terça-feira, novembro 10, 2009

Introdução aos Mantras


Introdução aos Mantras

Um Mantra é uma combinação de sílabas sagradas, formando um núcleo de energia espiritual.
Ele age como um imã atraindo as vibrações espirituais.
Segundo as escrituras hindus, a morada original do Mantra é o Parma Akasha, o éter primordial.
É importante salientear que um Mantra não é uma orção e sim uma combinação precisa de palavras e sons relacionadas a uma determinada consciência ou Sakti.
A tradução da palavra Mantra é " o pensamento que libera" ou ainda " intrumento da mente".
Antes de falarmos dos mantras vou explicar de maneira simples, pois o assunto é muito vasto, a constituição do som segundo o hinduismo.
O som (Nada em sânscrito) possui quatro gradações.
São elas:
1. Para - Tem sua manifestação no Prana
2. Pasyanty - Tem sua manifestação na mente.
3. Madhyama - Tem sua manifestação nos Indriyas (Sentidos).
4. Vaikhari - Tem sua manifestação na expressão articulada.
A articulação é a última e mais grosseira expressão da Energia sonora do Divino. A manifestação mais alta dessa mesa Energia, dessa voz divina é Para. Para se torna as idéias-raízes ou a semente dos pensamentos. É a primeira manifestação da voz. Nesse estado, PARA, o som se mantém de uma forma indiferenciada.
Para, Pasyanty, Madhyama e Vaikhari são as várias gradações do som. Madhyama é o estado intermediário inexpressado do som.Ele se localiza no coração.
Pasyanti se localiza no chakra Manipura. Nesse estado, através da clarividência, é possível perceber os sons com forma e cores, que serão comuns a todas as linguagens (África, Japão, Índia.) Segundo o hinduísmo, o Senhor manifesta a si mesmo através de sua pontência ilusória (Maya) primeiro como Para Vani no chakra Muladhara, depois como Madhyama no Chakra cardíaco e como Vaikhari no Chakra Laríngeo.
Então,
Para - Chakra Básico
Pasyanti - Chakra Manipura
Madhyama - Chakra Cardíaco
Vaikhara - Chakra Laríngeo
Todo Mantra possui seis aspectos: rishis (videntes), raga (melodia), Devata (deidade governante), bija (som semente), Sakti (poder) e kilaka (pilar).
Os Mantras foram apreendidos pelos antigos rishis da Índia através da percepção interna, da intuição, da clarividência.
Os rishis perceberam que os Mantras eram canais de fluxo da graça divina, da sabedoria e do poder divino.
Todos os mantras sempre existiram e sempre existirão no Parma Akasha, o substrato imutável do Universo. Foi através do som primordial que todo o Universo foi criado. Essa essência é chamada de Vach ou Shabda (Palavra ou Verbo).
Raga é algo como um tom melódico. Na entoação do Mantra é importante não alterar o raga e sua nota. A faixa vibratória do som é parte integrante do Mantra.
Quando há consonância externa e interna, estabelece-se o contato com o poder do mantra. Esse poder pode se manifestar como uma imagem.
Devata é a divindade governante do Mantra. É um aspécto muito pessoal de Deus. É a sabedoria superior, transportada através das vibrações do Mantra.
Bija é a essência do Mantra. Ele tem o poder de gerar a si próprio. Pense na semente que oculta a árvore. Bija seria a energia do Mantra de onde brota um efulgente ser espiritual: o próprio mantra.
Kilaka é a vontade, a força propulsora, a persistência e vontade que o praticante precisa para proseguir o Mantra.
O poder, a conscência do Mantra é Sakti, a Divina Mãe. O aspecto masculino de Deus é a energia em estado de equilíbrio. O feminino é caracterizado pela dinâmica e atividade.
A potência do Mantra é liberada através da repetição continua do mesmo (Japa).
A entoação do Mantra é chamada de Mantra Yoga. As outras formas de repetição do mantra é conhecida como Japa Yoga.
Vaikhari Japa é quando repetimos o mantra em voz alta. Quando sussurado ou cantarolado é conhecido como Upamsu Japa. Quando a repetição é mental dá-se o nome de Manasika Japa. Quando a repetição se da através da escrita, recebe o nome de Likhita Japa.
A entoação do Mantra deve ser sempre acompanhada de um sentimento devocional, carregado de amor.
A entoação de Mantras nos ajuda a purificar e a centrar a mente.É uma arma poderosa que deve ser praticada antes de uma meditação ou de qualquer prática espiritual.
O Mantra tem a mesma função que o koan Zen e que a mandala do Budismo tibetano. Ele focaliza os poderes dispersos da mente.
Escutar a entoação de um mantra també é benéfico, desde que a pessoa busque a sintonia com o mantra entoado.
Não é essêncial saber o significado externo do mantra, a sua tradução. O mais importante é conhecer o significado esotérico de um mantra.
Esse conhecimento só é alcançado mediante à prática constante e na meditação no mantra. O mantra e seus significados se revelarão ao praticante sincero.
Alguns Mantras Comentados
OM
Esse é a sílaba mais sagrada para os hindus.
Muitas vezes é traduzido como AUM. Essa tradução não está incorreta, mas também não é totalmente correta.
Gramaticamente falando, no símbolo que representa o OM, podemos identificar as letras A (o símbolo que se assemelha ao número 3), o U ( o 'rabinho') e o M ( o ponto acima da meia lua, dando um som nasal ao M).
O que poucos sabem é que, em sânscrito, o A associado com o U tem som de O. Dai a leitura correta ser OM.
AUM remete aos três estados da consciência.
A letra A representa o estado de vigília; a letra U representa o estado de sono com sonhos; a letra M representa o estado de sono sem sonhos, o sono profundo.
Além desses três estados se encontra O Quarto, como é chamado nos Upanishads.
Em muitos textos hindus se diz " Se você quer atingir Brahman vá para O Quarto e medite nele".
Mas o que é O Quarto? É a sílaba OM, o quarto estado da consciência, chamado de Turya.
Aqueles que o alcançam entram em Turyananda (Bem Aventurança que transcende os 3 estados da consciência).

OM NAMAH SHIVAYA
Este é um mantra de evocação de=o Senhor Shiva, a terceira pessoa da Trindade hindu (Brahma, Vishnu, Shiva).

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