segunda-feira, julho 12, 2010

DEUSA HÉSTIA DEUSA DO FOGO E SANGUE GELO

Sou a que está no âmago
a indescritível
a implacável
a presença viva
que habita e transforma
uma construção
uma morada
um palácio
tirando-o do reino
do mármore de pedra
ou da madeira
e com o fogo da lareira aceso
transforma-o num lar.
Héstia é a Deusa da lareira ou do fogo queimando em uma lareira redonda e é a menos conhecida dos Deuses olímpicos.
Héstia e sua equivalente romana, Vesta, não foram representadas em forma humana por pintores ou escultores. Sua representação é a viva chama no centro do lar, do templo e da cidade.
O símbolo de Héstia era um círculo. Suas primeiras lareiras eram redondas, assim como seus templos. Nem o lar nem o templo ficavam santificados até que Héstia entrasse. Héstia era tanto uma presença espiritual como um fogo sagrado que proporcionava a iluminação, calor e aquecimento para o alimento MITOLOGIA
Héstia era a filha primogênita de Réia e Cronos, a irmã mais velha da primeira geração de deuses olímpicos, e a solteirona da segunda. Por direito de primogenitura, era uma das doze deusas olímpicas principais, mas não podia ser encontrada no monte Olimpo, e não fez nenhum protesto quando Dionísio, Deus do vinho, cresceu em proeminência e a substituiu como uma das doze. Por não tomar parte nos romances e guerras que então ocupavam a mitologia grega, é a menos conhecida dos principais Deuses e Deusas gregas. Contudo, foi grandemente honrada, recebendo as melhores ofertas feitas pelos mortais aos deuses.A breve mitologia de Héstia é esboçada em três hinos homéricos. Ela é descrita como "aquela virgem venerável, Héstia", uma das três que Afrodite é incapaz de dominar, persuadir, seduzir ou ainda, provocar nela um desejo de prazer.Afrodite induziu Poseidon, Deus do mar, e Apolo, deus do sol, a se apaixonarem por Héstia. Ambos a queriam, mas Héstia recusou-os firmemente, prestando solene juramento que permaneceria virgem para sempre. Então, conforme o "Hino de Afrodite", explica, "Zeus lhe concedeu um bonito privilégio, ao invés de um presente de casamento: ela tem seu lugar no centro da casa para receber o melhor em ofertas. É honrada em todos os templos dos Deuses, e é Deusa venerada por todos os "mortais". Os dois hinos homéricos a Héstia são invocações, convidando-a a entrar em casa ou no templo.SEUS RITUAIS
Héstia é encontrada em rituais, simbolizada pelo fogo. Para que uma casa se tornasse um lar, a presença de Héstia era solicitada. Quando um casal se unia, a mãe da noiva acendia uma tocha em sua casa e a transportava diante do casal recentemente casado até sua nova casa, para que acendessem a primeira chama em seu lar. Este ato consagrava o novo lar.Depois que a criança nascia, acontecia um segundo ritual. Quando a criança tinha cinco dias de vida, era levada ao redor da lareira para simbolizar sua admissão na família. Então seguia-se um festivo banquete sagrado.
Da mesma forma, cada cidade-estado grega tinha uma lareira comum com um fogo sagrado no edifício principal, onde os convidados se reuniam oficialmente. Cada colônia levava o fogo sagrado de sua cidade natal para acender o fogo da nova cidade.
Portanto, onde quer que um novo casal se aventurasse a estabelecer um novo lar, Héstia vinha com eles com o fogo sagrado, ligando o lar antigo com o novo, talvez simbolizando continuidade e ligação, consciência compartilhada e identidade comum.
Posteriormente, em Roma, Héstia foi venerada como a Deusa Vesta. Lá o fogo sagrado de Vesta uniu todos os cidadãos de Roma em uma família. A Deusa romana Vesta (Héstia) era uma Virgem Eterna conhecida como "aquela de luz".
Suas sacerdotisas eram as Virgens Vestais que mantinham o fogo sagrado sempre aceso, representavam a alma verdadeira de Roma. Se o fogo se extinguia, as Vestais deveriam reavivá-lo friccionando uma madeira ou estaca.
Seis Vestais de boa origem familiar, iniciando seu ofício entre os sete e os dez anos. Elas eram selecionadas obedecendo determinados critérios que incluiam estarem livres de qualquer tipo de imperfeição física ou mental e possuírem pais livres e vivos. Depois de passarem por uma rigorosa seleção, eram eleitas pelo alto sacerdote para assumirem um compromisso de trinta anos, dos quais, os primeiros dez anos seriam dedicados para estudos (Discípula em Latin) e treinamentos. Os dez anos seguintes, tornavam-se serviçais da Deusa (cuidavam do fogo, da limpeza do templo e participavam de cerimoniais) e os últimos dez, deveriam treinar as novatas Vestais.
As Vestais tinham a cabeça circundada por frisos de lã branca que lhes caíam graciosamente sobre as espáduas e de cada lado do peito. As suas vestes eram muito simples, mas elegantes. Por cima de um vestido branco usavam uma espécie de roquete da mesma cor. O manto, que era de púrpura. No princípio cortavam os cabelos, entretanto, mais tarde, exibiam longa cabeleira.
Eram sempre deixadas à distância das outras pessoas, honradas, e esperava-se que vivessem como Vesta, com terríveis conseqüências se não permanecessem virgens.
Qualquer virgem Vestal que mantivessem relações sexuais com um homem, profanaria a Deusa. Como punição deveria ser enterrada viva, sepultada em uma área pequena e sem ar no subsolo, com luz, óleo, alimento e um lugar para dormir. A terra acima dela seria então nivelada, como se nada estivesse embaixo. Portanto, a vida de uma virgem vestal como personificação da chama sagrada de Héstia era extinta quando ela parava de personificar a Deusa. Era coberta com terra como o carvão que se extingue em uma lareira.

Em compensação, apesar de todos esses rigores, as Vestais gozavam do maior respeito e eram tão sagradas que se passassem ao lado de um homem condenado, esse era perdoado. Eram também, muitas vezes, chamadas para apaziguar as dissensões nas famílias e muitos segredos lhes eram confiados, até os do Estado. Foi entre suas mãos que o imperador Augusto depôs o seu testamento. Depois de sua morte elas o levaram ao Senado Romano.
Quando o luxo se espalhou em Roma, as Vestais passeavam em suntuosa liteira, mesmo em carro magnífico, com um numeroso séquito de mulheres e de escravos.
Há uma lenda que conta que as primeiras Vestais foram eleitas pelo herói troiano Eneas, o primeiro ancestral de todas as coisas romanas.

O imperador Graciano (governante desde 367 até 378 d. C), que era hostil as religiões pagãs, deixou de pagar os salários das Vestais, desviando o dinheiro para pagar o serviços postal imperial. A adoração dos Deuses pagãos foi oficialmente proibida pelo imperador Teodósio (governante desde 379 até 395 d. C) no ano de 394 d. C, e o fogo de Vesta se extinguiu para sempre.

A última Vestal conhecida em Roma foi Coelia Concórdia.
É conhecida como a mãe de Rômulo e Remo, fundadores de Roma. Ficou conhecida por haver quebrado seus votos, mas seu castigo não foi esclarecido. Algumas fontes dizem que foi jogada no rio Tibre e outras, que foi castigada até morrer por ordem de seu tio Amulius.
Essa Vestal foi acusada por fornicação e por romper seus votos de castidade, não foi castigada ao demonstrar sua inocência transportando água com um coador. Não como saber o que realmente ocorreu e porque foi perdoada, pois há muitas contradições sobre esses acontecimentos.Essa Vestal traiu Roma, abrindo as portas da cidade para os Sabinos, pensando que essas lhe dariam de presente seus braceletes de ouro. Depois das portas abertas foi esmagada e pisoteada pelos soldados inimigos. Terminada a revolta e encontrado o cadáver de Tarpeia, tal era o rancor dos romanos pela sacerdotisa traidora que a jogaram seu corpo da rocha mais alta de Roma. Essa rocha tomaria seu nome e passaria para a história como um lugar de castigo para todo o traidor.
JULIA AQUILA SEVERA
Essa sacerdotisa revolucionou Roma ao romper seus votos e contrair matrimônio com o imperador Elagabalus. Ela devia ser castigada, porém com a crise política de Roma e por ter se casado com um imperador, não foi possível.
Se tornou famosa por ter sido a última "Vestalis Maxima".
Uma das mais famosas Vestais Máxima. Presidiu a ordem por 57 anos.
Uma das deidades estrangeiras mais importantes introduzidas em Roma foi Cibeles, a Grande Mãe. Se organizaram minuciosos preparativos para dar boas vindas à barca que transportava a estátua da Deusa. A cidade inteira, incluindo as virgens Vestais, estavam nas margens do rio Tibre para receber a barca. Porém, quase chegando encalhou nos bancos de areia do rio. Os homens tentaram desencalhar a barca sem sucesso.
Uma das virgens Vestais, chamada Virginia Claudia, sobre quem havia muitas fofocas maliciosas, deu um passo a frente e, retirando água do rio, a verteu sobre sua cabeça três vezes. Rezou então a sua Deusa, Vesta:
-"Mãe dos Deuses, dizem que não sou casta. Se sou culpada, condena-me, e pagarei meu crime com a vida. Porém, se sou inocente, demonstra a todos agora".
Claudia retirou sua facha da cintura e atou ao cabo de reboque. Quando puxou, a barca se soltou do leito do rio, permitindo a introdução da estátua na cidade.
A VESTÁLIA
A Vestália, era uma festa anual que ocorria no mês de Junho entre os dias 7 e 15. Era uma das festividades mais esperadas e populares de Roma, onde as Vestais eram figura central.
Durante os festejos, as mulheres romanas que tivessem sido mães, poderiam ingressar no templo das Vestais.
No dia da festa, seis Vestais se encarregavam de preparar os bolos sagrados "Mola Salsa", feitos com as primeiras espigas de milho colhidas. Os moinhos eram enfeitados com guirlandas e os burros de carga recebiam farta alimentação e arreios novos.
Diferentes estátuas da Deusa Vesta eram transportadas pelas ruas principais em distintas procissões públicas.
No final, os templos eram limpos e todos os restos de oferendas eram jogados no rio Tibre.
O TEMPLO DE VESTA
O templo de Vesta era um pequeno edifício circular, localizado no Forum, perto da Régia, no centro da vida romana.
Sua forma e desenho recordavam aos romanos as primeiras construções de Roma: cabanas circulares com postes de madeira e trechos de palha. As virgens Vestais viviam ao lado (no Atrium Vestae), em uma grande construção disposta em torno de um pátio central.
O ARQUÉTIPO HÉSTIA (VESTA)
A presença da Deusa Héstia em casa e no templo era fundamental para vida diária dos gregos. Como presença arquetípica na personalidade da mulher, Héstia é da mesma forma, proporcionando-lhe sentimento de integridade e inteireza. Héstia possui uma consciência enfocada interiormente. O modo hestiano nos permite entrar em contato com nossos valores trazendo ao foco o que é pessoalmente significativo. Através desse enfoque interior, podemos perceber a essência da situação. Podemos observar o temperamento de outras pessoas e ver o padrão ou sentir o significado de suas ações. Essa perspectiva interior proporciona clareza no meio da confusa miríade de detalhes que se apresentam aos nossos cinco sentidos.
Como Deusa da lareira, Hésta é o arquétipo ativo nas mulheres que acham que tomar conta de casa é uma tarefa significativa. Com Héstia, proteger a lareira é um meio através do qual a mulher coloca a si mesma e sua casa em ordem.
Cuidar dos detalhes de uma casa é uma atividade que equivale à meditação. Lógico que se este trabalho for realizado com carinho e amor e não contrariada!
O arquétipo de Héstia desenvolve-se em comunidades religiosas, principalmente nas que cultivam o silêncio. As freiras e as virgens vestais compartilham o padrão arquetípico de Héstia.
Hésta é um arquétipo de centralização interior. Ela é o ponto de equilíbrio que dá significado à atividade, o ponto de referência interior que permite à mulher permanecer firme em meio da confusão, desordem ou afobação do dia-a-dia. Com Héstia em sua personalidade, a vida de uma mulher tem significado.

RITUAL DE PURIFICAÇÃO
Como Deusa da pureza e da purificação, Héstia auxilia quando necessitamos de purificação espiritual em nossas vidas.
Planeje este ritual para a Lua Crescente.
Você precisará de um incenso purificador, um caldeirão, um bastão e uma vela vermelha.
Muitas pessoas associam a cor vermelha com a purificação, mas vermelho é a cor do
fogo, o símbolo de Vesta (Héstia).
Abra seu círculo como está acostumada.
Ajoelhe-se no chão perante o altar até que se sinta reconhecido pela deusa.
Diga então:

"Que eu seja limpo
por dentro e por fora,
de corpo e alma,
que todas as coisas
de minha vida se renovem"
Acenda a vela dentro do caldeirão. Toque-a levemente com seu bastão, dizendo:
Vesta da Chama Sagrada
Deusa da purificação e renovação,
Dama que liberta os cativos,
Derrame suas labaredas purificantes sobre meu coração e minha alma.
De modo que minha vida se renove,
e que meu espírito fique receptivo.
Desperte minha mente
para novas oportunidades.
Chame meu espírito para um
maior conhecimento espiritual.
Revele-me seus Mistérios Ocultos
Para que eu possa
experimentar uma nova iniciação.
Purifique-me e abençoe
ó, Vesta.

Permaneça de joelhos enquanto aguarda a purificação. Pode ser que se sinta aquecido ou sinta frio. Pode ser que se sinta como se teias de aranha estivessem roçado sobre seu rosto e braços. Nunca podemos prever o modo como a deusa anunciará sua presença.

O processo de purificação, que geralmente ocorre dias após o ritual, pode ser tão sutil quanto uma noção de que deve mudar seus hábitos alimentares. Ou pode ser tão forte a ponto de assemelhar-se aos sintomas de uma gripe ou resfriado. Lembre-se, você pediu por purificação, então aceite graciosamente e aprenda com o processo.

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