, e existiam templos em Ondo, Ekiti e Oyo. Era o filho mais velho de Oduduwa, o fundador de Ifé, identificado no jogo do merindilogun pelos odu etaogunda, odi e obeogunda, representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba ogun.
Ogum é considerado o primeiro dos orixás a descer do Orun (o u), para o Aiye (a Terra), após a criação, um dos semideuses visando uma futura vida humana. Em comemoração a tal acontecimento, um de seus vários nomes é Oriki ou Osin Imole, que significa o "primeiro orixá a vir para a Terra".
Ogum foi provavelmente a primeira divindade cultuada pelos povos yorubá da África Ocidental. Acredita-se que ele tenha wo ile sun, que significa "afundar na terra e não morrer", em um lugar chamado 'Ire-Ekiti'.
É também chamado por Ògún, Ogoun, Gu, Ogou, Ogun e Oggún. Sua primeira aparição na mitologia foi como um caçador chamado Tobe Ode
1 Família
1.1 O guerreiro
2 Aspecto
2.1 Oferendas e danças
3 Diferentes mitologias
3.1 Brasil
3.2 Cuba
3.3 Haiti
3.4 Outras características
4 Ver também
5 Referências
6 Bibliografia
7 Ligações externas

Família

Assentamento de Ogum candomblé.
É filho de Oduduwa e Yembo, irmão de Xangô, Oxossi, Oxun e Eleggua. Ogum é o filho mais velho de Odudua, o herói civilizador que fundou a cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se seu regente em Ifé.
Ogum é um orixá importantíssimo na África e no Brasil. Sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imolé.
Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.
Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, , enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza.

O guerreiro
Era um guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Tem semelhança com o vodum Gu.

Aspecto

Dança a Ogum.
Na Santeria Ogum é dono dos montes junto com Oshosi e dos caminhos junto com Eleggua. Representa o solitário hostil que vaga pelos caminhos. É um dos quatro Orishas guerreiros. Suas cores são o verde e preto.
No Candomblé Ogum é o Orixá ferreiro dono de todos os caminhos e encruzilhadas junto com seu irmão Exu, também é tido como irmão de Oxossi e uma ligação muito forte com Oxaguian de quem é inseparável, aparece como o Senhor das guerras e demandas, suas cores são Azul cobalto e o verde e na Umbanda sua cor é o vermelho.

Oferendas e danças
Sacrificam-se bodes, galos, galinhas-de-angola (macho), pombos, e patos. É importante fazer um sacrifício quando se tenha recebido algo do grande orixá, após ter prometido ou na Feitura de santo, (Iniciação). Todos os orixás masculinos (agboros) recebem sacrifícios de animais machos.

Diferentes mitologias

Ogun - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Ogum no Haiti (é um vodun haitiano, um loa) do fogo, do ferro, da caça, da política e da guerra. É o patrono dos guerreiros, e normalmente é mostrado com seus artefatos: facão e espada, rum e tabaco. Ogum é um dos maridos de Erzulie e foi marido de Oyá e Oshún na mitologia yorubá.
Tradicionalmente um guerreiro, Ogum é visto como uma poderosa divindade dos trabalhos em metal, semelhante à Ares e Hefesto na mitologia grega e Visvakarma na mitologia hindu. É representado, no Brasil, como o Jorge; como tal, é poderoso e triunfal, mas também exibe a raiva e destrutividade do guerreiro cuja força e violência pode virar contra a comunidade que ele serve.
Dá força através da profecia e magia, e é procurado para ajudar as pessoas a obter mais um governo que dê resposta às suas necessidades.

Brasil
Ver artigo principal: Candomblé
Na tradição religiosa afro-brasileira Candomblé, Ogum (como é conhecida essa divindade yorubá no idioma português) é frequentemente identificado com São Jorge. Isto acontece, por exemplo, no estado do Rio Grande do Sul. No entanto, Ogum também pode ser representado por São Sebastião, como frequentemente é feito na região nordeste do Brasil, por exemplo, na Bahia. Oficialmente, São Sebastião é o padroeiro da cidade do Rio de Janeiro.


Qualidades de Ogum
Ògúnjà
SoróKè
Wari
Lakàiye
Méjèje
Oròminan
Olode
Onírè
Alágbède
Méjè

Sete folhas mais utilizada para Ogum
Iji opé
Ida orixá
Atoribé
Okiká
Ojusaju
Peregun
Ewurô

Características
Dia: terça-feira;
Metal: ferro;
Cor: azul marinho ou azul escuro e/ou verde;
Comida: feijoada e inhame;
Arquétipo: impetuosos, autoritários, cautelosos, trabalhadores, desconfiados e um pouco egoístas;
Símbolos: espada, facão, corrente de ferro.

Cuba
Em Cuba, na santeria e na Palo Mayombe, ele é chamado de São Pedro, São Paulo, São João Batista, São Miguel Arcanjo e São Rafael Arcanjo.
Dentro dessas crenças, Ogum é dono dos montes junto com Oshosi e dos caminhos junto com Eleggua. Representa o solitário hostil que vaga pelos caminhos. É um dos quatro orixás guerreiros. Suas cores são o verde e o preto. Ogum é considerado o Orisha dos ferreiros, das guerras, da tecnologia é violento e interessante.
Na mitologia Fon, Gu é o deus da guerra e patrono da deidade Smiths e dos artesãos. Ele foi enviado à Terra para torná-la um local agradável para as pessoas viverem, e ele ainda não terminou sua tarefa.

Haiti
No Haiti, Ogum é loa cultuado no vodun haitiano.

Símbolo Vodun de Ogum
A maioria dos africanos que foram levados como escravos para o Haiti eram da Costa da Guiné da África ocidental, e seus descendentes são os primeiros praticantes de vodou (aqueles africanos trazidos ao sul dos Estados Unidos, eram primeiramente do reino de Congo). A sobrevivência do sistema da crenças no novo mundo é notável, embora as tradições mudem com o tempo. Uma das maiores diferenças, entretanto, entre o vodun africano e o Haitiano é que os africanos transplantados do Haiti foram obrigados a disfarçar o seu lwa, ou espíritos, como santos católicos romanos, neste país, com Santiago el Mayor, num processo chamado sincretismo.

Outras características
Em todas as suas encarnações, segundo as diferentes crenças, Ogum é impetuoso e de espírito marcial. Ele pode ser muito identificado com do sexo masculino (Shangô) ou feminino, além de poder possuir características homossexuais para alguns grupos, segundo o antropólogo Luiz Mott. Ele também está relacionado com o sangue e, por esse motivo, muitas vezes é chamado para curar doenças sangüíneas.
No culto dos orixás, ele aparece com outras identidades, tais como Ogum Akirum, Ogum Alagbede, Ogum Alara, Ogum Elemona, Ogum Ikole, Ogun Meji, Ogum Oloola, Ogum Onigbajamo, Ogum Onire, Ogun-un e Onile, sendo este último uma encarnação feminina.
Seus "filhos" aqui na Terra são pessoas fortes, que lutam na vida, são pessoas guerreiras que não descansam por nada, sempre ativas, combatem tudo. São verdadeiros peões. São pessoas corajosas, sem medo de se arriscar. São sérias e perseverantes. Tendência aos extremos: ou defende a polícia, ou foge dela.


OXÓSSI

Assentos de Oxóssi e Ossain no Candomblé.
Oxóssi, do iorubá Òsóòsì, é um orixá da caça e da fartura, identificado no jogo do merindilogun pelo odu obará e representado nos terreiros de candomblé pelo igba oxóssi.

Índice
1 África
2 Brasil
3 Qualidade de Oxóssi
3.1 Sincretismo
4 Cuba
5 Haiti
6 Ver também
7 Ligações externas

África
Pierre Verger, em seu livro Orixás, diz que o culto de Oxóssi foi praticamente extinto na região de Ketu, na Iorubalândia, uma vez que a maioria de seus sacerdotes foram escravizados, tendo sido enviados à força para o Novo Mundo ou mortos.
Aqueles que permaneceram em Ketu deixaram de cultuá-lo por não se lembrarem mais como realizar os ritos apropriados ou por passarem a cultuar outras divindades.

Brasil

Ibualama, Inlè ou Erinlè - escultura de Carybé em madeira (Museu Afro-Brasileiro, Salvador (Bahia), Brasil.
Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Oxóssi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Oxóssi se transformou, no Brasil, num dos orixás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.
Seu habitat é a floresta, sendo simbolizado pela cor verde, na umbanda e recebendo a cor azul clara no candomblé, mas podendo usar, também, a cor prateada nesse último. Sendo assim, roupas, guias e contas costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas, no caso de Oxóssi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes.
Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado com o epíteto "o caçador de uma flecha só", pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo tamanha a precisão. Conta a lenda que um pássaro maligno ameaçava a aldeia e Oxossi era caçador, como outros. Ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia. Daí o epíteto "o caçador de uma flecha só".
Come tudo quanto é caça e o dia a ele consagrado é quinta-feira.
No Brasil, Ibualama, Inlè ou Erinlè é uma qualidade de Oxóssi, marido de Oxum Ipondá e pai de Logunedé. Como os demais Oxóssis é caçador, rei de Ketu e usa ofá (arco e flecha), mas se veste de couro, com chapéu e chicote.
Um Oxóssi azul, Otin, usa capanga e lança. Vive no mato a caçar. Come toda espécie de caça, mas gosta muito de búfalo.
A curiosidade e a observação são características das pessoas consideradas filhas de Oxóssi, orixá também da alegria, da expansão, que gosta de agir à noite, como os caçadores. São faladores, ágeis e de raciocínio muito rápido.
Oxóssi é o arquétipo daquele que busca ultrapassar seus limites, expandir seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo "de fora", a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas. O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local. Assim, Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Enquanto cabe a Ogum a transformação deste conhecimento em técnica.
Apesar de ser possível fazer preces e oferendas a Oxóssi para os mais diversas facetas da vida, pelas características de expansão e fartura desse orixá, os fiéis costumam solicitar o seu auxílio para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Afinal, a busca pelo pão-de-cada dia, a alimentação da tribo costumeiramente cabe aos caçadores.
Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material.

Qualidade de Oxóssi

Òdé
Otin
Òdéarólé
Akeran
Ajayipapo
Danadana
Apáòka
Inlè
Irinlè
Ibualama
Isambu
Karele

Sete folhas mais usadas para Oxóssi
Ewê odé
Akoko
Odé akoxu
Etítáré
Iteté
Igbá ajá
Bujê

Sincretismo
No Rio de Janeiro, é sincretizado com São Sebastião, patrono da capital carioca e, na Bahia, com São Jorge.
Em Salvador, no dia de Corpus Christi é realizada uma missa, chamada de Missa de Oxossi com a participação das Iyalorixás do Candomblé da Casa Branca do Engenho Velho.

Cuba
Ochosi (ou Oshosi) é um orisha da Santeria cubana. Rapresenta o caçador infalível.
Oshosi é uma das deidades da religião yorùbá. Na santería sincretizado com São Alberto Magno e São Norberto, particularmente, em Santiago de Cuba, é "Santiago Arcanjo".
Resumo
Oshosi é o Orisha caçador e protetor dos que têm problemas com a justiça.
O Orisha
É considerado mago ou bruxo. Faz parte dos Orishas guerreiros. Suas cores são o azul e o coral.
Familia
Filho de Obbatala e Yembó. Irmão de Shango, Oggun, Eleggua. Esposo de Oshun com quem teve o filho Logun Ede.
Oferendas e danças
Sacrificam-se pombas, cabritos, galos, codornas, frangos, veados, galinha de angola, cutias, etc.

Haiti
No Haiti as religiões predominantes são o Vodou haitiano e o Catolicismo.

LOGUNEDÉ

Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é um orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Ibualama, do iorubá Ibùalámo. Segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum. É cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Ketu e Efan, sendo o seu culto muito difundido no Rio de Janeiro.

Logunedé - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
No entanto, existem outras versões acerca de sua filiação. Se na maioria dos mitos, Logunedé surge como filho de Oxum e Oxóssi, em outros, um pouco mais raros, aparece como filho de Ogun e Iansã. Há, ainda, histórias que contam a lenda de Logunedé como filho desses quatro Orixás, apresentando-o como nada mais, nada menos que uma representação dos Orixás Gêmeos, Ibeji.
Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi que se fundem e se mesclam como mistério da criação, trata-se de um orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão de Oxóssi. Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento.
Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas vezes o leva a ser representado como uma criança, um menino pequeno ou adolescente, formando mais uma tríade sagrada na História das religiões. Com Logunedé, completa-se o triângulo iorubá pai, mãe e filho que também se repete nas trilogias católica (Pai, Mãe e Espírito Santo), egípcia (Ísis, Osíris e Hórus), hindu e tantas outras.
Como criança, Logunedé se liga ao lírio, símbolo de pureza e inocência, sendo o lírio da paz uma de suas folhas sagradas. Em um de seus mitos, ele é encontrado por Iansã Onira sobre um lírio. Ela o adota e passa a ser sua companheira inseparável, tanto que na feitura dos filhos de Logunedé no candomblé Iansã Onira costuma se apresentar como seu adjuntó.
Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino, sendo a androginia um traço do sagrado também em outras religiões, o que ocorre especialmente no cristianismo e no judaísmo com os anjos.
Mas se, em várias tradições, ele é considerado um orixá masculino, em algumas é confundido com a homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao pé da letra o mito que afirma viver Logunedé seis meses como homem e seis meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita seria que essa se trata de uma metáfora para falar dos axés herdados por ele de seus pais, Oxum e Oxóssi.
Após ser abandonado e viver com Ogum, aprende com ele as artes da guerra e da metalurgia. É coroado por Iansã como o príncipe dos Orixás. É amigo íntimo de Yewá, seriam eles os Orixás que se complementam, considerados o par perfeito.
Num mito raro, Logunedé se perde no caminho entre as casas de Oxum e Oxóssi, é encontrado pelo velho Omolu que o ampara e protege. Com Omolu, Logunedé aprende a arte da cura e a feitiçaria. O seu primeiro nome, Logun, no Brasil se mesclou ao segundo, Edé, nome da cidade iorubá na qual o seu culto se fortaleceu, formando Logunedé. Logun pode ser uma abreviatura de Ologun que, em iorubá, quer dizer feiticeiro.
Então, feiticeiro, caçador, pescador, príncipe guerreiro, esses são alguns títulos, alguns epítetos dados à Logunedé. Para Mãe Menininha do Gantois, "Logun é santo menino que velho respeita".
Costuma ser cultuado no candomblé, mas não na umbanda.

XANGÔ
África
Shango ou Sango, é Orixá, de origem Yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará, ejilaxebora e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba xango.
Pierre Verger dá como resultado de suas pesquisas que: Shango ou Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.
Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian.
Shango, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.
Shango orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô.
Sacerdote de Sango - Magba
Sacerdotisa de Sango - Iya Magba
Atabaque de Sango - Ilu bata
Toque favorito - Alujá
Fruto favorito - Orogbo
Bichos - Akunko, Agutan, Ajapá
Comida - Amalá
A característica do orixá do trovão é dada para a divindade Ayrà na cidade de Savé na região Mahi, região situada no Benin, antigo Dahomé, para Oramfé na cidade de Ifé na região Ijexá e para Xangô na cidade de Oyo na região Yorubá, regiões situadas na Nigéria.

Brasil

Xangô - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Xangô foi o quarto rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são os raios e os trovões. Filho de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e O. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. É tido como um Orixá poderoso das religiões afro-brasileiras.
Enquanto Oxossi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá. Orixá do raio e do trovão, dono do fogo, foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, sendo ele um dos Orixás que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Iku e Egun, o vermelho que lhe pertence.[carece de fontes?]Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.
Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela, sendo que o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representa a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessários. Tem também uma forte ligação com Oxumaré, considerando ele como seu fiel escudeiro.
Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades. Vale salientar, que muitos seguem cegamente as ditas qualidades de Xangô da Bahia, e não é bem assim por exemplo Airá é um outro Orixá que não se dá com Xangô[carece de fontes?].Reza a lenda que Ayra era muito proximo de Xango, e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xango foi erroneamente confundido com um ladrão e teve suas pernas quebradas e preso, uma vez Xango percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão e limpassem Oxalufã, e dessem vestimentas condizentes a grandiosidade de Oxalufã, porém Oxalufã estava viajando e teria ainda outros lugares para ir, porem por ser muito velho e agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção havia sido afetada, fazendo que Oxalufã andasse curvado e muito vagarosamente. Xango então mandou que Ayrá levasse Oxalufã nas costas até a proxima cidade. Ayrá percebendo ali a sua grande chance, durante o caminho se voltou contra Xango, falando a Oxalufã que Xango sabia que ele estava preso e acabou por ganhar a confiança de Oxalufã, que o tomou para si, razão pela qual Ayrá usa branco, mas nao é um fum-fum. Xango que nao suporta traições se irritou com a atitude de Ayrá cortando relações e por essa razão eles não são cultuados da mesma forma, apesar de no Brasil Ayrá ser feito junto com Xango, porque realmente nao há problemas desde que suas coisas estejam certas, porem na africa Ayrá é feito separadamente como um Orixá, com suas qualidades e pompas. As qualidades de Xangô são essas:[carece de fontes?]
Obá Afonjá - Àfonjá, o Bale (governante) da cidade de Ìlorin. Àfonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército provincial do império. Àfonjá descendia, por parte de mãe, de uma das famílias reais de Oyo.
Obá kosso - Nesse momento, Xangô, casa-se com Obá e funda a cidade de Kosso, nos arredores de Oyò, tornando-se seu Rei.
Obá Lubê - Nesse momento, Xangô, destrona seu irmão Dadà Ajakà, e assume o trono de Oyò. Época de grande expansão do império de Oyò.
Obá Irù ou Barù - Nesse momento, Xangô chega ao apogeu do império, cria o culto de Egungun, grande expansão, é o senhor absoluto dos raios e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destruir a capital do Reino com os raios numa crise de cólera, e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra da mesma forma que Ogun, daí o nome Obà Irù "Rei sepultado".
Obá Ajakà - Também intitulado Bayaniym," O pai me escolheu ", que faz referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
Obá Arainã - Personificação do fogo.
Obá Aganjù - Ele representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.
Obá Orungã - Filho de Aganjù com Yemanjà, violentou a própria mãe quando Aganjù não estava, este Orixá é o senhor do Sol.
Obá Ogodô - Tio de Xangô, por parte materna, rege os trovões os tremores de terra.
Obá Jakutà ou Djakutà - Esse Orixá, é a representação da justiça de Olorun, miticamente Xangô foi iniciado para este Orixá, é muito explosivo e justiceiro.
Obá Oraniã - Pai de Xangô, foi ele quem fundou o reino de Oyò, em muitas lendas, ele é o criador do mundo, é um guerreiro muito poderoso.
Olookê - Orixá dono das montanha, em algumas lendas é um dos filho de Oraniã, foi casado com Yemanjá.
Xangô na Umbanda
Xangô no Batuque
Xangô no Xambá
Saudação: Kawó-Kabiesilé Saudação é a forma com que os Orixas são reverenciados;
Cores: Vermelho e Branco ou Marrom e Branco ou somente Marrom ou vermelho.As cores representam os Orixas, e podem variar segundo a linha religiosa;
Dia da Semana: Quarta-Feira;
Elementos: Fogo, vulcões, trovões, raios, criador do Culto de Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas;
Ferramenta: Oxê, machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal;
Pedra: Meteorito;
Domínios: Justiça, Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras;
Oferendas: Amalá, cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrário dos demais Orixás;
Dança: Alujá, a roda de Xangô. São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá.
Cultura afro-brasileira
Sincretizado com São Jerônimo, devido a presença das formações rochosas, de um livro e do Leão (animal de forte associação com o orixá). Pode ainda vir sincretizado com São Judas Tadeu (devido a presença do machado, e do livro) e com São João Batista devido a semelhança de personalidade com o orixá. São João é comemorado com fogueiras, festas, está sempre com um carneiro...assim como o Orixá Xangô. Em Cuba, Xangô sincretiza-se com Santa Bárbara...mas aqui no Brasil Santa Bárbara representa Iansã.
Os livros representam Xangô porque este orixá está ligado as questões da razão, do conhecimento e do intelecto. Bem como a Justiça e o Direito.
Animais associados a Xangô são: Tartaruga, Carneiro, Leão.

Escultura de Xango Casa Branca.

Cuba
Changó (em português, Xangô) é uma das deidades da religião yorubá. Na Santeria sincretiza com Santa Bárbara.
Resumo
Changó é um dos mais populares Orishas do panteão Yoruba. É considerado Orisha dos trovões, dos raios, da justiça, da virilidade, da dança e do fogo. Foi em seu tempo um rei tirano, guerreiro e bruxo, quem por equívoco destruiu sua casa e a sua esposa e filhos e logo se converteu em Orisha.
Orisha da justiça, da dança, da força viril, dos trovões, dos raios e do fogo, dono dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés, da festa e da música; representa a necessidade e a alegria de viver, a intensidade da vida, a beleza masculina, a paxão, a inteligência e as riquezas
O Orisha
Changó é chamado Yakutá (o lançador de pedras) e Obakosso (rei de Kosso). Foi o quarto Rey de Oyo e também o primeiro awó, trocou o ashe (axé) da adivinhação com Orunmila pelo da dança, é dono também dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés.
Família
Foi esposo de Obbá, Oyá y Oshún. Foi filho de Obbatala e Aggayu Solá, mas em outros caminhos se registra como de Obbatalá Ibaíbo e Yembó ou de Obbatalá e Oddua, mas em todos os caminhos considera-se criado por Yemaya e Dadá. Irmão do último, Oggun, Osun, Eleggua e Oshosi
Oferendas
As oferendas a Changó incluem amalá, feito a base de farinha de milho, leite e quimbombó (quiabo), bananas verdes, banana indio, otí (água ardente), vinho tinto, milho tostado, cevada, alpiste, etc. Imola-se carneiros, galos, codornas, tartarugas, galinha de guiné, pombas, etc
Pataki (Itan) de Changó
Furioso com os seus descendentes ao saber que Oggún havia querido ter relações com sua própria mãe, Obatalá ordenou executar a todos os varões. Quando nasceu Changó, Elegguá (seu irmão) levou-o escondido para sua irmã mais velha, Dadá, para que o criasse. Em pouco tempo nasceu Orula, o outro irmão, Elegguá, também temeroso da ira de Obatalá, o enterrou ao pé de uma árvore e lhe levava comida todos os dias. O tempo passou e um belo día Obatalá caiu enfermo. Elegguá buscou rápido a Changó para que o curasse. Logo que o grande médico Changó curou seu pai, Elegguá aproveitou a ocasião para implorar de Obatalá o perdão de Orula. Obatalá cedeu e concedeu o perdão. Changó cheio de alegria cortou a árvore e dela entalhou um belo tabuleiro e junto com ele, deu a seu irmão Orunmila o dom da adivinhação. Desde então Orunmila diz: “Maferefum (benção) Elegguá, maferefum Changó, Elegbara”. Também pela mesma razão a ékuele (moeda usada na Guiné Equatorial) de Orunmila leva na soldadura um fragmento do colar de Changó (branco e vermelho) por uma ponta. Desde então Orunmila é o adivinhador do futuro como interprete do oráculo de Ifá, dono do tabuleiro e conselheiro dos homens.

Referências
Cantiga de Xangô 14-Oba Sarewa
Reginaldo Prandi - Mitologia dos Orixás. Companhia das Letras.
Gisele Cossard - Awô, O mistério dos Orixás. Editora Pallas.
Ligações externas
Em Português:
Sango
Orixás
Candomblé no Brasil
IIê-Ifé: O Berço Religioso dos Yorubas,de Odùduwà a Sàngó
Todo sobre Changó Yoruba em Cuba
Shango
Atribuições, características e cozinha ritualística para o Orixá Xangô

AYARÀ


Acento de Ayrá e Oxalufancandomblé.
Ayrà ou Xangô Airá, (como é cultuado em candomblés no Brasil) normalmente confundido com Xangô, na verdade é um orixá próprio, que pertence à família de Xangô em Oyó, Nigéria, identificado no jogo do merindilogun pelos odu ejilaxebora e ofun. Este orixá veste-se de branco, tem profundas ligações com Oxalá, e é o grande homenageado durante a festa do fogo (Isire Ina Ayra) que, no Brasil, comemora-se em 29 de junho.
Airá não usa coroa, mas um eketé branco. Suas comidas votivas não são temperadas com dendê, e sim com banha de ori africana. Come quiabos, assim como Xangô e toda a sua família, numa oferenda chamadaajebo.
Segundo os mitos, Oxalá permaneceu injustamente preso durante sete anos no reino de seu filho, Xangô, sem que este soubesse do fato. Grandes calamidades ocorreram em todo o reino devido a essa injustiça e quando Xangô finalmente descobriu o que havia acontecido com o próprio pai, resgatou-o da prisão e ordenou que fossem organizadas grandes festas em todo o reino, em sua homenagem. A festividade conhecida hoje como Águas de Oxalá remonta a esse acontecimento.
No entanto, Oxalá estava muito alquebrado, ferido e entristecido. Apesar de toda a atenção que recebeu, a única coisa que desejava era retornar ao seu próprio reino, em Ifé, onde Yemanjá, sua esposa, o aguardava. Xangô não podia acompanhá-lo pois precisava colocar em ordem o próprio reino e pediu a Airá que fizesse isso em seu lugar.
Foi assim que Airá tornou-se o companheiro de Oxalá, pois a viagem foi muito longa já que Oxalá andava muito devagar (conta-se também que Airá carregava Oxalá nas costas) pelo fato de ainda estar se recuperando dos ferimentos que adquirira durante os sete anos de prisão.
Durante o dia, eles caminhavam. À noite, Oxalá sentia frio e precisava descansar. Para aquecê-lo e distraí-lo dos próprios pensamentos, Airá mandava que acendessem uma grande fogueira no acampamento. Oxalá observava o fogo e Airá passava longas horas contando-lhe histórias do povo de Oyó.
Desse modo, tornou-se tradição acender a fogueira no dia 29 de junho de cada ano (no Brasil), em homenagem a Airá e à viagem que fez em companhia de Oxalá.
Em alguns terreiros de candomblé cultua-se um grupo de qualidades de Xangô que recebe o nome de Airá. Também se acredita que Airá seja um orixá diferente de Xangô e que participa de alguns de seus mitos. O mais comum é considerar-se Airá como um Xangô branco. Vejamos algumas das subdivisões de Airá.

1 Airá Intilé
2 Airá Ibonã
3 Airá Osi
4 Referências

Airá Intilé
É o filho rebelde de Obatalá. Airá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá. Um dia, Obatalá juntou-se a Odudua e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco. Airá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição encontrou Obatalá e tentou enfrentá-lo. O velho não se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela primeira vez Airá Intilé havia se submetido a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas. Foi então que Obatalá desfez os colares de Airá Intilé e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares. Obatalá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Airá Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Nesta qualidade, Airá Intilé dá a seu devoto um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.

Airá Ibonã
É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras.
Nessa qualidade, os seguidores de Airá têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.

Airá Osi
É o eterno companheiro de Oxaguiã. Um dia, passando Oxaguiã pelas terras onde vivia Airá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Oxaguiã se desse conta, Airá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxaguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxaguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oxaguiã interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Airá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Oxaguiã, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Airá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Airá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas.
Os filhos de Airá Osi são considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais.
São muitas as invocações ou qualidades de Xangô, que, como vimos, se juntam às outras tantas de Airá. Em diferentes países e regiões da diáspora africana em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá. Muitas foram esquecidas, outras ganharam novos significados. Cada qualidade é representada por diferentes cores e outros atributos, de modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros. Não só por esses aspectos, mas também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.

OBALUAYÈ

Obaluayê dançando Opanijé candomblé.
Obaluaye em iorubá Obàlúwàiyé é traduzido por (rei e senhor da terra), Oba (rei) aiyê (terra), Obaluaiyê, Obaluaê, Xapanã, Omolu, são alguns dos nomes como é conhecido esse Orixá africano. Os orixás Nanã (cujo emblema é o Ibiri) e seus filhos Obaluaiyê (cujo emblema é o Xaxará) e Oxumaré (cujo emblema é uma cobra) pertencem ao Panteão da Terra. Obaluaye é identificado no jogo do merindilogun pelos odu Irosun, Ossá, Êjilobon e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba obaluaye.

1 Nomes
2 Dança
3 Emblemas
4 Vestimenta
5 Festa
6 Brasil
7 Cuba
8 Bibliografia

Nomes
Obàluáyê "Rei senhor da Terra", Omolu "Filho do Senhor", Sakpata "Dono da Terra" são os nomes dados a Sànpònná (um título ligado a grande calor o sol - também é conhecido como (Babá Igbona = pai da quentura) deus da varíola e das doenças contagiosas, é ligado simbolicamente ao mundo dos mortos. Outra corrente os define como: Obàluáyê: Obá - ilu; aiye; Rei, dono, senhor; da vida; na terra; Omolu; Omo-ilu; Rei, dono, senhor; da vida.

Dança
Sua dança o Opanijé (cuja tradução é: ele mata qualquer um e come), dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre.

Emblemas
Tem como emblema o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação a terra. Na Nigéria os Owo Érindínlogun adoram Obàluáyê e usam, no punho esquerdo, uma tira de Igbosu (pano africano) onde são costurados cauris esó (búzios).

Vestimenta
A vestimenta é feita de ìko, é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a palha da costa , elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto. É composta de duas partes o "Filá" e o "Azé", a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha-da-costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado "cauçulú", em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte. A palha da costa é mais encontrada no norte do Brasil.

Festa

Comidas do Olubajé, candomblé.
A festa anual é o Olubajé (Comida do rei senhor). São feitas e destribuídas no mínimo nove iguarias da culinária afro brasileira (comida ritual), seus "filhos" devidamente "incorporados" e paramentados oferecem aos convidados e assistentes, em folhas de mamona ilará ou bananeira (aguede), no sentido de prolongar a vida e trazer saúde .
Tido como filho de Nanã, no Brasil, sua origem, forma, nome e culto na África é bastante variado, de acordo com a região, essa variação de nomes é de conformidade com a região, Obàluáyê/Xapanã em Tapá (nupê) chegando ao território Mahi ao norte do Daomé; Sapata é sua versão fon, trazido pelos nagôs na cidade de Savalu, Benin. Em alguns lugares se misturam, em outros são deuses distintos, confundido até com Nànà Buruku; Omolu em ketu e Abeokuta.
Seu parentesco com Oxumare e Iroko é observado em Ketu (vindo de Aise segundo uns e Adja Popo segundo outros), onde pode se ver uma lança (oko Omolu) cravada na terra, esculpida em madeira onde figuram esses três personagens superpostas, também em Fita próximo de Pahougnan, território Mahi, onde o rei Oba Sereju, recebera o fetiche Moru, três fetiches ao mesmo tempo Moru (Omolu), Dan (Oxumare) e seu filho Loko (Iroko).

Sete folhas mais usadas para Obaluaiyê
Ewé ìgbolé
Ewê réré
Atorinã
Ewê lará
Ewê odan
Afon
Tamandé

Brasil
No Brasil é conhecido como Obaluaiyê no Candomblé, como Obaluaê na Umbanda, como Xapanã no Batuque e como Obaluaiê no Xambá.

Cuba
Na Santeria é cultuado como Babalú Ayé.

OXUMARÊ

Dan, Dagbe, Oxumare candomblé.

1 Òsùmàrè na África
2 Oxumarê no Brasil
3 Referências
4 Ligações externas
5 Referências


Òsùmàrè na África
É a cobra-arco-íris[1] em nagô, é a mobilidade, a atividade, uma de suas funções é a de dirigir as forças que dirigem o movimento. Ele é o senhor de tudo que é alongado. O cordão umbilical que está sob o seu controle, é enterrado, geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.
Ele representa também a riqueza e a fortuna, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos iorubás. Em alguns pontos se confunde com o Vodun Dan da região dos Mahi.
É o símbolo da continuidade e da permanência, algumas vezes, é representado por uma serpente que morde a própria cauda. Oxumarê é um orixá completamente masculino, porém algumas pessoas acreditam que ele seja macho e fêmea, porém o orixá feminino que se iguala a Oxumarê é Ewá sua irmã gêmea que tem dominios parecidos com o dele. Enrola-se em volta da terra para impedí-la de se desagregar. Rege o príncipio da multiplicidade da vida, transcurso de múltiplos e variados destinos.
De múltiplas funções, diz-se que é um servidor de Xangô, que seria encarregado de levar as águas da chuva de volta para as nuvens através do arco-íris.
É o segundo filho de Nanã, irmão de Osanyin e Obaluaiyê, que são vinculados ao mistério da morte e do renascimento. Seus filhos usam colares de búzios entrelaçados formando as escamas de uma serpente que tem o nome de Brajá, usam também o Lagdigbá como Nanã e Obaluaiyê.

Oxumarê no Brasil

Oxumare - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil.
No Brasil, as pessoas dedicadas a Oxumarê usam colares (fio-de-contas) de missangas ou contas de vidro amarelas e verdes; a terça-feira é o dia da semana que lhe é consagrado. Seus iniciados usam Brajá - longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecer escamas de serpente, e trazem à mão um Ebiri, espécie de vassoura feita com nervuras das folhas de palmeiras. Quando dançam levam nas mãos pequenas serpentes de metal, apontam o dedo indicador para o céu e para a terra, num movimento alternado. A Suas oferendas são feitas de patos, feijão, milho e camarões cozidos no azeite de dendê
Na Bahia, Oxumarê é sincretizado com São Bartolomeu e festejado no dia 24 de agosto.
Certa lenda conta que ele era, outrora, um (Babalawo) adivinho, "filho de proprietário-da-estola-de-cores-brilhantes". Em outra lenda o mesmo tema aparece: "Este mesmo Babalawo Oxumarê vivia explorado por Olofin-Odudúa, o rei de Ifé, seu principal cliente". Oxumarê consultava-lhe a sorte de quatro em quatro dias.
Sua nação é o Jeje, onde é considerado como Dan, e tido como rei do povos Djedje (jeje) é uma palavra de origem yorubá que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército.
Na nação Jeje, sua cor é o amarelo e preto de miçangas rajadas. Já no Ketu, suas cores são o verde e amarelo intercaladas. Porém essas cores definem apenas o fio-de-contas, pois todas as cores do arco-íris lhe pertencem.
Seus filhos, assim como conta a lenda de Oxumarê, em sua maioria no início passam por muitas dificuldades, quase miseráveis, porém mais tarde, dando a grande volta em seu caminho, se tornando ricos, poderosos, e muitas vezes orgulhosos. Porém, nunca se negam a ajudar quando alguém realmente precisa deles. E não raro, é ver um filho de Oxumarê se desfazer de algo seu, em favor do necessitado, com a maior facilidade..... Contrapondo seu estado de orgulho e ostentaçao, a exibir sua riqueza.
São pessoas de temperamento fácil de se lidar estando calmas, porém, se torna terrível quando com raiva, representando nesse estado a Serpente, que vem trazendo o lado negativo de oxumarê, o seu lado mais perigoso.
Oxumarê dentro do candomblé, se divide em duas qualidades : - Oxumarê macho, representado pelo arco-íris _ Oxumarê fêmea, chamado de FREKUEM, representado pela Serpente. Identificado no jogo do merindilogun pelo odu iká e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxumare.

OSANYIN

Orixa Osanyin candomblé.
Índice[esconder]
1 África
2 Brasil
3 Cuba
4 Haiti
5 Ver também
6 Páginas Externas

África
Osanyin é a entidade das folhas sagradas, ervas medicinais e litúrgicas, identificado no jogo do merindilogun pelo odu iká e representado materialmente e imaterial pela cultura Jeje-Nago, através do assentamento sagrado denominado igba ossaim. Sua importância é primordial. Nenhuma cerimônia pode ser realizada sem sua interferência. O seu sacerdote é o Babá Olosayin.

Ferramenta de Osanyin
É o detentor do axé (força, poder, vitalidade), de que nem mesmo os Orixás podem privar-se. Esse axe encontra-se em folhas e ervas específicas. O nome dessas folhas e o seu emprego é a parte mais secreta do ritual do culto dos Orixá, Vodun e Inkice.
O símbolo de Osanyin é uma haste de ferro de cuja extremidade superior partem sete pontas dirigidas para o alto. A do centro é encimada pela imagem de um pássaro.
Osanyin é o companheiro constante de Ifá. É representado por uma sineta de ferro forjado, terminada por uma haste pontuda enfiada em uma grande semente. A haste é fincada no chão, ao lado do osun (o asen dos fon) do babalawo. Por sua presença, Osanyin traz a influência das folhas para as operações da adivinhação.

Brasil

Osanyin - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Ossaniyn, Ossaim, Ossãe, Ossain, (como se escreve habitualmente) ou Ossanha (na Umbanda) que é o Orixá das ervas, no candomblé Jeje é chamado de Agué é o Vodun da caça e das florestas e conhece os segredos das folhas, no Candomblé Bantu é chamado de Katendê, Senhor das insabas (folhas). Seria de ambos os sexos assim como Oxumarê, segundo alguns pesquisadores 6 meses seria homem e 6 meses seria mulher. Ossaniyn, Oxumarê e Obaluayê são filhos de Nanã com Oxalá.
Comanda as folhas medicinais e litúrgicas, chamada de folha sagrada que são utilizada numa mistura especial chamada de abô, muitas vêzes é representado com uma única perna. Cada Orixá tem a sua folha, mas só Ossaim detém seus segredos. E sem as folhas e seus segredos não há axé, portanto sem ela nenhuma cerimônia é possivel.
Ferramenta: sua ferramenta tem uma haste central com um pássaro na ponta, do meio dessa haste saem sete pontas.
Cores: Verde e branco
Fio-de-contas verde, branco com lista vermelha.
Animais: Bode e galo
Saudação: Ewê ô!
Itan de Osanyin
Osanyin recebera de Olodumare o segredo das folhas. Ossanyin sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor. Outras, a sorte, a glória, as honras ou ainda, a miséria, as doenças e os acidente. Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta. Eles dependiam de Ossanyin para manter sua saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.
Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e impetuoso, irritado por esta desvantagem, usou de um ardil para tentar usurpar Osanyin a propriedade das folhas. Falou dos planos à sua esposa Iansã, Explicou-lhe que, em certos dias, Osanyin pendurava, num galho de Iroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas. --Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias, disse-lhe Xangô. Iansã aceitou a missão com muito gosto.
O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada. A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.
Os Orixás se apoderaram de todas. Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Osanyin permaneceu "senhor/senhora do segredo" de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação. E assim, continuou a reinar sobre as plantas como senhor absoluto. Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.

Cuba

Haiti

Ver também
Ossaim no Batuque
Folhas sagradas
Sassayin
Agué
katendê
Lista de plantas medicinais
Fitoterapia

Páginas Externas
A ritualística do culto aos orixás: caminhos para uma outra consciência ambiental
Osanyin Orixás

OYÁ

Oyá candomblé.

África
Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, país que faz parte da Iorubalândia, atualmente chamado de rio Níger. No entanto, não se trata de uma divindade das águas, mas da Senhora dos ventos, raios e tempestades, dona dos bambus, sendo suas oferendas feitas em bambuzais. Seu elemento é o fogo, seu metal é o cobre. Também chamada de Oya-Yánsàn.
O seu culto está associado à morte e aos ancestrais, por saber lidar com os eguns, é ela que os encaminha, manifesta-se nos rituais de Àsèsè ou Axexê em português.
Foi esposa de Ogum, porém fugiu com Xangô, seu amante.
Oyá é aquela que divide com Xangô o axé de soltar fogo pela boca e o acompanha nas batalhas, tendo alcançado ao seu lado grandes vitórias.
Oferendas: àkàrà ou acarajé, ekuru e abará.

Brasil

Oyá-Iansã - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Oyá é um Orixá feminino africano, cultuado no candomblé e nas religiões afro-brasileiras, sua saudação é Iyá Mesan Orun mãe dos nove oruns (espaços do céu) e Èpa heyi!. Identificada no jogo do merindilogun pelos odu odi, ossá e owarin.
Os devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará solicitando auxílio nas mais diversas questões, principalmente as ligadas à justiça, por sua proximidade com Xangô e proteção, em especial contra os eguns.
No candomblé sua cor é o vermelho, leva chifres de búfalo ou boi na cintura e utiliza o irukerê (é um símbolo de nobreza, muito usado na África para espantar moscas), instrumento ritual feito de rabo de boi ou cavalo com o qual direciona os eguns, os espíritos dos mortos. Por sua atuação junto aos eguns está intimamente ligada aos mistérios da morte (Iku) e aos orixás nanã, Omolu e Obaluayê. Inhansã ou Oiá, como é também chamada no Brasil, é uma divindade da Mitologia Yoruba associada aos ventos e tempestades, fazendo parceria com Xangô, o senhor dos trovões.
Yansan, Iansã ou Inhansã outro nome pela qual é conhecida e cultuada principalmente por sua ligação com a morte, pois compete somente a Inhansã o poder de conduzir os eguns (espíritos dos mortos), para longe ou perto dos seres vivos. Iansã é associada a sensualidade. Orixá dos ventos e das tempestades, foi esposa de Ogum, o qual deixou por amor a Xangô; dos Orixás femininos é a mais guerreira e imponente.
Em sua dança faz menção aos movimentos rápidos e repentinos dos ventos, usando um irukerê (cetro pequeno feito de cauda de boi ou cavalo) para espantar maus espíritos.

Qualidade de Oya
Oya igbale
1 Oyà Gbale Funán
2 Oyà Gbale Fure
3 Oyà Gbale Guere
4 Oyà Gbale Toningbe
5 Oyà Gbale Fakarebo
6 Oyà Gbale De
7 Oyà Gbale Min
8 Oyà Gbale Lario
9 Oyà Gbale Adagangbará
Oya Kala
Oya Akolasun
Oya Basun
Oya Pada
Oya Funan
Oya Sonan
Oya Jebe
Oya Tanan
Oya Nita
Oya Oníra
Oyà Biniká
Oyà Seno
Oyà Abomi
Oyà Gunán
Oyà Bagán
Oyà Kodun
Oya Maganbelle
Oyà Bagbure
Oyà Tope
Oyà Sayò

Símbolos
Saudação: Eparrei Oia!
Dia: Quarta-feira.
Cores: Marrom, vermelho, rosa e branco.
Símbolos: irukerê, espada de cobre.
Proibições: Abóbora e arraia.

Sete folhas mais usadas para Oya
Ewê inãn
Botujé
Ewê diji
Okpá orô
Ewê mensã
Tanaposó
Akoko

Arquétipo
Segundo a mitologia, os filhos de Iansã são pessoas agitadas. Diretos no que querem, não escondem sentimentos de ninguém. Uma grande ofensa a Oiá é a agressão, de qualquer espécie, aos seus filhos. O agressor terá um adversário até à morte.
Os filhos de Iansã são pessoas propensas a dar grandes guinadas em suas próprias vidas, a qualquer momento, sem se importarem com ninguém. Não gostam de se prender a ninguém pois são livres como o vento.
Suas filhas, ou mulheres que tenham Iansã póximo de si (como madrinha por exemplo ou "mãe") aqui na Terra, são mulheres sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São mulheres que batalham, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente esas mulheres cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.

Lenda

Acentos de Oya igbale candomblé.
Estavam todos os orixás, divindades do panteão Yoruba, reunidos em uma grande festa até que chegou Omolú. Durante todo o tempo, Omolú ficou num canto sem dançar.
Inhansã, inquieta com tal situação, aproximou-se do senhor, que usava uma roupa de palha cobrindo o rosto (e que deixava Inhansã mais intrigada ainda) e o convidou para dançar. Inhansã dançou tão rápido que vento proporcionado por seus giros levantou a roupa de Omolú que, para surpresa de todos, era um homem de extrema beleza.
O reconhecimento e admiração de todos por Omolú o deixou muito feliz, pois anteriormente era muito desprezado. Por gratidão a Inhansã, Omolú ofertou-lhe parte de seu poder, dando a Iansã a capacidade de conduzir os eguns dançando com seu irukerê. E Inhansã tornou-se assim mais poderosa e adorada.

Itan Oyá
Oya o, Oya alágbara Oh, Oya, a poderosa.
Oya a dan bina láàrin òrù, aláse biribiri Oya que brilha como fogo durante a madrugada e que possui intensa força
Oya o, Oya aláse Oh, Oya, que possui o axé.
Oya, olòre mi à jí ki, Oya, a minha benfeitora a ser louvada pela manhã.
A towo efòn gbe. Oya, que tem a força para carregar o chifre do búfalo.
Oya o, Oya aláse Oya, oh, Oya, aquela que possui axé.
Oya, tó gesin Ogún w'òlú Oya, que entrou na cidade montada num cavalo de guerra.
Oya alágbara, Oya, a poderosa.
Oya, à rèmo rè lékùn owó, Oya, que tranqüiliza os filhos, dando-lhes dinheiro.
Oya, à rèmo rè lékùn àláfíà Oya, que tranqüiliza os filhos dando-lhes àláfíà.
Oya o, Oya aláse, Oya Oh Oya, que possui o axé, Oya.
Oya alágbara inú aféfé. Oya, a poderosa que vive no vento.
Oya o Oh, Oya.
Oya alágbara obìnrín Ogun, Oya, a mulher guerreira e poderosa, esposa de Ogun
Egun dúdú orí odò Oya, orixá poderoso, sentada no pilão.
Oya a bá ní sòrò má tan ní je Oya, que fala conosco sem nos enganar.
Oya o, Oya aláse Oya, oh, Oya, aquela que possui o axé.
Oya a birun lórí bí adé e, Oya, cuja trança é bonita como uma coroa.
Oya o Oh, Oya.
Oya aláse, Oya Oya, que possui o axé, Oya.
Oya to wo èwù ilikè. Oya, que veste roupa feita de contas preciosas.
Oya o Oh, Oya.
Oya aláse, Oya Oya, aquela que possui o axé, Oya.
(A Mitologia dos Orixás Africanos, Síkírù Sàlámì - King)

Cultura afro-brasileira
Em Salvador, Oyá ou Iansã é sincretizada com Santa Bárbara que é madrinha do Corpo de Bombeiros e padroeira dos mercados, é homenageada no dia 4 de dezembro na Festa de Santa Bárbara da Igreja Católica, é um grande evento sincrético, composto de missa, procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé[1], além das festas nos terreiros, o caruru de Iansã, samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.
Segundo a liturgia católica, Santa Bárbara era uma adolescente de 15 anos muito bela e cheia de personalidade. Quando viajava, seu pai a trancava na torre para que ela não arranjasse pretendentes, pois queria ganhar um belo dote casando-a com um homem rico.
No candomblé, ela é Iansã, divindade dos ventos, raios e tempestades. Segundo as lendas yorubanas, Iansã foi mulher de Ogum. Ela o abandonou para viver com Xangô, divindade dos trovões e da justiça.
O filme O Pagador de Promessas, um drama escrito e dirigido por Anselmo Duarte e baseado em história de Dias Gomes, foi filmado inteiramente na porta da Igreja de Santa Bárbara em Salvador, Bahia[2]

Quartel do Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Bahia, Salvador, Bahia.
Em 4 de dezembro de 2008 Os festejos em homenagem a Santa Bárbara começaram às cinco horas, com queima de fogos de artifício, na alvorada, em frente à Igreja do Rosário dos Pretos, onde, às sete horas, houve uma missa. Após as bênçãos, uma procissão percorreu as ruas do Centro Histórico de Salvador. O cortejo prosseguiu até o Corpo de Bombeiros, cuja corporação tem a santa como padroeira. A imagem da santa entrou na sede dos bombeiros, sendo saudada com fogos, sirene e jatos de água, deu uma volta no pátio e saiu em direção ao Mercado de Santa Bárbara, onde foi servido o tradicional caruru para os fiéis.

OXUM

Caracterização de Oxum no Candomblé: em primeiro plano, Oparà; em segundo, Ypondá.

1 África
2 Brasil
3 Qualidades de Oxum
3.1 Sincretismo
4 Cuba
5 Haiti
6 Notas
7 Ver também
8 Ligações externas

África
Osun, Oshun, Ochun ou Oxum, na Mitologia Yoruba é um orixá feminino. O seu nome deriva do rio Osun, que corre na Iorubalândia, região nigeriana de Ijexá e Ijebu. Identificada no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e Ôxê

Rio Osun em Osogbo (Foto Alex Mazzeto).
É tida como um único Orixá que tomaria o nome de acordo com a cidade por onde corre o rio, ou que seriam dezesseis e o nome se relacionaria a uma profundidade desse rio. As mais velhas ou mais antigas são encontradas nos locais mais profundos (Ibu), enquanto as mais jovens e guerreiras respondem pelos locais mais rasos. Ex. Osun Osogbo, Osun Opara ou Apara, Yeye Iponda, Yeye Kare, Yeye Ipetu...
Em seu livro Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns, Pierre Fatumbi Verger escreve que os tesouros de Oxum são guardados no palácio do rei Ataojá. O templo situa-se em frente e contém uma série de estátuas esculpidas em madeira, representando diversos Orixás: "Osun Osogbo, que tem as orelhas grandes para melhor ouvir os pedidos, e grandes olhos, para tudo ver. Ela carrega uma espada para defender seu povo."
O Festival de Osun é realizado anualmente na cidade de Osogbo, Nigéria
O Bosque Sagrado de Osun-Osogbo onde se encontra o Templo de Osun é Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2005.

Brasil

Oxum - escultura de Carybé em madeira (Museu Afro-Brasileiro, Salvador (Bahia), Brasil.
Oxum é um Orixá feminino da nação Ijexá adotada e cultuada em todas as religiões afro-brasileiras. É o Orixá das águas doces dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza, em Oxum, os fiéis também buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões e na vida financeira, tanto que muitas vezes é chamada de Senhora do Ouro que outrora era do Cobre por ser o metal mais valioso da época.
Na natureza, o culto à Oxum costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e, mais raramente, próximo às fontes de águas minerais. Oxum é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em alguém, característica que se transfere a seus filhos identificados por chorões.
Candomblé Bantu - a Nkisi Ndandalunda, Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi, tem semelhanças com Oxum.
Candomblé Ketu - Divindade das águas doces, Oxum é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.

Qualidades de Oxum
Kare - veste azul e dourado cor do ouro usa um abebé e um ofá dourados
Iyepòndàá ou Ipondá - é a mãe de Logunedé, orixá menino que compartilha dos seus axés. Ambos dançam ao som do ritmo ijexá, toque que recebe o nome de sua região de origem, usa um abebé nas mãos (espelho de metal), uma alfange (adaga)[1] por ser guerreira e um ofá (arco e flecha) por sua ligação com Oxóssi.e as das mais jovem e nunca pode faltar o ofa dourado isso e muito importante
Yeyeòkè
Iya Ominíbú
Ajagura
Ijímú
Ipetú
Èwuji
Abòtò
Ibola
Oparà ou Apará - qualidade de Oxum, em que usa um abebé e um alfange (adaga) ou espada. Caminha com Oya Onira que muitas vezes são confundidas. Diferente das outras Oxuns por ter enredo com muitos Orixás, vem acompanhada de Oyá e Ogum.

Sincretismo

Oxum.

Oxum.
Nas religiões afro-brasileiras é sincretizada com diversas Nossas Senhoras, na Bahia ela é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora a esta denominação de Nossa Senhora ora com Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Cuba
Na Santeria cubana é chamada Ochún. O sincrestismo deste orixá se dá na Santeria com Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba. Ver Oshun

Haiti
No Haiti Ochun é a deusa do amor, do dinheiro e da felicidade. Também conhecida como Erzile ou Erzulie, Freda Dahomey. [2]

Notas
Alfange (adaga)
Fruits, flowers, honey for Oshun

Ver também
Templo de Osun
Festival de Osun
Oxum na Umbanda
Oxum no Batuque
Oxum no Xambá
IEMANJÁ

Representações de Iemanjá no Candomblé: a de verde, Asèssu, a de azul, Assabá.
Iemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja ou Yemoja, é um orixá africano, cujo nome deriva da expressão Iorubá "Yèyé omo ejá" ("Mãe cujos filhos são peixes"), identificada no jogo do merindilogun pelos odu ejibe e ossá.

1 África
1.1 História
2 Brasil
2.1 Qualidades
2.2 Sincretismo
2.3 Festa do Rio Vermelho
3 Cuba
4 Acontecimentos extraordinários
5 Ver também
6 Ligações externas
7 Notas

África
Na Mitologia Yoruba, a dona do mar é Olokun que é mãe de Yemojá, ambas de origem Egbá.
Yemojá, que é saudada como Odò (rio) ìyá (mãe) pelo povo Egbá, por sua ligação com Olokun, Orixá do mar (masculino (em Benin) ou feminino (em Ifé)), muitas vezes é referida como sendo a rainha do mar em outros países. Cultuada no rio Ògùn em Abeokuta

História
Pierre Verger no livro Dieux D'Afrique[1] registrou: "Iemanjá, é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. Com as guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. Não lhes foi possível levar o rio, mas, transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do axé da divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Iemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com Ògún, o orixá do ferro e dos ferreiros."

Brasil

Yemanja - escultura de Carybé em madeira (Museu Afro-Brasileiro, Salvador (Bahia), Brasil.
No Brasil, a orixá goza de grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras, e até por membros de religiões distintas.
Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de Fevereiro, uma das maiores festas do país em homenagem à "Rainha do Mar". A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até ao templo-mor, localizado próximo à foz do rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados.
Outra festa importante dedicada a Iemanjá ocorre durante a passagem de ano no Rio de Janeiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam no mar oferendas para a dividade. A celebração também inclui o tradicional "Banho de pipoca" e as sete ondas que os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte à Orixá.
Na Umbanda, é considerada a divindade do mar, além de ser a deusa padroeira dos náufragos, mãe de todas as cabeças humanas.

Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta

Jorge Amado
Além da grande diversidade de nomes africanos pelos quais Iemanjá é conhecida, a forma portuguesa Janaína também é utilizada, embora em raras ocasiões. A alcunha, criada durante a escravidão, foi a maneira mais branda de "sincretismo" encontrada pelos negros para a perpetuação de seus cultos tradicionais sem a intervenção de seus senhores, que consideravam inadimissíveis tais "manifestações pagãs" em suas propriedades[2]. Embora tal invocação tenha caído em desuso, várias composições de autoria popular foram realizadas de forma a saudar a "Janaína do Mar" e como canções litúrgicas.

Qualidades
Yemowô - que na África é mulher de Oxalá,
Iyamassê - é a mãe de Sàngó,
Yewa - rio africano paralelo ao rio Ògún e que frequentemente é confundido em algumas lendas com Yemanjá,
Olossa - lagoa africana na qual desaguam os rios Yewa e Ògún,
Iemanjá Ogunté - que casa com Ògún Alagbedé,
Iemanjá Asèssu - muito voluntariosa e respeitável,
Iemanjá Saba ou Assabá - está sempre fiando algodão é a mais jovem.
Dia: Sábado.
Data: 2 de fevereiro.
Metal: prata e prateados.
Cor: prata transparente, azul, verde água e branco.
Comida: manjar branco, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz, ebôya, ebô e vários tipos de furá.
Arquétipo: voluntarioso, fortes, rigorosos, protetores, caridosos, solidários em extremo, altivos, temperamentais, algumas vezes impetuosos e dominadores.
Símbolos: abebé prateado, alfange, agadá, obé, peixe, couraça, adê, braceletes, e pulceiras.

Sincretismo

Oferenda para Iemanjá.
Existe um sincretismo entre a santa católica Nossa Senhora dos Navegantes e a orixá da Mitologia Africana Iemanjá. Em alguns momentos, inclusive festas em homenagem as duas se fundem[3][4]. No Brasil, tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá[5] tem sua data festiva no dia 2 de fevereiro. Costuma-se festejar o dia que lhe é dedicado, com uma grande procissão fluvial.
Uma das maiores festas ocorre em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, devido ao sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes, que é a padroeira da cidade. No mesmo estado, em Pelotas a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas. Antes do encerramento da festividade católica acontece um dos momentos mais marcantes da festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Pelotas, que em 2008 chegou à 77ª edição. As embarcações param e são recepcionadas por umbandistas que carregavam a imagem de Iemanjá, proporcionando um encontro ecumênico assistido da orla por várias pessoas[6].
No dia 8 de dezembro, outra festa é realizada à beira mar baiana: a Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Esse dia, 8 de dezembro, é dedicado à padroeira da Bahia, Nossa Senhora da Conceição da Praia, sendo feriado municipal em Salvador. Também nesta data é realizado, na Pedra Furada, no Monte Serrat em Salvador, o presente de Iemanjá, uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais à Rainha do Mar - também conhecida como Janaína
Na capital da Paraíba, a cidade de João Pessoa, o feriado municipal consagrado a Nossa Senhora da Conceição, 8 de dezembro, é o dia de tradicional festa em homenagem a Iemanjá. Todos os anos, na Praia de Tambaú, instala-se um palco circular cercado de bandeiras e fitas azuis e brancas ao redor do qual se aglomeram fiéis oriundos de várias partes do Estado e curiosos para assistir ao desfile dos orixás e, principalmente, da homenageada. Pela praia, encontram-se buracos com velas acesas, flores e presentes. Em 2008, segundo os organizadores da festa, 100 mil pessoas compareceram ao local.

Festa do Rio Vermelho

Imagem de Iemanjá na oferenda.

Iyalorixá e filhos na entrega da oferenda a Iemanjá.
A tradicional Festa de Iemanjá na cidade de Salvador, capital da Bahia, tem lugar na praia do Rio Vermelho todo dia 2 de Fevereiro. Na mesma data, Iemanjá também é cultuada em diversas outras praias brasileiras, onde lhe são ofertadas velas e flores, lançadas ao mar em pequenos barcos artesanais.
A festa católica acontece na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na Cidade Baixa, enquanto os terreiros de Candomblé e Umbanda fazem divisões cercadas com cordas, fitas e flores nas praias, delimitando espaço para as casas de santo que realizarão seus trabalhos na areia.
No Brasil, Iemanjá na versão de Pierre Verger, representa a mãe que protege os filhos a qualquer custo, a mãe de vários filhos, ou vários peixes, que adora cuidar de crianças e animais domésticos.

Cuba
Em Cuba, Yemayá também possui as cores azul e branca, é uma rainha do mar negra, assume o nome cristão de La Virgen de la Regla e faz parte da Santeria como santa padroeira dos portos de Havana.
Lydia Cabrera fala em sete nomes igualmente, especificando bem que apenas uma Iemanjá existe, à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.

Acontecimentos extraordinários
No ano de 2008, dia 2 de fevereiro, a Festa de Iemanjá do Rio Vermelho na Bahia, coincidiu com o Carnaval. Os desfiles de Trios elétricos foram desviados da região até o fim da tarde, para que as duas festas acontecessem ao mesmo tempo.
Antecedendo o réveillon de 2008, devotos da Deusa das águas, estiveram nesse momento,com suas preces dirigidas a um arranha-céus, em forma de um monólito negro, na praia do Leme em Copacabana onde era costume, no último minuto do ano, surgir uma cascata de fogo, no topo desse monólito, iluminando o entorno bem como as oferendas.

Ver também
Iemanjá na Umbanda
Iemanjá no Batuque
Iemanjá no Xambá

Ligações externas
Yemanjá
Material de estudo
Festa de Iemanjá (vídeo)
Características, Atribuições e Cozinha Ritualística para o Orixá Yemanjá

NANÃ BURUKU

Nanã - escultura de Carybé em madeira (Museu Afro-Brasileiro, Salvador (Bahia), Brasil.
Nanã Buruku, Nanã, Nanã Buluku, Nanã Buru, Nanã Boroucou, Nanã Borodo, Anamburucu, Nanã Borutu é o Vodun das chuvas, dos mangues, do pântano, da lama (barro molhado), senhora da Morte, e responsável pelos portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne). Identificado no jogo do merindilogun pelos odu ejilobon e representado materialmente pelo candomblé através do assentamento sagrado denominado igba nanã.

1 África
2 Brasil
3 Qualidade de Nanã
4 As lendas de Nanã
5 Curiosidades
6 Ver também
7 Ligações externas

África

Assentamento de Nanã - candomblé.
Em sua passagem pela Terra, foi a primeira Iyabá e a mais vaidosa, em nome da qual desprezou seu filho primogênito com Oxalá, Omulu, por ter nascido com várias doenças de pele. Não admitindo cuidar de uma criança assim, acabou abandonando-o no pântano. Sabendo disso, Oxalá condenou-a a ter mais filhos, os quais nasceriam anormais (Oxumarê, Ewá e Ossaim), e a baniu do reino, ordenando-lhe que fosse viver no mesmo lugar onde abandonou seu pobre filho, no pântano.
Nanã tornou-se uma das Iyabás mais temidas, tanto que em algumas tribos quando seu nome era pronunciado todos se jogavam ao chão. Senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omulu. Protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais. É um vodun, segundo alguns pesquisadores, originário de Dassa-Zoumé, é uma velha divindade das águas. Pierre Verger encontrou um Templo Dassa-Zoumé e o sacerdote do seu culto.
A área que abrange seu culto é muito vasta e parece estender-se de leste, além do rio Níger, até a região Tapá, a oeste, além do rio Volta, nas regiões dos "guang", ao nordeste dos Ashanti.
Entre os fon e mahi ela é considerada uma divindade hermafrodita, anterior a Mawu e Lissá, aos quais teria dado origem em associação com a "serpente do Universo" Dan Aido Hwedo. Para os ewes e minas, ela é às vezes vista como um vodun masculino (Nana Densu), esposo da grande mãe das águas Mami Wata.

Brasil
Nanã Buruku é cultuada no Candomblé Jeje como um vodun e no Candomblé Ketu como um orixá da chuva, das águas paradas, mangue, pântano, terra molhada, lama e considerada a mãe dos orixás Obaluaiyê, Iroko, Osanyin, Oxumarê e Yewá.
Nanã é chamada carinhosamente de "Avó", por ser usualmente imaginada como uma anciã. É cultuada em todo o Brasil nas religiões Afro-brasileiras. Seu emblema é o Ibiri que caracteriza sua relação com os espíritos ancestrais. Como "Mãe-Terra Primordial" dos grãos e dos mortos, Nanã Buruku poderia ser equiparada à deusa greco-romana Deméter-Ceres-Cíbele.
A existência do culto de Nanã Buruku é atribuída a tempos remotos, anteriores à descoberta do ferro, por isso, em seus rituais, não costumam ser utilizados objetos cortantes de metal.
O baobá ("Adansonia digitata L.", em iorubá ossê e em Fon akpassatin) é sua árvore sagrada.
No sincretismo afro-católico, Nanã Boroquê, como é chamada na Umbanda, é equiparada à Sant'Ana.

Qualidade de Nanã
Igbayin
Buruku
Igbónán
Asayio
Asanan
Insele
Tinoloko
Ajaosi
Ìkure
Cor: lilás e roxo
Metal: nenhum
Dia da semana: terça-feira
Predominância: morte, vida, reencarnação, medicina, doenças, chuvas, enchentes, deficiência visual, lama, manguezal, pessoas desabrigadas e idosas.
Saudação: Salubá Nanã!

As lendas de Nanã
Afirma-se que Nanã era a rainha de um povo e que tinha poder sobre os mortos. Para roubar esse poder, Oxalá desposou-a, mas não ligava para ela. Nanã, então, fez um feitiço para ter um filho. Tudo aconteceu como ela queria mas, por causa do feitiço, o filho, Omolu nasceu todo deformado. Horrorizada, Nanã jogou-o no mar para que morresse. Como castigo pela crueldade, quando Nanã engravidou de novo, Orunmilá disse que o filho seria lindo mas se afastaria dela para correr mundo. Assim, nasceu Oxumaré, que durante seis meses do ano vive no céu como o arco-íris, e nos outros seis é uma cobra que se arrasta no chão.
Em outra lenda, conta-se que, na aldeia chefiada por Nanã, quando alguém cometia um crime, era amarrado a uma árvore. Nanã então chamava os Eguns para assustá-lo. Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitar Nanã e deu-lhe uma poção que fez com que ela se apaixonasse por ele. Nanã dividiu o reino com ele, mas proibiu a sua entrada no Jardim dos Eguns. Oxalá então espionou-a e aprendeu o ritual de invocação dos mortos. Depois, disfarçando-se de mulher com as roupas de Nanã, foi ao jardim e ordenou aos Eguns que obedecessem "ao homem que vivia com ela" (ele mesmo). Quando Nanã descobriu o golpe, quis reagir mas, como estava apaixonada, acabou aceitando deixar o poder com o marido. Hoje no Culto aos Egungun só os homens são iniciados para invocar os Eguns.
Uma terceira lenda refere que, certa vez, os Orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais importante. A maioria apontava Ogum, considerando que ele é o Orixá do ferro, o que deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual. Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não era tão importante assim, torceu com as próprias mãos o pescoço dos animais destinados ao sacrifício em seu ritual. É por isso que os sacrifícios para Nanã não podem ser feitos com instrumentos de metal.
Curiosidades
A cantora Daniela Mercury fez uma canção em homenagem à Iyalorixá Cleusa Millet, filha de Mãe Menininha do Gantois, no álbum Sol da Liberdade. O nome da canção é "Dara" e é interpretada em dueto com a cantora beninense Angélique Kidjo. Mãe Cleusa era filha de Nanã, e a sua voz ficou imortalizada em disco de Maria Bethania.

Ver também
Nanã na Umbanda
Nanã no Xambá
YEWÁ

1 África
2 Brasil
3 Cuba
4 Referências
5 Ligações externas

África
Yewa, Orixá do rio Yewa, que fica na antiga tribo Egbado (atual cidade de Yewa) no estado de Ogun na Nigéria. Orixá identificada no jogo do merindilogun pelo odu obeogunda.
Verger conta que na Nigéria, Abimbola publicou um itan Ifá (história de Ifa), falando "que de certa feita estando Yewa à beira do rio, com um igba (gamela) cheio de roupa para lavar, avistou de longe um homem que vinha correndo em sua direção. Era Ifá que vinha esbaforido fugindo de Iku (a morte). Pedindo seu auxílio, Yewa despejou toda roupa no chão, que se encontrava no igba, emborcou-o em cima de Ifa e sentou-se. Daí a pouco chega a morte perguntando se não viu passar por ali um homem e dava a descrição. Yewa respondeu que viu, mas que ele havia descido rio abaixo e a morte seguiu no seu encalço. Ao desaparecer, Ifa saiu debaixo do igba e levou Yewá para casa, a fim de torná-la sua mulher."
Brasil

Ewá - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Ewá, Euá, Yewa, Orixá feminino, é a divindade do rio e da lagoa Yewà na Nigéria. Uma das iabás, considerada ora irmã de Iansã, ora esposa de Oxumarê. Seu nome significa beleza e graça.
Verger em suas pesquisas diz: "Na Bahia é cultuada somente em três casas antigas, devido à complexidade de seu ritual. As gerações mais novas não captaram conhecimentos necessários para a realização do seu ritual, daí se ver, constantemente, alguém dizer que fez uma obrigação para Yewa , quando na realidade o que foi feito é o que se faz normalmente para Oxum ou Oyá."
As cores de seus colares (fio-de-contas) são o vermelho e o amarelo. Usa como insígnias a âncora e a espada, ofá que utiliza na guerra ou na caça, brajás de búzios, roupa enfeitada com iko (palha da costa) tingida. Gosta de pato, também de pombos, odeia galinhas. Há um vodun daomeano com o mesmo nome, cultuado em São Luís do Maranhão. Saudação – "Riró!".
Lendas:
O seu grande ewó (coisa proibida) é a galinha. Corre a lenda entre as casas antigas da Bahia que cultuam Yewa, que certa vez indo para o rio lavar roupa, ao acabar, estendeu-a para secar. Nesse espaço veio a galinha e ciscou, com os pés, toda sujeira que se encontrava no local, para cima da roupa lavada, tendo Yewa que tornar a lavar tudo de novo. Enraivecida, amaldiçoou a galinha, dizendo que daquele dia em diante haveria de ficar com os pés espalmados e que nem ela nem seus filhos haveriam de comê-la, daí, durante os rituais de Yewa, galinha não passar nem pela porta. Verger encontrou esse ewó na África e uma lenda idêntica.
Conta-se que Ewá era uma linda virgem que se entregou a Xangô, despertando o ciúme e a ira de Iansã. Para fugir da senhora dos ventos e tempestades, se escondeu nas florestas com Oxóssi, tornando-se uma guerreira e caçadora.
Rege as neblinas e nevoeiros na natureza.
Ewá no Xambá

Cuba
Lydia Cabrera, antropóloga cubana escreve sobre Yewa e refere-se à Yemayá-Olokún.

«Ewa não é uma orixá, sim uma eledá, como muitas outros que acreditamos ser um orixá. Lembro que o titulo de orixá pertence ao orixá Ori, e a nenhum mais. Yemanjá tem o de Yia-aja-ori, que não é a mesma coisa de orixá, como podemos pensar numa primeira idéia. Mais é aparece nos itans de Ifá em certas ocasiões quando do nascimento, quando dos poderes dela, já mocinha, depois com o primeiro namoro e como amante se assim podemos dizer; quando ela começa uma vida sexual ativa que nos informa que tem ela um caso com: 3 oxalá novo o senhor dos Bambus amarelos, o oxalá que vem avisar que o tempo acabou, depois com Oxoguian, Exu, Oxumaré, com 2 dos Odes, Orunmilá e por ultimo ela aparece como esposa de Omolu. Em seu nascimento ela aparece quando Ogun violenta Nana, na frente do povo dela, mostrando que ele invadiu a aldeia dela, lembramos que essa lenda começa quando não lhe proíbe a simples pelas terras dela, Nana faz a lama subir até quase matar Ogun, ele escapa e a fere com uma lança, razão pela qual ela não gosta de metal em suas coisas pois sua carne foi cortada por um metal. Ogun se organiza e trava um guerra com Nana sem precedentes, onde sai vitorioso invadindo as terras dela e dominando tudo, por final junta todo o povo de Nana no meio da aldeia e ali tem relações com ela na frente do povo dela, num demonstração que havia subjugou a rainha. Desta relação nasceu Ewá. Uma linda menina, o único filho perfeito que Nana teve. Daí ela mandar colocar acima da porta de sua aldeia um iba de Ogun. Ewa não tem nada, pois Nana teria já dado distribuído aos seus filhos, Omolu e Oxumare, seus filhos doentes, mais Oxumare se apegou a irmã e com ela combinou que cada um iria dirigir o Arco-íris por um tempo, daí ser ele o arco íris um tempo dirigido por Ewa e outro por Oxumare (não é 6 meses). Oxumare dá a Ewa a cor branca do arco íris, pois ela é um santo balle.
Ewa tinha brigas de muitos querendo casar com ela, quando nova pela beleza. Ela seduziu Oxalufan que vivia com Nana. Tendo ai o seu primeiro contato sexual. Ela tem suas cores o roxo e branco, enquanto Iku é roxo, preto e branco. Conta-se que Ewá recebeu de Ogun o direito de usar uma lâmina que ela esconde entre os seios, cujo o cabo é madeira, que esse fica a mostra. Ele mostra a pureza da morte onde devemos nos preparar, pois a vida é uma preparação para esse dia onde vamos prestar conta de tudo que fizemos dela é a expressão não deixe que outro tome seu lugar na morte, pois o julgamento dele será pior que o seu. Ewá dá mais um tempo a pessoa para se aguardar uma pessoa de longe chegar antes de dar o sono da morte. Ewá vem apenas para quem é digno, daí ter que ter a pureza diante dela. Quem não é puro não merece a boa morte. Ela é versátil em venenos, onde tentou envenenar alguns orixás, inclusive Exu, que não foi bem sucedida. Consegui subjulgar Orunmilá e mante-lo como escravo dela por muito tempo, nesse período Oxumaré foi babalawô usando as cores, verde, amarelo e preto, ela travou varias guerra com seu irmão Omolu, onde por ultimo ele com um tapa a venceu tirando toda a carga de maldade dela. E venceu a maldição dela dada por Oxalá da Bambuzal, onde ela de dia era uma velha e a noite era um linda mulher. Ela já casada com omolu, que ela tem muito medo até hoje foi mãe de todos os filhos dele. Já como esposa de Omolu ela ajudou um rapaz a fugir da morte. Invocando ela ser esposa de Omolu. Ele rege o sono da morte. Os venenos onde com ele matou os que a perseguia e quem ela não gostava.Entretanto existe um fato em Ifá Xorokê, é um guerreiro feiticeiro, que não é Ogun e não é Exu. No candomblé é cultuado como Ogun, que seria o Irominã (o Ogun que come com exu e o exu que come com Ogun, que a tradução seria meu nome é fogo) dizem que é um Ogun e um Exu rebaixando, Xoroke é um santo extremamente sagaz e ligado a torturas, desastres de grandes proporções. Enquanto Ogun quer ver o inimigo olhos nos olhos o Xoroke não tem isso. Ele tem requinte de maldade, gosta de acumular riquezas e bens materiais e é muito vaidoso. E só gosta de coisas boas e que custem muito. Tem muita ostentação. Coisas simples ofende o Xoroke. Pune seus filhos com grandes desgraças, daí muitos terem medo deste santo. Não aceita que seja questionado em nada. Suas cores e azulão e vermelho. Ao contrário de Ogun que é verde. Pode usar um arpão, adaga, ofa, cabaças. Cobre o rosto. Em alguns barracões dizem ser ela filha de Obatalá. Entretanto em Ifá não achamos amparo para isso.»
(Lydia Cabrera Mythologie Vodou, Piétonville, 1950)
OHÁ

Nota: Se procura pela prova de conhecimento brasileira de astronomia, consulte Olimpíada Brasileira de Astronomia.

Orixá Obá no candomblé.
Obá, Orixá africano do Rio Obá ou rio Níger, terceira esposa de Xangô, identificada no jogo do merindilogun pelos odu odi, obeogunda e ossá.
Guerreira, veste vermelho e branco, usa escudo, Arco e flecha Ofá. Obasy é a senhora da sociedade elekoo, porém no Brasil esta sociedade passou a cultuar egungun. Deste modo, obasy é a senhora da sociedade lesse-orixa. Obá representa as águas revoltas dos rios. As pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas são considerados domínios de Obá. Ela representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos de crus em cozidos. Orixá, embora feminina, energética, temida, e forte, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos, vencendo na luta Oxalá, Xangô e Orumilá.
Obá é irmã de Iansã, foi esposa de Ogum e, posteriormente, terceira e mais velha mulher de Xangô. Bastante conhecida pelo fato de ter seguido um conselho de Oxum e decepado a própria orelha para preparar um ensopado para o marido na esperança de que isto iria fazê-lo mais apaixonado por ela. Quando manifestada, esconde o defeito com a mão. Seus símbolos são uma espada e um escudo.
Por sua envergadura física e força, tornou-se uma guerreira, a única mulher capaz de desafiar Ogum para uma luta, e por ser Obá extremamente forte e destemida, Ogum se viu obrigado a usar de um truque contra ela, espalhando quiabo amassado no chão, e atraindo Obá para aquele canto, onde a guerreira escorregou e não apenas perdeu a luta como foi possuída à força por Ogum, que se tornou seu inimigo.
Como esposa de Xangô, sempre se sentindo menos desejada por seu amado que Oxum e Iansã, Obá se esmerava em agradá-lo com seus pratos cada vez mais aprimorados. Mas Oxum era sempre a preferida de Xangô.
Um dia Obá não se conteve e perguntou a Oxum qual o segredo de sua sedução. Oxum, que vivia com a cabeça enrolada em turbantes maravilhosos, disse que havia cortado a própria orelha esquerda e colocado no amalá (uma comida à base de quiabo) de Xangô que, ao comê-lo, por ela se perdera de paixão para sempre.
Obá então cortou a própria orelha e a colocou no amalá. Ao ver Obá com um ferimento no lugar da orelha Xangô quis saber o que houvera e Obá contou.
Neste momento Oxum tirou seu turbante e, mostrando as duas orelhas intactas a Obá, desatou a rir. Xangô, zangado com a insensatez de Obá e enojado por ver sua orelha na comida, expulsou-a de seu palácio e Obá tanto chorou e teve raiva que se transformou num rio revoltoso. Na África, no lugar onde se encontram os rios Obá e Oxum o estouro das águas é extremamente violento.

Obá - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil

Referências
Reginaldo Prandi - Mitologia dos Orixás. Companhia das Letras.
Oba no Batuque
Obá no Xambá
AXABÓ

Axabó - escultura de Cary em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Axabó é um Orixá feminino africano, cultuado na Bahia, mas pouco conhecido, é da família de Xangô.
















IBEJI

Igbeji candomblé.

África
Ìbejì ou Ìgbejì - é divindade gêmea da vida, protetor dos gêmeos (twins) na Mitologia Yoruba, identificado no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e iká.
Dá-se o nome de Taiwo ao Primeiro gêmeo gerado e o de Kehinde ao último. Os Yorùbá acreditam que era Kehinde quem mandava Taiwo supervisionar o mundo, donde a hipótese de ser aquele o irmão mais velho.Cada gêmeo é representado por uma imagem. Os Yorùbá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ìbejì. Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em sua honra.
O animal tradicionalmente associado a Ìbejì é o macaco colobo, um cercopiteco endêmico nas florestas da África subsariana. A espécie em questão é o colobus polykomos, ou "colobo real", que é acompanhado de uma grande mística entre os povos africanos. Eles possuem coloração preta, com detalhes brancos, e pelas manhãs eles ficam acordados em silêncio no alto das árvores, como se estivessem em oração ou contemplação, daí eles serem considerados por vários povos como mensageiros dos deuses, ou tendo a habilidade de escutar os deuses. A mãe colobo quando vai parir, afasta-se do bando e volta apenas no dia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote (que nasce totalmente branco) nas costas. O colobo é chamado em Yorùbá de edun oròòkun, e seus filhotes são considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem, cujos espíritos são encontrados vagando na floresta e resgatado pelas mães colobos pelo seu comportamento peculiar.
Na África , as crianças representam a certeza da continuidade, por isso os pais consideram seus filhos sua maior riqueza.
A palavra Igbeji que dizer gêmeos. Forma-se a partir de duas entidades distintas que coo-existem, respeitando o princípio básico da dualidade.
Contam os Itãs (conjunto de lendas e histórias passados de geração a geração pelos povos africanos), que os Igbejis são filhos paridos por Iansã, mas abandonados por ela, que os jogou nas águas. Foram abraçados e criados por Oxum como se fossem seus próprios filhos. Doravante, os Igbejis passam a ser saudados em rituais específicos de Oxum e, nos grandes sacrifícios dedicados à deusa , também recebem oferendas.
Entre as divindades africanas, Igbeji é o que indica a contradição, os opostos que caminham juntos, a dualidade. Igbeji mostra que todas as coisas, em todas as circunstâncias, têm dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos.
Na África, O Igbeji é indispensável em todos os cultos. Merece o mesmo respeito dispensado a qualquer Orixá, sendo cultuado no dia-a-dia. Igbeji não exige grandes coisas, seus pedidos são sempre modestos; o que espera como, todos os Orixás, é ser lembrado e cultuado. O poder de Igbeji jamais podem ser negligenciado, pois o que um orixá faz Igbeji pode desfazer, mas o que um Igbeji faz nenhum outro orixá desfaz. E mais: eles se consideram os donos da verdade.Os gêmeos (Ibeji entre os Yorubas e Hoho entre os Fon) são objeto de culto. Não são nem Orixá e nem Vodun, mas o lado extraordinário desses duplos nascimentos é uma prova viva do princípio da dualidade e confirma que existe neles uma parcela do sobrenatural, a qual recai em parte na criança que vem ao mundo depois deles.
Recomenda-se tratar os gêmeos de maneira sempre igual, compartilhando com muita equidade entre os dois tudo o que lhes for oferecido. Quando um deles morre com pouca idade o costume exige que uma estatueta representando o defunto seja esculpida e que a mãe a carregue sempre. Mais tarde o gêmeo sobrevivente ao chegar à idade adulta cuidará sempre de oferecer à efígie do irmão uma parte daquilo que ele come e bebe. Os gêmeos são, para os pais uma garantia de sorte e de fortuna.

Brasil

Ibeji
Existe uma confusão latente entre Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade, confundindo até mesmo como Orixá.
Ibeji, são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião.
Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc.
Seus filhos são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconseqüente; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhonas, sorridentes, irrequietas, tudo enfim que se possa associar ao comportamento típico infantil. Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem então revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, sua leveza perante a vida se revela no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia.
Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, à vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em torno de si a princípios simplistas como "gosta de mim" ou "não gosta de mim". Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com certa facilidade. Ao mesmo tempo, suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das atividades esportivas, sociais e das festas.
Crianças na Umbanda
Ibeji no Batuque
Bêji no Xambá
A grande cerimônia dedicada a Ibeji acontece a 27 de setembro, dia de Cosme e Damião, quando comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto a eles como aos freqüentadores dos terreiros.
Ibeji na nação Keto, ou Nvunji nas nações Angola e Congo. É a divindade da brincadeira, da alegria; sua regência está ligada à infância. Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exu, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa de Santo.
É a divindade que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. Sua determinação é tomar conta do bebê até a adolescência, independente do orixá que a criança carrega. Ibeji é tudo de bom, belo e puro que existe; uma criança pode nos mostrar seu sorriso, sua alegria, sua felicidade, seu engatinhar, falar, seus olhos brilhantes.
Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o vôo das aves, na beleza e perfume das flores. A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos e lembre-se de uma felicidade, de uma travessura e você estará vivendo ou revivendo uma lenda dessa divindade. Pois tudo aquilo de bom que nos aconteceu em nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, ele já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos.
A palavra Eré vem do yorubá, iré, que significa "brincadeira, divertimento". Daí a expressão siré que significa “fazer brincadeiras”. O Ere(não confundir com criança que em yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do orixá, ou seja, o Ere é o intermediário entre o iniciado e o orixá. Durante o ritual de iniciação, o Ere é de suma importância pois, é o Ere que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado.
O Ere na verdade é a inconsciência do novo omon-orixá, pois o Ere é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão. O Ere conhece todas as preocupações do iyawo (filho), também, aí chamado de omon-tú ou “criança-nova”. O comportamento do iniciado em estado de “Ere” é mais influenciado por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido e convencional atribuído a seu orixá. Após o ritual do orúko, ou seja, nome de iyawo segue-se um novo ritual, ou o reaprendizado das coisas chamado Apanan.
Símbolos: 2 bonecos gêmeos, 2 cabacinhas, brinquedos;Plantas: jasmim, maçã, alecrim, rosaDia: domingo e segunda-feira para nações Ketu e Jeju Jexá;Cor:azul , rosa, verde, mas na verdade gosta do colorido em si.Metal: estanho. Seus elementos: fogo, ar.Saudação:Omi Beijada!.Domínios: parto e infância. Amor união.Comidas: caruru, cocada, cuscuz, frutas doces.Animais: passarinhos.Quizilas: morte, assobio.Características: alegre, otimista, brincalhão, esperto, trabalhador, imaturo, birrento, voraz.O que faz: ajuda a resolver problemas de crianças, dá harmonia na família, facilita uniões.Riscos de saúde: alergias, anginas, problemas de nariz, raquitismo, acidentes.

Ligações externas
Yoruba Ibeji Figures
[http://www.africans-art.com/index.php3?action=page&id_art=1028
Babalorixá Daniel de Oxum Pandá Twin Figure
IROKO

Iroko - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Iroko (Chlorophora excelsa) - Árvore africana, também conhecido como Rôco, Irôco, é um orixá, cultuado no candomblé do Brasil pela nação Ketu e, como Loko, pela nação Jeje. Corresponderia ao Nkisi Tempo na Angola/Congo.
No Brasil, Iroko é considerado um orixá e tratado como tal, principalmente nas casas tradicionais de nação ketu. É tido como orixá raro, ou seja, possui poucos filhos e raramente se vê Irôko manifestado. Para alguns, possui fortes ligações com os orixá chamados Iji, de origem daomeana: Nanã, Obaluaiyê, Oxumarê. Para outros, está estreitamente ligado a Xangô. Seja num caso ou noutro, o culto a Irôko é cercado de cuidados, mistérios e muitas histórias.
No Brasil, Iroko habita principalmente a gameleira branca, cujo nome científico é ficus religiosa. Na África, sua morada é a árvore iroko, nome científico chlorophora excelsa, que, por alguma razão, não existia no Brasil e, ao que parece, também não foi para cá transplantada.
Para o povo yorubá, Iroko é uma de suas quatro árvores sagradas normalmente cultuadas em todas as regiões que ainda praticam a religião dos orixás. No entanto, originalmente, Iroko não é considerado um orixá que possa ser "feito" na cabeça de ninguém.
Para os yorubás, a árvore Iroko é a morada de espíritos infantis conhecidos ritualmente como "abiku" e tais espíritos são liderados por Oluwere. Quando as crianças se vêem perseguidas por sonhos ou qualquer tipo de assombração, é normal que se faça oferendas a Oluwere aos pés de Iroko, para afastar o perigo de que os espíritos abiku levem embora as crianças da aldeia. Durante sete dias e sete noites o ritual é repetido, até que o perigo de mortes infantis seja afastado.
O culto a Iroko é um dos mais populares na terra yorubá e as relações com esta divindade quase sempre se baseiam na troca: um pedido feito, quando atendido, sempre deve ser pago pois não se deve correr o risco de desagradar Iroko, pois ele costuma perseguir aqueles que lhe devem.
Iroko está ligado à longevidade, à durabilidade das coisas e ao passar do tempo pois é árvore que pode viver por mais de 200 anos.

Citações de pesquisadores
Bosman, em 1698 - "Ele era considerado o segundo "fetiche" em importância em Ouidah"
Le Hérissé, em 1910, deu indicações mais pertinentes sobre essa devoção. Uma das principais árvores cultuadas era Loko (Chlorophora excelsa, Moraceae), que em si, não é uma árvore sagrada, apenas o sendo quando serve de assento a uma divindade. Seu nome no Daomé está sempre ligado ao do Vodun que lhe deu este caráter.
Bosman, p.394 - Existem, entre eles, três Divindades principais conhecidas em todo o país...a segunda são árvores (as outras duas são as serpentes e o mar) extraordinariamente altas e que parecem ser a obra-prima da natureza. Contentam-se em fazer-lhes oferendas em caso de doenças e, sobretudo, nas ocasiões em que há febres.
Padre Labat, t.II: 163 - Não custa tanto (ver sacrifícios ao mar) totnar favoráveis as árvores, que são as divindades da segunda espécie. Habitualmente são os doentes que recorrem a elas. Seu poder, como todo homem de bom senso percebe facilmente, é bem pequeno ou, melhor , não é nenhum, mas cura-se a imaginação oferecendo-lhes um sacrifício.. Como, frequentemente, a imaginação é a sede da doença, a partir do momento que esta é curada, é inevitável que o doente se sinta melhor. Sacrificam-se às árvores apenas pães de milhete, de milho ou arroz; o Marabu coloca-os ao pé da árvore para com a qual o doente tem devoção e ali os deixa durante algum tempo. Leva-os embora em seguida, a menos que o doente se entenda com ele para abandonar ali as oferendas, até que os cachorros, aves e porcos a comam.
Guillaume Smith, p. 141 - "Suas divindades de segunda ordem são as árvores muito velhas, pelas quais eles tem grande veneração"... Pruneau Pommegorge, p.197 - "Grandes árvores, que são árvores fetiches; o povo as reverencia e ninguém ousaria cortá-las, sem temer as piores desgraças para o país".
Richard Burton, [1], t. 4:92 - O segundo deus (após a serpente) é representado por árvores soberbas, em cuja formação a Mãe Natureza parece ter exprimido sua grande arte. Fazem-lhe orações e oferendas nas épocas de doença e, sobretudo, de febres. As mais reverenciadas são a Hun-tin ou paineira (Ceiba petandra, Bombacaceae), cujas mulheres, a ela dedicadas, igualam em número as mulheres da serpente, e o Loko, o ordálio Edum, árvore venenosa, bem conhecida na Costa Ocidental Africana. Esta última tem poucas Loko-si ou mulheres de Loko, mas, de outro lado, possui seus próprios potes-fetiche, que podem ser adquiridos em qualquer mercado.
Skertchely, p.467 - A próxima divindade em importância é Atin-bodun cuja forma terrestre é a de diversas árvores, enquanto sua morada se situa em alguns espécimens curiosos das artes e da cerâmica, como por exemplo, uma panela vermelha, com vários orifícios, enterreda no chão e emborcada, com o fundo aparecendo, em um pequeno degrau de terra, aos pés de algum arbusto ou árvore nova, que cresce na porta de uma casa. À direita encontra-se um recipiente em forma de cabaça, com garganta e geralmente pintado de branco na parte exterior. O culto à Atin-bodun consiste na fé em seu poder de prevenção e cura das doenças, sobretudo a febre, e em oferendas de água derramada no pote. Desnecessário dizer que ele é o patrono de todos os médicos. Considera-se que qualquer árvore de grande porte é habitada por essa divindade, mas, para eles, são especialmente sagrados o Hun ou cincho, e o Lokoou árvore do veneno. Uma infusão de suas folhas é usado como ordálio para detectar todo crime oculto.
Ellis, [1], p.49 - Copia com muita exatidão as informações de Burton e acrescenta: As árvores que são as moradas especiais desses deuses - pois não são todas as árvores dessas duas variedades (Huntin e Loko) que são honradas - são cingidas por uma guirlanda de folhas de palmeira...
Uma árvore rodeada por uma guirlanda de folhas de palmeira não pode ser cortada ou maltratada de forma alguma e até mesmo os "cinchos e Odum" que não são animados por Huntin e Loko não podem ser abatidos sem que certas cerimônias sejam realizadas. Considera-se que pertencem ao deus em algum grau ou estão sob sua proteção. Um negro que deseje cortar uma dessas árvores deve, antes de mais nada, oferecer um sacrifício de frangos e de azeite-de-dendê.
Le Hérissé - Escreve ele (p.114): "Loko ou Roco - Existem tantas lendas sobre Roco quanto sobre os Vodun, sob cujo nome aparece esta árvore: Adanloko, Atanloko, Lokozoun etc. " .
Melville Herskovits, [1], t.II:108 situa seu estudo particularmente em Abomé e encara Loko sob o estrito ponto de vista dos integrantes do "Panteão do céu" , onde, diz ele:
...este deus é importante para a compreensão da religião daomeana, na medida em que oferece uma visão das inter-relações dos diversos cultos no Daomé. Entre as divindades do céu, Loko é encarregado de cuidar das árvores que se encontram na terra e suas funções são de tal modo significativasque ele tem como assistente seu jovem irmão , Medje.
As árvores têm alma e são associadas aos espíritos denominados Aziza, que, por um lado, dão a magia aos homens, por outro, são associados ao culto dos antepassados.
Que Loko seja o deus das árvores e que as árvores tenham uma alma explica a importância do emprego das folhas na prática medicinal e religiosa no Daomé e estabelece a declaração de um informante, sacerdote: "Se alguém souber o nome e a história de todas as folhas da mata, saberá tudo o que existe para saber a respeito da religião daomeana".
Alexandre Adandê [1], indica que no bairro de Tenji, em Abomé, Alantan Loko seria o Orísa Oko dos yoruba.
Pierre Verger - Não pude apurar muita coisa sobre os cultos realizados pelos fon aos Vodun cujo nome é associado ao de Loko, a não ser o fato de que eles parecem desempenhar um papél secundário, acompanhando um Vodun mais importante, ao mesmo título que Legba, Gun ou Dan e dos quais trazem o nome, seguido de Loko. Iroko, até certo ponto, parece estar ligado a Esu Elegba. Cantigas para Esu fazem alusão a Iroko e à sua ação calmante". No entanto, não sei muitas coisas mais.
Nina Rodrigues, [1], p.53, no Brasil, diz que: A fitolatria africana na Bahia parece ter duplo sentido. A árvore pode ser um verdadeiro fetiche animado ou, ao contrário, mal representa a morada ou altar de um santo. A gameleira branca (Chlorofora excelsa), árvore abundante neste Estado, é o tipo da planta deus. Com o nome de Iroco é objeto de um culto fervoroso. Mais de uma mãe de terreiro exortou-me a jamais permitir que se abatesse uma gameleira em um terreiro de minha propriedade, pois tal sacrilégio foi causa de grandes infortúnios para muita gente...
EGUNGUN

1 África
2 Brasil
3 Estados Unidos
4 Referências
5 Bibliografia
6 Ligações externas


África
Egungun pertence à Mitologia Yoruba.

Brasil
Egungun,[1] espírito ancestral de pessoa importante, homenageado no Culto aos Egungun, esse culto é feito em casas separadas das casas de Orixá.
No Brasil o culto principal à Egungun é praticado na Ilha de Itaparica no Estado da Bahia mas existem casas em outros Estados.
Normalmente chamado de Babá (pai) Egun, Babá-Egun. Também pode ser referido como Êssa nome dos ancestrais fundadores do Aramefá de Oxóssi (conselho de Oxóssi, composto de seis pessoas). Ou Esa espírito dos adoxu e dignitários do egbe (casa).
Informações do Projeto Egungun
Juana Elbein dos Santos e Dioscóredes M. dos Santos (Mestre Didi). Os nagôs, cultuam os espíritos dos mais velhos de diversas formas, de acordo com a hierarquia que tiveram dentro da comunidade e com a sua atuação em pról da preservação e da transmissão dos valores culturais. E só os espíritos especialmente preparados para serem invocados e materializados é que recebem o nome Egun, Egungun, Babá Egun ou simplesmente Babá (pai), sendo objeto desse culto todo especial.
Porque o objetivo principal do cultos dos Egun é tornar visível os espíritos dos ancestrais, agindo como uma ponte, um veículo, um elo entre os vivos e seus antepassados. E ao mesmo tempo que mantém a continuidade entre a vida e a morte, o culto mantém estrito controle das relações entre os vivos e mortos, estabelecendo uma distinção bem clara entre os dois mundos: o dos vivos e o dos mortos (os dois níveis da existência).

Baba - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Assim, os Babá trazem para seus descendentes e fiéis suas bênçãos e seus conselhos mas não podem ser tocados, e ficam sempre isolados dos vivos. Suas presença é rigorosamente controlada pelos Ojé (sacerdotes do culto) e ninguém pode se aproximar deles.
Os Egungun se materializam, aparecendo para os descendentes e fiéis de uma forma espetacular, em meio a grandes cerimônias e festas, com vestes muito ricas e coloridas, com símbolos característicos que permitem estabelecer sua hierarquia.
Os Babá Egun ou Egun Agbá (os ancestrais mais antigos) se destacam por estar cobertos com uma roupa específica do Egun — chamada de eku na Nigéria ou opá na Bahia, são enfeitadas com búzios, espelhos e contas e por um conjunto de tiras de pano bordadas e enfeitadas que é chamado Abalá, além de uma espécie de avental chamado Bantê, e por emitirem uma voz característica, gutural ou muito fina.
Os Aparaká são Egun mais jovens: não têm Abalá nem Bantê e nem uma forma definida; e são ainda mudos e sem identidade revelada, pois ainda não se sabe quem foram em vida.
Acredita-se, então, que sob as tiras de pano encontra-se um ancestral conhecido ou, se ele não é reconhecível, qualquer coisa associada à morte. Neste último caso, o Egungun representa ancestrais coletivos que simbolizam conceitos morais e são os mais respeitados e temidos entre todos os Egungun, guardiães que são da ética e da disciplina moral do grupo.
No símbolo "Egungun" está expresso todo o mistério da transformação de um ser deste-mundo num ser-do-além, de sua convocação e de sua presença no Aiyê (o mundo dos vivos). Esse mistério (Awô) constitui o aspecto mais importante do culto.

Estados Unidos

Bibliografia
Mestre Didi,
Braga, Julio,
O Culto de Babá Egun em Ponta de Areia (1980-1984). Ancestralidade em Ponta de Areia: mulheres, crianças e o exercício da autoridade. Revista da Bahia, 1989.
Gente de Ponta de Areia: ancestralidade na dinâmica da Vida Social de uma Comunidade Afro-Brasileira. Revista do Departamento de Antropologia da Ufba, Salvador:UFBA, 1984.
Ancestralidade Afro-Brasileira. Salvador, Ianamá/CEAO/Edufba, 1992.

Ligações externas
Em Inglês:
Egungun: The Masked Ancestors of the Yoruba
Egungun Festival
Egungun Mysteries Come to America
Egun/Egungun cult
http://www.sacred-texts.com/afr/yor/yor07.htm07.htm
Em Português:
Alapini Mestre Didi Asipa
Egungun no Candomblé
Ancestralidade Africana no Brasil - Projeto Egungun
ONILÉ

Onilé é um Orixá que representa a base de toda a vida, a Terra-Mãe, tanto na vida como na morte, se caracteriza por ser o princípio e representação coletiva dos elegun e Egungun. é o primeiro a receber as oferendas e a ser evocado nos ritos dos sacrifícios. Todo terreiro possui o acento de Onilé, um deles pode ser observado no centro do Barracão de (candomblé), denominado como o fundamento da casa ou simplesmente Axé da casa, onde todos sabiamente reverencia este local. Também chamado pelo "Povo de santo" de Oluaye, Aiê, Ilê e Sakpatá.
Em algumas tradições, Onilé é uma divindade feminina, representa a Mãe Terra (onde acolhe os ancestrais), Egungun. Conta-se que quando Olorum reuniu os orixás para dividir o poder sobre a criação entre eles, uma de suas filhas, Onilé, escondeu-se sob a terra. E acabou ganhando por este motivo poder e autoridade sobre ela. A primeira parte de todos os sacrifícios de (Ejé) sangue é sempre derramada sobre a terra, independente de para qual entidade ou divindade seja o sacrifício, este gesto é uma forma de lembrar e reconhecer o poder de Onilé. Tudo vem da terra e a ela retorna.

OXALÁ

Assentamentos de Oxaguian e Oxalufancandomblé.
Oxalá é o Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. Apresenta-se de duas maneiras: moço – chamado Oxaguian, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ejionile, e velho – chamado Oxalufan pelo odu ofune representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxala.
Os símbolos do primeiro é uma idá (espada), "mão de pilão" e escudo. O do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô.
A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul, a de Oxalufam é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira.
Sua saudação é ÈPA BÀBÁ ! Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do panteão africano.
Simboliza a paz é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana. É calmo, sereno, pacificador, é o criador, portanto respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A Oxalá pertence os olhos que vêem tudo.
Arquétipo dos filhos de OXALÁ
As pessoas de Oxalá são calmas, responsáveis, reservadas e de muita confiança. Seus ideais são levados até o fim, mesmo que todas as pessoas sejam contrárias a suas opiniões e projetos. Gostam de dominar e liderar as pessoas. São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.
Oxalá - Lendas
Olodumaré entregou a Oxalá o saco da criação para que ele criasse o mundo. Porém essa missão não lhe dava o direito de deixar de cumprir algumas obrigações para outros Orixás e Exu, aos quais ele deveria fazer alguns sacrifícios e oferendas.
Oxalá pôs a caminho apoiado em um grande cajado, o Paxorô. No momento em que deveria ultrapassar a porta do Orun, encontrou-se com Exu que, descontente porque Oxalá se negara a fazer suas oferendas, resolveu vingar-se provocando em Oxalá uma sede intensa. Oxalá não teve outro recurso senão o de furar a casca de um tronco de um dendezeiro para saciar a sua sede.
Era o vinho de palma também conhecido como ("emu" e "oguro") o qual Oxalá bebeu intensamente, ficou bêbado, não sabia onde estava e caiu adormecido. Apareceu então Olófin Odùduà que vendo o grande Orixá adormecido roubou-lhe o saco da criação e em seguida foi a procura de Olodumaré, para mostrar o que teria achado e contar em que estado Oxalá se encontrava.
Olodumaré disse então que “se ele esta neste estado vá você a Odùduà, vá você criar o mundo”. Odùduà foi então em busca da criação e encontrou um universo de água, e aí deixou cair do saco o que estava dentro, era terra. Formou-se então um montinho que ultrapassou a superfície das águas.
Então ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco garras. Ela começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície da água, onde ciscava cobria a água, e a terra foi alargando cada vez mais, o que em Yoruba se diz Ile`nfê expressão que deu origem ao nome da cidade Ilê-Ifê.
Odùduà ali se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás e tornou-se assim rei da terra.
Quando Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da criação. Despeitado, procurou Olodumaré, que por sua vez proibiu-o, como castigo a Oxalá e toda sua família, de beber vinho de palma e de usar azeite de dendê. Mas como consolo lhe deu a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos nos quais ele, Olodumaré insuflaria a vida.
Oxalá
Um dia Oxalufam, que vivia com seu filho Oxaguiam, velho e curvado por sua idade avançada, resolveu viajar a Oyo em visita a Xangô, seu outro filho. Foi consultar um babalaô para saber acerca da viagem. O adivinho recomendou-lhe não seguir viagem. Ela seria desastrosa e acabaria mal.
Mesmo assim, Oxalufam, por teimosia, resolveu não renunciar à sua decisão. O adivinho aconselhou-o então a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa ou sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho e não reclamar de nada, acontecesse o que acontecesse. Seria uma forma de não perder a vida.
Em sua caminhada, Oxalufam encontrou Exú três vezes. Três vezes Exú solicitou ajuda ao velho rei para carregar seu fardo, que acabava derrubando em cima de Oxalufam. Três vezes Oxalufam ajudou Exú, carregando seus fardos imundos. E por três vezes Exú fez Oxalufam sujar-se de sal, azeite de dendê e carvão.
Três vezes Oxalufam ajudou Exú. Três vezes suportou calado as armadilhas de Exú. Três vezes foi Oxalufam ao rio mais próximo lavar-se e trocar suas vestes. Finalmente chegou a Oyó. Na entrada da cidade viu um cavalo perdido, que ele reconheceu como o cavalo que havia presenteado a Xangô.
Tentou amansar o animal para amarrá-lo e devolvê-lo ao filho. Mas neste momento chegaram alguns súditos do rei à procura do animal perdido. Viram Oxalufam com o cavalo e pensaram tratar-se do ladrão do animal. Maltrataram e prenderam Oxalufam. Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro.
Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do Senhor da Justiça, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o reino. Xangô desesperado, procurou um babalaô que consultou Ifá, descobrindo que um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por um crime que não cometera.
Xangô correu para a prisão. Para seu espanto, o velho prisioneiro era seu pai Oxalufam. Xangô ordenou que trouxessem água do rio para lavar o rei. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco. E que todos permanecessem em silêncio. Pois era preciso, respeitosamente, pedir perdão a Oxalufam. Xangô vestiu-se também de branco e encarregou Airá que o carregasse o velho rei nas costas. Levou-o para as festas em sua homenagem e todo o povo saudava Oxalá e todo o povo saudava Xangô. Depois Oxalufam voltou para casa levado por Airá e quando chegou seu filho Oxaguiam ofereceu um grande banquete em celebração pelo retorno do pai.

1 África
2 Brasil
3 Ver também
4 Ligações externas

África
Obatalá, Osala, Osalufon, Osagiyan e Osa-Popo, todos eles denominados Òrìsà funfun (branco), devido à cor que os simboliza, a branca. Obatalá e Odudua são associados de diversas maneiras nos mitos da criação.
Bàbá Epe
Orixa Oko
Lejúgbè
Ajàgúnán
Òsàfuru
Elémòsó
AkajaPriku
Òsàìgbò
Indako
Bàbá Àjàlé
Orixa-Nlá
Obatalá
Odudua
Oxalufan
Oxaguian
Orixá okô
Em língua árabe, "wa xa illah", com o significado de "queira Deus", interjeição que exprime o desejo de que certa coisa suceda; tomara, queira Deus (in: Dicionário da Língua Portuguesa - Larousse Cultural).

Brasil
Oxalá, Obatalá, Orixalá, Orixa-Nlá.
Oxalá é um nome genérico de vários Òrìxá funfun (branco), é como são chamados diversos Orixás africanos no Brasil relacionados com a cor branca e a criação do mundo.
Os filhos de Oxalá têm algumas restrições, Ewo, Quizila:
De acordo com as lendas Oxalá embriagou-se várias vezes com vinho de palma, tornando-se assim uma das restrições bebida alcoólica. Por causa de outra lenda, onde Exú suja suas roupas brancas por três vezes com sal, azeite de dendê e carvão, também se tornaram restrição aos filhos de Oxalá. Nenhuma comida de Oxalá leva sal ou dendê. Um filho de Oxalá jamais deverá usar roupas pretas ou vermelhas por serem as cores de Exú. Também em função das lendas, o dia de Oxalá é a sexta-feira, no Brasil e em outros países onde tem candomblé, todos os iniciados e frequentadores do candomblé costumam vestir-se de branco em homenagem a Oxalá. Os filhos de Oxalá não comem comida de sal e muitos adotaram não comer carne na sexta-feira, só comem peixe. Mas acredita-se que esse costume tenha relação com a Igreja Católica e o sincretismo de Oxalá com o Senhor do Bonfim na Bahia, costume também adotado pelos restaurantes onde nas sexta-feiras servem a pescada branca com molho de camarão.

Ver também
Águas de Oxalá
Festa do Bonfim
Oxalá na Umbanda
Oxalá no Batuque
Orixalá no Xambá

Ligações externas
Em Português:
Os Òrìsà Funfun
Oxalá
Festa do Senhor do Bonfim o sincretismo - Uma das festas mais populares em Salvador
Oxalá
Òríkì Òrìsànlá
Cozinha ritualística e características de Oxalá
OBATALÁ

Òrìsànlá ou Obàtálá na África, "O Grande Òrìsà" ou "O Rei do Pano Branco", na mitologia yoruba, é o criador do mundo, dos homens, animais e plantas. Foi o primeiro Orixá criado por Olodumare e é considerado o maior de todos os Orixás.
É o mais velho dos Òrìsás, o rei de vestes brancas, raiz de todos os outros Òòsààlà. Êle não é feito, faz-se Ayrà ou Òsun Oparà. É o pai de Osàlúfón, que por sua vêz é o pai de Osoguian, tão grande e poderoso é Obàtálá que não se manifesta, sua palavra transforma-se, imediatamente, em realidade.
Representa a massa de ar, as águas frias e imóveis do começo do mundo, controla a formação de novos seres, é o senhor dos vivos e dos mortos, preside o nascimento, a iniciação e a morte. É o reponsável pelos defeitos físicos, e é corcunda porque recusou-se a fazer uma oferenda de sal numa cabaça e Èsù castigou-o pregando a cabaça nas costas, razão pela qual não come sal: comer sal para êle constitui um ato de alto canibalismo. Ele deu a palavra ao homem e durante suas festas não se fala, durante três semanas tudo é silêncio, pois a palavra é dele.

África
Obatalá é o filho direto de Olorum o criador do universo. Depois de criado o universo e a terra em específico; depois de milhares de anos resolveu dar vida a terra e enviou seu filho direto "Obatalá" para esse fim à terra que até então era composta de água. Vindo com o saco da criação Obatalá trouxe consigo uma galinha d'angola que foi responsável por espalhar a terra sobre as águas, dando desta maneira forma à terra sobre a água, depois de criado os montes etc... Obatalá criou os vegetais, animais e por ultimo da própria criação "terra" com ajuda de Nanan moldou o ser humano com o barro e com seu sopro deu vida ao ser humano. Por isso quando as pessoas têm um grande problema de saúde é a este Orixá que se pode recorrer; claro que dependendo do tipo de doença que seja, podemos recorrer também a outros Orixás. Obatalá é quem rege tudo o que é branco sobre a terra em todo sentido da palavra; pureza.
Obatalá - Oba (rei) alá (branco)
Òsàlá - Palavra de origem árabe, mais precisamente de inshalla, com o signifcado de "se Deus quiser, se Deus o permitir".
Orisa-Nla, Orisala ou (Orixalá e Oxalá em português) é o primeiro Orisa Funfun nascido diretamente de Olorun (DEUS) (tudo desses orixás é de cor branca).
O Reverendo Samuel Johnson, no livro "The History of the Yorubas", Lagos, 1937, escreve:
"Orisalá é encarregado do poder criador e é considerado um co-trabalhador de Olorun. Supõe-se que o homem tenha sido feito por Deus e modelado por Orisala. Seus adeptos se distinguem pelo uso de colares de contas brancas e pelas roupas brancas. Não podem beber vinho de palmeira. Os sacrifícios por eles oferecidos não podem conter sal. Os albinos, os anões, os estropiados e os corcundas são considerados sagrados por esse orisa.
Orisala é o nome comum, conhecido e adorado em diversas cidades e sob diversos nomes: Orisa Oluofin em Iwofin, Orisako em Oko, Orisakire em Ikire, Orisagiyan em Ejigbo, Orisaeguin em Owu, Orisajaye em Ijaye, Obatala em Oba."

Ver também
Oxalá

Ligações externas
Em Português:
IIê-Ifé: O Berço Religioso dos Yorubas, de Odùduwà a Sàngó

IFÁ

Ifá*
UNESCO Sítio do Patrimônio Mundial

Jogo de Ikin do sistema de adivinhação Ifa
Tipo
Patrimônio Oral e Imaterial Cultural
Critérios
Referência
[1]
Região**
Nigéria
Inscrição história
Inscrição
2005 (29th Sessão)
* Nome como inscrito na Lista do Património Mundial.** Região, segundo a classificação pela UNESCO.
Ifá, é o nome de um Oráculo africano. É um sistema de adivinhação que se originou na África Ocidental entre os Yorubas, na Nigéria. É também designado por Fa entre os Fon e Afa entre os Ewe. Não é propriamente uma divindade (Orixá), é o porta-voz de Orunmilá e dos outros Orixás.
O sistema pertence as religiões tradicionais africanas mas também é praticado entre os adeptos da Lukumí de Cuba através da Regla de Ocha, Candomblé no Brasil através do Culto de Ifá, e
1 Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade
2 África
3 Origens
4 Métodos utilizados
4.1 Opon-Ifá
4.2 Jogo de Opele
4.3 Jogo de Ikins
5 Oráculo
6 Odu
7 Referências
8 Ligações externas


Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade
Da Nigéria são dois os listados como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade: O Gelede, que também é praticado no Benin e Togo, e os Ifa Divination System, e em estudo na Nigéria um sistema de Tesouros Humanos Vivos e esforços para salvaguardar o suas línguas ameaçadas.
UNESCO
Unesco Cultura, Nigéria
The Ifa Divination System

África
*Nota:, esta é sòmente uma versão da ordem, e pode mudar dependendo da região
16 Odús principais
Nome
1
2
3
4
Ogbe
I
I
I
I
Oyẹku
II
II
II
II
Iwori
II
I
I
II
Odi
I
II
II
I
Ọbara
I
II
II
II
Ọkanran
II
II
II
I
Irosun
I
I
II
II
Iwọnrin
II
II
I
I
Ogunda
I
I
I
II
Ọsa
II
I
I
I
Irẹtẹ
I
I
II
I
Otura
I
II
I
I
Oturupọn
II
II
I
II
Ika
II
I
II
II
Ọsẹ
I
II
I
II
Ofun
II
I
II
I
16 Afa-du principais(Yeveh Vodoun)
Nome
1
2
3
4
Gbe-Meji
I
I
I
I
Yeku-Meji
II
II
II
II
Woli-Meji
II
I
I
II
Di-Meji
I
II
II
I
Abla-Meji
I
II
II
II
Akla-Meji
II
II
II
I
Loso-Meji
I
I
II
II
Wele-Meji
II
II
I
I
Guda-Meji
I
I
I
II
Sa-Meji
II
I
I
I
Lete-Meji
I
I
II
I
Tula-Meji
I
II
I
I
Turukpe-Meji
II
II
I
II
ka-Maji
II
I
II
II
Ce-Meji
I
II
I
II
Fu-Meji
II
I
II
I

O babalawo e os aprendizes sempre ao seu lado. O aprendizado começa muito cedo.
O Orixá Orumilá é também chamado de Ifá, ou Orunmila-Ifa e também é denominado frequentemente Agbonniregun ("Aquele que é mais eficaz do que qualquer remédio"). Em caso de dúvida Ifá é consultado pelas pessoas que precisam de uma decisão, que queiram saber sobre casamentos, viagens, negócios importantes, doenças, ou por motivo religioso.
Para os yorubas o sacerdote é o babalawo e entre os Fons e Ewes recebe a designação de bokonon, e o sistema de adivinhação é o mesmo. O babalawo (pai do segredo) recebe as indicações para as respostas através dos signos (odù) de Ifá.

Origens

Objeto sagrado de Orumila Ifa.
Orunmilá é o orixá e divindade da profecia. Ifá é o nome do Oráculo utilizado por Orunmilá. O Culto de Ifá pertence a religião Yorùbá.
O culto do vodun Fa é originário de Ile Ifè, e chegou ao antigo Daomé pelas mãos de sacerdotes imigrados do território yoruba já a partir do século XVII, mas sua instalação oficial como uma das divindades reconhecidas pelo rei de Abomei teria se dado ou através do babalawo Adéléèyé, de Ile Ifè que chegou a Abomei no reinado de Agadjá (1708-1732) , junto com outros (Gongon, Abikobi, Ato e Gbélò), ou pela princesa Nà Hwanjele, mãe do rei Tegbessu (1732-1775), que era de origem yoruba. Os sacerdotes de Fá são chamados em fon de bokonon, o correspondente a babalawo dos yoruba. O bokonon da corte de Abomei é um dos dignitários do rei reconhecido na categoria de príncipe e está entre os poucos autorizados a vestir djelaba em público e a permanecer com a cabeça coberta diante do rei e da rainha-mãe.

Métodos utilizados
O Babalawo (pai que possui o segredo), é o sacerdote do Culto de Ifá. Ele é o responsável pelos rituais, iniciações, todos no culto dependem de sua orientação e nada pode escapar de seu controle. Por garantia, ele dispõe de três métodos diferentes de consultar o Oráculo e, por intermédio deles, interpretar os desejos e determinações dos Orixás. Òpelè-Ifá, Jogo de Ikins e (jogo de búzio por odu) Merindilogun.

Opon-Ifá

Opon-Ifá, tábua sagrada feita de madeira e esculpida em diversos formatos, redonda [2], retangular, quadrada, oval,[3] utilizada para marcar os sígnos dos Odús (obtidos com o jogo de Ikins) sobre um pó chamado Ierosum. Método divinatório do Culto de Ifá utilizado pelos babalawos.
Irokê-Ifá [4] ou Irofá de Orula instrumento utilizado pelo babalawo durante o jogo de Ikin com o qual bate na tábua Opon-Ifá.

Jogo de Opele

Opele Ifá
O Òpelè-Ifá ou Rosário de Ifá é um colar aberto composto de um fio trançado de palha-da-costa ou fio de algodão, que tem pendentes oito metades de fava de opele, é um instrumento divinatório dos tradicionais sacerdotes de Ifá.
Existem outros modelos mais modernos de Opele-Ifá, feitos com correntes de metal intercaladas com vários tipos de sementes, moedas ou pedras semi-preciosas.[5][6]
O jogo de Opele-Ifá é o mais praticado por ser a forma mais rápida, pois a pessoa não necessita perguntar em voz alta, o que permite o resguardo de sua privacidade, também de uso exclusivo dos Babalawos, com um único lançamento do rosário divinatório aparecem 2 figuras que possuem um lado côncavo e outro convexo, que combinadas, formam o Odú.

Jogo de Ikins

Jogo de Ikin
O Jogo de Ikin só é utilizado em cerimônias relevantes, só pode ser consultado pelo babalawo. O jogo compõe-se de 21 nozes de dendezeiro Ikin, são manipuladas pelo babalawo com a finalidade de se apurar o Odú a ser interpretado e transmitido ao consulente. Dos 21 Ikins, 16 são colocados na palma da mão esquerda, com a mão direita rapidamente o babalawo tenta retirá-los de uma vez. A determinação do Odú é a quantidade de Ikin que sobrou na mão esquerda, o resultado seja qual for, terá que ser riscado sobre o ierosun que está espalhado no Opon-Ifa, para um risco usa o dedo médio da mão direita e para dois riscos usa dois dedos o anular e o médio da mão direita. Deverá repetir a operação quantas vezes forem necessárias até obter duas colunas paralelas riscadas da direita para a esquerda com quatro sinais, se não sobrar nenhum ikin na mão esquerda, a jogada é nula e deve ser repetida.

Oráculo
O oráculo consiste em um grupo de côcos de dendezeiro ou Búzios, ou réplicas destes, que são lançados para criar dados binários, dependendo se eles caem com a face para cima ou para baixo. Os côcos são manipulados entre as mãos do adivinho , e no final são contados, para determinar aleatoriamente se uma certa quantidade deles foi retida. As conchas ou as réplicas são freqüentemente atadas em uma corrente divinatória, quatro de cada lado. Quatro caídas ou búzios fazem um dos dezesseis padrões básicos (um odu, na língua Yoruba); dois de cada um destes se combinam para criar um conjunto total de 256 odus. Cada um destes odus é associado com um repertório tradicional de versos (Itan), freqüentemente relacionados à Mitologia Yoruba, que explica seu significado divinatório. O sistema é consagrado aos orixás Orunmila-Ifa, orixá da profecia e a Exu que, como o mensageiro dos Orixás, confere autoridade ao oráculo.
O sistema inteiro traz uma semelhança superficial com os sistemas ocidentais de geomancia. Suspeita-se que a geomancia ocidental é um empréstimo de um sistema criado pelos Árabes e trazida para o norte da África, onde foi aprendida pelos europeus durante as Cruzadas. Muito embora possua um número diferente de símbolos, o sistema carrega também alguma semelhança com sistema chinês do I Ching.

Cada odù é formado por um conjunto constituído por duas colunas verticais e paralelas de quatro índices cada. Cada um desses índices compoem-se de um traço vertical ou de dois traços verticais paralelos que o babalawo traça no pó (iyerosun) espalhado sobre um tabuleiro de madeira esculpida (Opon-Ifá) à medida em que vai extraindo os resultados pela manipulação dos côcos de dendezeiro ou ikin-ifá.
O babalawo detecta esse odù manipulando caroços de dendê (Ikin) ou jogando o rosário de Ifá chamado (Opele-Ifa).
Existem 256 odù, correspondendo cada um a uma série lendas (Itan).

Ligações externas
Video Nigeria and Benin
UNESCO Heritage Masterpieces
Awo Study Center
Ifá e jogo de Búzios
Opon-Ifa
Orunmila
Ikins-Ifa
Divination Yoruba
Online simulation of Ifá divination, with the names of the odus
Ifá divination tools in African art
Fotos Palácio de Oba Alaafin Oyo

ODUDUWA

1 África
2 Brasil
3 Referências
4 Ligações externas

África
Oduduwa, foneticamente escrito como Odùduwà, e às vezes contraído como Odudua, Oòdua, geralmente é mantido entre os Yorubas por ser o ancestral dos reis Yorubas coroados.

Brasil
É um Orixá, Odùduà - Oduduwa - Odùduwà , foi um rei que teria vindo do leste, no momento das correntes migratórias causadas por uma invasão berbere no Egito.
Segundo Pierre Verger, esse fato provocou deslocamentos de populações inteiras, expulsando-se progressivamente umas às outras, em direção ao oeste, para terminar em Borgu, também chamada região dos Baribas.
O rei Oduduwa ou Oduwa, era o pai de Oranian o fundador de Oyo.

Referências
Ojuade, J. 'Sina (1992) 'The issue of 'Oduduwa' in Yoruba genesis: the myths and realities', Transafrican Journal of History, 21, 139-158.
Obayemi, A. 1976. The Yoruba and Edo-speaking Peoples and their Neighbors before 1600 AD, in JFA Ajayi & M. Crowder (ed.), History of West Africa 1: 255-322

Ligações externas
Em Português:
IIê-Ifé: O Berço Religioso dos Yorubas,de Odùduwà a Sàngó

ORANYAN

Oranyan (também conhecido como Oranmiyan) foi um rei Yoruba da cidade de Ife, Nigéria. Era o filho mais novo de Oduduwa e foi o mais poderoso de todos, e mais famoso em toda nação Yoruba. Famoso como caçador e pelas grandes e numerosas conquistas. Foi o fundador do Reino de Oyo por volta de 1400. Em Ifé existe um monolito que tem o nome Opa Òrànmíyàn em sua homenagem.
Uma de suas mulheres, Torosi, que era filha de Elémpe, rei da nação Tapá (Nupé), foi a mãe de Xangô que mais tarde veio ser o Alaafin de Oyo no lugar de seu irmão mais velho Dadá Ajaká, Oranian colocou seu outro filho, Eweka, como rei de Benim, e se tornou o Óòni de Ifé.

História
Pierre Verger, em "Orixás, Editora Corrupio" descreve um Itan que fala do nascimento de Oranyan:
"Oranyan foi concebido em condições muito singulares, que sem dúvida, espantariam os geneticistas modernos. Uma lenda relata como Ogum, durante uma de suas expedições guerreiras, conquistou a cidade de Ogotún, saqueou-a e trouxe um espólio importante. Uma prisioneira de rara beleza chamada Lakanjê agradou-lhe tanto que ele não respeitou sua virtude. Mais tarde, quando Oduduwa, pai de Ogum, a viu, ficou perturbado, desejou-a por sua vez e fez dela uma de suas mulheres. Ogum, amedrontado, não ousou revelar a seu pai o que se passara entre ele e a bela prisioneira. Nove meses mais tarde, Oranyan nascia. O seu corpo era verticalmente dividido em duas cores. Era preto de um lado, pois Ogum tinha a pele escura, e pardo do outro, como Oduduwa, que tinha a pele muito clara... Essa característica de Oranyan é representada todos os anos em Ifé, por ocasião da festa de Olojó, quando o corpo dos servidores do Oòni é pintado de preto e branco. Eles acompanham Óòni de seu palácio até Òkè Mògún, a colina onde se ergue um monolito consagrado a Ogum. Essa grande pedra é cercada de màrìwò òpè, franjas de palmeiras desfiadas, e, nesse dia, os sacrifícios de cão e galo são aí pendurados. Óòni chega vestido suntuosamente, tendo na cabeça a coroa de Oduduwa. É uma das raras ocasiões, talvez mesmo a única do ano, em que ele a usa publicamente, fora do palácio. Chegando diante da pedra de Ogum, ele cruza por um instante sua espada com Osògún, chefe do culto de Ogum em Ifé, em sinal de aliança, apesar do desprazer experimentado por Odùduà quando descobriu que não era o único pai de Oranyan."

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Em Português:
IIê-Ifé: O Berço Religioso dos Yorubas,de Odùduwà a Sàngó

Referências
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vdeOrixá-Ifá
Ser Supremo
Olodumare

Orixás
Aganju · Ayirá · Dada · Exu · Erinle · Ibeji · Iemanjá · Iroko · Logunede · Nanã · Oba · Obaluayê · Obatalá · Ogun · Olokun · Ori · Orixá Oko · Orunmila · Osanyin · Oxalá · Oxossi · Oxum · Oxumare · Oya · Xangô · Yewá
Países
Benin · Brasil · Colombia · Cuba · Estados Unidos · México · Nigéria · Porto Rico · Trinidad · Venezuela
Tópicos
Arte · Ifá · Itan · Medicina · Mitologia · Música · Ogboni · Gelede · Egungun
Locais sagrados
Ile Ifé · Osun-Osogbo · Yorubaland
Heróis
Moremi · Oduduwa · Oranyan
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vdeMitologia Africana

BAIANI

Bayanni, Baiani ou Banni
Baiani, Bayanni ou Dada filho de Òrànmíyàn é irmão mais velho de Xangô e Soponna. Tornou-se Alaafin de Oyo Pacífico, foi um rei fraco que quase não reinou.
No Brasil é chamado de Bayanni ou Dadá Ajaká, é representado por uma coroa de búzios chamada de Ade Bayanni ou Adê de Banni é enfeitada de búzios com diversas tiras pendentes.
Orixá cultuado no Terreiro do Gantois, tem uma festa anual chamada Festa de Baiani muito concorrida por ser talvez a única casa de candomblé que cultue este Orixá.

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OLOKUN

1 África
2 Brasil
3 Cuba
4 Haiti

África
Na Mitologia Yoruba, Olóòkun ou Olokun - No Benin é considerado como do sexo masculino e em Ifé como sendo do sexo feminino, divindade do mar. Proprietário/a (Olo) dos Oceanos (Okun).

Brasil
No Brasil é cultuada como mãe de Iemanjá e dona do mar (Olokun).
É cultuada nas casas de candomblé tradicionais, mas não toma parte nas festas, não são entoados cânticos no "xirê", assim como acontece com outros orixás (Orunmila, Oduduwa). São assentados mas não são "iníciados" iawos para estes orixás.
Com a vinda de sacerdotes africanos para o Brasil, hoje tenta-se resgatar o culto, porém sem identificação pelos fiéis. Talvez por não se ter conhecimento e sincretismo.
É homenageada durante a Festa de Iemanjá.

OLOSSA

Olóssa ou Olossa - Na Mitologia Yoruba é a divindade das lagoas. É cultuada no Brasil na Lagoa do Abaeté, Salvador, Bahia juntamente com Iemanjá que também é considerada Orixá dos lagos.












OXALUFAN


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Igbin - Helix pomatia.
Oxalufan, Oxalufã ou Oxalufon, Orixá africano cultuado em todo o Brasil por todas as religiões afro-brasileiras, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ofun ou êjiokô e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxalufan.
Considerado um Oxalá muito velho, curvado pelos anos, que anda com dificuldade e hesitação, como se estivesse atacado pelo reumatismo. Ele apoia seus passos cambaleantes sobre um paxorô (ou opaxorô), grande bastão de metal branco, encimado pela imagem de um pássaro e ornado por discos de metal e pequenos sinos. Considerado como o Orixá da Paz, da paciência, tudo que se refere à Oxalá é ligado a calma e a tranquilidade. Sua cor é o branco e seus filhos não podem usar roupa preta, vermelha e tons escuros. Seu dia da semana é a sexta-feira, e por respeito ao pai mais velho, todo povo-de-santo usa branco nesse dia. Sua dança é lenta como o passo do Igbin.
O Igbin, que é chamado o boi de Oxalá, é sua oferenda favorita juntamente com o Ebô. E Igbin também é o nome do toque dedicado à Oxalá. E As Águas de Oxalá é a sua principal festa realizada sempre no mês de janeiro nas principais casas tradicionais da Bahia.

África

Oxalufan - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Oxalufon, ou Orìsà Olúfón, segundo relato de Pierre Verger, na África é velho e sábio, cujo templo é em Ifon, pouco distante de Oxogbô. Seu culto permanece ainda relativamente bem preservado nessa cidade tranquila, que se caracteriza pela presença de numerosos templos, igrejas católicas e protestantes e mesquitas que atraem, todas elas, aos domingos e sextas-feiras, grande número de fiéis de múltiplas formas de monoteísmos importados de outros países. Em contraste com essa afluência, o dia da semana iorubá consagrado a Orìsànlá só interessa atualmente a pouca gente. Exatamente um pequeno núcleo de seis sacerdotes, os Ìwèfà méfà (Aájè, Aáwa, Olpuwin, Gbògbò, Aláta e Ajíbódù) ligados ao culto de Orìsà Olúfón.
A cerimônia de saudações ao rei de dezesseis em dezesseis dias pelos Ìwèfà e pelos Olóyè chama a atenção pela calma, simplicidade e dignidade. O rei Olúfón espera sentado à porta do palácio reservada só para ele e que dá para o pátio. Ele está vestido com um pano e gorro brancos. Os Olóyè avançam, vestidos de tecido branco amarrado no ombro esquerdo, e seguram um grande cajado. Aproximam-se do rei, param diante dele, colocam o cajado no chão, tiram o gorro, ficam descalços, desatam o tecido amarram-no à cintura. Com o torso nu em sinal de respeito, ajoelham-se e prostram-se várias vezes, ritmando, com uma voz respeitosa, um pouco grave e abafada, uma série de votos de longa vida, de calma, felicidade, fecundidade para suas mulheres, de prosperidade e proteção contra os elementos adversos e contra as pessoas ruins. Tudo isso é expresso em uma linguagem enfeitada de provérbios e de fórmulas tradicionais. Em seguida os Olóyè e os Ìwèfà vão sentar-se de cada lado do rei, trocando saudações, cumprimentos e comentários sobre acontecimentos recentes que interessam à comunidade. A seguir, o rei manda servir-lhes alimentos, dos quais uma parte foi colocada diante do altar de Òsàlúfón, para uma refeição comunitária com o deus.

Ver também
Candomblé
Batuque
Xambá

Ligações externas
Os Òrìsà Funfun
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Oxalufan"
OXAGUIAN

Assentamentos de Oxaguian com Kele branco e azul candomblé.

1 África
2 Brasil
3 Características
4 Arquétipo dos filhos de Oxaguian
5 Batalha dos Atoris
6 O Castelo de Ogum
7 Ogum faz instrumentos agrícolas para Oxaguian
8 Ligações externas


África
Oxaguian na mitologia yorubá é um jovem guerreiro, um Oxalá jovem, seria filho de Oxalufon, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ejionile e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxaguian. Seu templo principal é em Ejigbo, estado de Ọsun, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo.
Em Lendas Africanas dos Orixás, Pierre Fatumbi Verger conta uma das lendas que Oxaguian teria nascido em Ifé, bem antes de seu pai tornar-se o rei de Ifan. Oxaguian, valente guerreiro, desejou, por sua vez, conquistar um reino. Partiu, acompanhado de seu amigo Awoledjê. Oxaguiã não tinha ainda este nome. Chegou num lugar chamado Ejigbô e aí tornou-se Elejigbô (Rei de Ejigbô). Oxaguiã tinha uma grande paixão por inhame pilado, comida que os iorubás chamam iyan. Elejigbô comia deste iyan a todo momento; comia de manhã, ao meio-dia e depois da sesta; comia no jantar e até mesmo durante a noite, se sentisse vazio seu estômago! Ele recusava qualquer outra comida, era sempre iyan que devia ser-lhe servido.
Chegou ao ponto de inventar o pilão para que fosse preparado seu prato predileto! Impressionados pela sua mania, os outros orixás deram-lhe um cognome: Oxaguiã, que significa "Orixá-comedor-de-inhame-pilado", e assim passou a ser chamado.
Awoledjê, seu companheiro, era babalawo, um grande advinho, que o aconselhava no que devia ou não fazer. Certa ocasião, Awoledjê aconselhou a Oxaguiã oferecer: dois ratos de tamanho médio; dois peixes, que nadassem majestosamente; duas galinhas, cujo fígado fosse bem grande; duas cabras, cujo leite fosse abundante; duas cestas de caramujos e muitos panos brancos. Disse-lhe, ainda, que se ele seguisse seus conselhos, Ejigbô, que era então um pequeno vilarejo dentro da floresta, tornar-se-ia, muito em breve, uma cidade grande e poderosa e povoada de muitos habitantes.
Depois disso Awoledjê partiu em viagem a outros lugares. Ejigbô tornou-se uma grande cidade, como previra Awoledjê. Ela era arrodeada de muralhas com fossos profundos, as portas fortificadas e guardas armados vigiavam suas entradas e saídas.
Havia um grande mercado, em frente ao palácio, que atraía, de muito longe, compradores e vendedores de mercadorias e escravos. Elejigbô vivia com pompa entre suas mulheres e servidores. Músicos cantavam seus louvores. Quando falava-se dele, não se usava seu nome jamais, pois seria falta de respeito. Era a expressão Kabiyesi, isto é, Sua Majestade, que deveria ser empregada.
Ao cabo de alguns anos, Awoledjê voltou. Ele desconhecia, ainda, o novo esplendor de seu amigo. Chegando diante dos guardas, na entrada do palácio, Awoledjê pediu, familiarmente, notícias do "Comedor-de-inhame-pilado". Chocados pela insolência do forasteiro, os guardas gritaram: "Que ultraje falar desta maneira de Kabiyesi! Que impertinência! Que falta de respeito!" E caíram sobre ele dando-lhe pauladas e cruelmente jogaram-no na cadeia.
Awoledjê, mortificado pelos maus tratos, decidiu vingar-se, utilizando sua magia. Durante sete anos a chuva não caiu sobre Ejigbô, as mulheres não tiveram mais filhos e os cavalos do rei não tinham pasto. Elejigbô, desesperado, consultou um babalaô para remediar esta triste situação. "Kabiyesi, toda esta infelicidade é consequência da injusta prisão de um dos meus confrades! É preciso soltá-lo, Kabiyesi! É preciso obter o seu perdão!"
Awoledjê foi solto e, cheio de ressentimento, foi-se esconder no fundo da mata. Elejigbô, apesar de rei tão importante, teve que ir suplicar-lhe que esquecesse os maus tratos sofridos e o perdoasse.
"Muito bem! - respondeu-lhe. Eu permito que a chuva caia de novo, Oxaguiã, mas tem uma condição: Cada ano, por ocasião de sua festa, será necessário que você envie muita gente à floresta, cortar trezentos feixes de varetas. Os habitantes de Ejigbô, divididos em dois campos, deverão golpear-se, uns aos outros, até que estas varetas estejam gastas ou quebrem-se".
Desde então, todos os anos, no fim da seca, os habitantes de dois bairros de Ejigbô, aqueles de Ixalê Oxolô e aqueles de Okê Mapô, batem-se todo um dia, em sinal de contrição e na esperança de verem, novamente, a chuva cair.
A lembrança deste costume conservou-se através dos tempos e permanece viva, também, na Bahia.
Por ocasião das cerimônias em louvor a Oxaguiã, as pessoas batem-se umas nas outras, com leves golpes de vareta... e recebem, em seguida, uma porção de inhame pilado, enquanto Oxaguiã vem dançar com energia, trazendo uma mão de pilão, símbolo das preferências gastronômicas do Orixá "Comedor-de-inhame-pilado."

Brasil
Oxaguian é um Oxalá jovem. Sempre de branco. Usa espada, escudo, polvarim e mão de pilão. Guerreiro, seu dia da semana é sexta-feira. Come cabra, e é o dono do inhame.
Seu lugar no Panteão dos Orixás
Oxaguian ou Oxaguiã: Divindade Yorubá, cultuado no Candomblé afro-brasileiro.
Segundo a mitologia Yorubá, o universo foi criado por Olorum. Os filhos de Olorum são os Orixás, que receberam cada qual atribuições e responsabilidades sobre a criação de seu Pai. O primeiro e mais velhos dos Orixás é Oxalá, a quem se credita a criação do Homem.
Oxaguian é apontado como o aspecto jovem de Oxalá, outras vezes é apontado como filho de Oxalufã, o qual é tido como o aspecto velho de Oxalá. Oxaguian, "o moço", na sua forma "guerreira" de Oxalá, carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza.

Oxaguian - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Na mitologia Yorubá, os Orixás associam-se a cidades ou regiões africanas, que seriam regidas ou favorecidas por seu respectivo Orixá. Seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo.
Orixá do dinamismo e movimento construtivo, da cultura material. Seu domínio são as lutas diárias por sustento e trabalho e a paz. Oxaguian incentiva o trabalho e a superação. Oxaguian é o provedor, é o guerreiro da paz. Nunca entra numa batalha para perder, sempre ganhando suas lutas e superando quaisquer obstáculos.
É sempre retratado como um guerreiro forte, astuto e conquistador, Oxaguian rege as inovações, a busca pelo aprimoramento, o inconformismo. É um Orixá relacionado com o sustento do dia a dia, gostando de mesa farta. Seu sustento vem do fundo da terra ou da floresta. Ele detém todas as armas e as usa para alcançar seus objetivos, que são: dar para quem tem fome e até tomar de quem tem muito e não tem fome.
Sua comida favorita é o inhame. Sendo orixá das inovações e invenções, criou para si o pilão, de tal forma que pudesse saborear seu prato favorito. Daí inclusive deriva seu nome: Oxaguian significa literalmente “Orixá comedor de Inhame Pilado”.
Diz-se que enquanto Ogum fornece meios (ferramentas e armas) Oxaguian fornece inteligência e vontade para vencer. Representa o início de um movimento. Este orixá tem personalidade violenta e severa.
É com Oxaguian que se encerra o ciclo das festas de Oxalá com a festa do Pilão de Oxaguian (ojó odo)- o dia do pilão.

Características
Suas armas (Ferramentas símbolos) são: espadas (sabre), Ofá (arco e flecha), Atori (Vara), Polvarim, Escudo e mão de pilão (seu maior símbolo);
Suas Cores: Branco e Prata;
Seu dia de devoção: Sextas-feiras;
Sua comida: é o inhame pilado;
Seu Metal: Prata e metais brancos;
Suas contas são: brancas intercaladas de azul claro;
Sua festa: Pilão de Oxaguiã (festa dos inhames novos);
Seus elementos: O Ar e a Atmosfera;
Saudação: Epa bàbá!!!

Arquétipo dos filhos de Oxaguian
A liderança é uma de suas especialidades. Duas características dividem os filhos de Oxaguian: Uns são amigos das intrigas, são orgulhosos, se acham os melhores , são faladores. Outros são voltados para a família, calmos e guardam segredos para si, mas todos são teimosos ou como eles próprios dizem determinados.
Na verdade são duas faces de Oxaguian, numa delas estão os filhos que carregam a espada e os outros, os mais calmos carregam a mão de pilão.
Os filhos de Oxaguian são valentes, guerreiros, combativos, geniosos, intuitivos , são instáveis, têm caráter romântico e são sensuais. Os filhos de Oxaguian não desprezam o sexo e cultivam o amor livre.
Além destas características, são alegres, gostam profundamente da vida, são faladores e brincalhões. Ao mesmo tempo são idealistas, defensores dos injustiçados, dos fracos e dos oprimidos.
Frequentemente são Orgulhosos, sedentos de feitos gloriosos.
Oxaguian é um jovem guerreiro combativo, seus filhos são habitualmente altos, esguios, eventualmente robustos, mas não são agressivos ou brutais.
Os filhos de Oxaguian são ciumentos e detestam concorrência. São criativos, generosos, inteligentes, sábios e justos. Em seu aspecto negativo porém, são também lentos, mandões, teimosos e podem ser violentos.
Itan do nascimento. Nasceu dentro de uma concha de caramujo. Não tinha mãe. E quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem sentido e sem rumo. Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame pilado. Apesar de feliz com sua nova cabeça branca, ela esquentava muito, e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos. E sofria muito. Um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do medo que sentia, o calor era insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu.
Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava o tempo todo com o orixá.
Então Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça branca, mas tanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e sem problemas. A partir deste dia ele e Ogum andam juntos transformando o mundo. Oxaguiã depositando o conflito de idéias e valores que mudam o mundo e Ogum fornecendo os meios para a transformação, seja a tecnologia ou a guerra.

Batalha dos Atoris
Itan Batalha dos Atoris. Na cidade Africana de Eleegibò até hoje por ocasião de sua festa os habitantes são divididos entre dois bairros e trocam golpes de atori (varas), relembrando o mito que diz sobre um Babalaô seu amigo que foi preso pelos guardas de Eleegibò ,por que se referiu o Rei como, Oxaguian (Orixá Comedor de Inhame) tendo sido encontrado no calabouço Oxagüian pediu-lhe perdão só aceito se os moradores da cidade trocasse golpes de varas durante suas festas (sob pena de não haver boa colheita caso isto não acontecesse).

O Castelo de Ogum
Itan O Castelo de Ogum, Oxaguian, jovem filho guerreiro de Oxalá, acompanhava Ogum pela terra em suas guerras. Aproveitava de toda ocasião em que a guerra criava destruição para reconstruir no lugar algo maior e mais próspero. Assim espalhou pelo mundo prosperidade, sem descanso, obrigando todos a trabalhar e progredir. Onde via preguiça, inspirava movimento e crescimento. Um dia, entre uma batalha e outra, Oxaguian foi à cidade de Ogun para buscar provisões e encontrou um castelo que acabava de ser construído pelo povo do lugar em oferecimento a Ogum. Oxaguian perguntou ao povo: “Que vão fazer agora que terminaram de construir o castelo do seu rei?” “Descansar”, eles responderam. Oxaguian retrucou: “O seu rei ainda demora a voltar; vocês devem aproveitar deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo ainda melhor e encham de alegria o seu rei.” Sacou da espado e com um toque empurrou a parede do castelo, que ruiu todo.” Oxaguian voltou para a guerra, e o povo pôs-se a construir um castelo ainda melhor.
O tempo passou e Oxaguian voltou à cidade de Ogun em busca de mais provisões. Encontrou lá um castelo ainda maior e melhor do que o que tinha derrubado. Semelhante diálogo se travou. Oxaguian perguntou ao povo: “Que vão fazer agora que terminaram o castelo do seu rei?” “Vamos descansar”, eles responderam. Oxaguian interrogou: “Mais uma vez, o seu rei demora a voltar; vocês que aproveitem ainda deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo melhor para o seu rei.” Como tinha feito antes, sacou da espado e com um toque derrubou o castelo.” E partiu para guerra, voltando sempre em busca de novas provisões. Tantas vezes isto aconteceu que o povo do lugar se transformou em um povo de grandes construtores, desenvolvendo engenharia e arquitetura soberba, reconhecida mundialmente. Oxaguian promove o progresso. Não gosta de ver ninguém parado.

Ogum faz instrumentos agrícolas para Oxaguian
Oxaguian, rei de Ejigbô, o Elejigbô, chamado "Orixá-Comedor-de-inhame-pilado", inventou o pilão para saborear mais facilmente seus prediletos inhames. Todo o povo do seu reino adotou a sua preferência. Todo o povo de Ejigbô comia inhame pilado. E tanto seu comia inhame em Ejigbô que já não se dava conta de plantá-lo. E assim, grande fome se abateu sobre o, povo de Oxalá.
Oxaguian foi consultar Exu, que o mandou fazer sacrifícios e procurar o ferreiro Ogum, que naquele tempo viva nas terras de Ijexá. O que podia fazer Ogum para que o povo de Ejigbô tivesse mais inhame?, consultou Oxaguian. Ogum pediu sacrifícios e logo deu a solução. Em sua forja, Ogum fez ferramentas de ferro.
Fez a enxada e o enxadão, a foice e a pá, fez o ancinho, o rastelo, o arado. "Leve isso para o seu povo, Elejigbô, e o trabalho na plantação vai ser mais fácil. Vão colher muitos inhames, mais do que agora quando plantam com as mãos", disse Ogum. E assim foi feito e nunca se plantou tanto inhame e nunca se colheu tanto inhame. E a fome acabou.
O povo de Ejigbô, agradecido cultuou Ogum e ofereceu a ele banquetes de inhames e cachorros, caracóis, feijão-preto regado com azeite-de-dendê e cebolas. Ogum disse a Oxaguian: "Na casa de seu Pai todos se vestem de branco, por isso também assim me visto para receber as oferendas". E o povo o louvava e Ogum ficou feliz. E o povo cantava: "A kaja lónì fun Ògúnja mojuba". "Hoje fazemos sacrifício de cachorros a Ogum, Ogunjá, Ogum que come cachorro, nós te saudamos". Oxaguian disse a Ogum: "Meu povo nunca há de se esquecer de sua dádiva. Dê-me um laço de seu abadá azul, Ogum, para eu usar com meu axó funfun, minha roupa branca. Vamos sempre nos lembrar de Ogunjá". E, do reino de Ejigbô até as terras de Ijexá, todos cantaram e dançaram.
Referência Bibliográfica: VERGER, Pierre; Orixás, Deuses Iorubás na Africa e no Novo Mundo; 5.ª ed; Currupio, Salvador, 1997. VERGER, Pierre; Notas sobre o culto aos orixás e voduns; Edusp, São Paulo, 1999. PRANDI, Reginaldo; Mitologia dos Orixás; Companhia das Letras, São Paulo, 2001.
Inhame

Ligações externas
Os Òrìsà Funfun
ORIXÁ OKÔ

Orixá Oko - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
O Orixá Okô é o orixá da agricultura. Chibata de couro, cajado de madeira. Toca uma flauta de osso. Veste branco.
Divindade da agricultura, ligado a colheita dos inhames novos e a fertilidade da terra. Orixá Nagô, pouco conhecido no Brasil. Na época em que os escravos aqui chegaram, não deram muita importância a este Òrìxá, considerando como Orixá da agricultura, em seu lugar, Òfún, e dos grãos a Obaluaiyê.
Quando manifesta-se leva um cajado de madeira que revela sua relação com as árvores, traz uma flauta de osso que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade, é confundido com Oxalá, pois veste-se de branco. Seu Òpásórò (cajado), no Brasil, é confeccionado em madeira. Sendo um Orixá raro, tem poucas qualidades conhecidas. É um Orixá rico.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Orix%C3%A1_Ok%C3%B4"

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