quinta-feira, julho 01, 2010

POR QUE NÃO TENHO SORTE NO AMOR?

Sempre a mesma queixa: Estou sem amor! O meu casamento esfriou. Estou sozinho(a) há tanto tempo. Minha vida amorosa é um desastre. Vou levando as coisas, não tem outro jeito!

Existem duas situações. Na primeira, a pessoa está casada e o relacionamento está péssimo, porém, continua investindo nele, apesar de não ter nenhuma esperança. É comum vermos relações conflitantes de longa duração com a expectativa de uma das partes de que haja uma transformação. Na segunda situação, a pessoa está sozinha há bastante tempo e não consegue encontrar alguém. É bastante usual escutarmos frases como: “sempre escolho a pessoa errada”, “achei que desta vez seria diferente”, “me decepcionei novamente”, “não tenho mesmo sorte no amor”...

Mas o que será que ocorre com a maior parte das pessoas que não consegue encontrar a sua cara metade?

Diante deste quadro, comecei a trabalhar na abertura da conexão do amor e percebi que muitos clientes conseguiam encontrar uma nova ligação afetiva, saindo muitas vezes da antiga relação sem brigas ou mágoas. Mas também observei que mesmo se separando sem confusão e encontrando um novo par, a pessoa não apagava da memória o estrago causado pelo desastroso relacionamento anterior. Esse estrago, guardado bem no fundo da alma, acabava por atrapalhar a nova relação.

Quando nos relacionamos sexualmente com alguém, nos envolvemos karmicamente com esta pessoa. A energia dela se mistura com a nossa. Numa falência da convivência, a parte mais frágil ficará desestabilizada, levando consigo o arquétipo do(a) parceiro(a) mais forte.

Sempre interiorizamos a pior parte da relação. Muitas vezes saímos dessa união como se tivéssemos estado numa verdadeira batalha, perdendo aquilo que nos é mais valioso, a auto-estima. Muita gente corre para outros relacionamentos com o intuito de fazer desaparecer as recordações do passado, como se quisesse expulsar o arquétipo do(a) ex-parceiro(a). Dessa forma, acaba por atrair pessoas e/ou causar situações similares ao derradeiro e difícil relacionamento. Aí o novo relacionamento sofre as conseqüências e o ciclo começa a se repetir.

Muitas pessoas, devido ao arquétipo que se ligou à sua personalidade, ficam viciadas nas lembranças da vivência anterior e se fecham para o amor sincero e verdadeiro, procurando comparar a nova vida com as situações desagradáveis que passou. Procura enxergar no(a) atual companheiro(a) os defeitos do(a) companheiro(a) anterior e tenta transformá-lo(a) naquilo que espera para a sua própria satisfação pessoal.

É essencial perceber que ninguém possui o poder de mudar alguém, e que a transformação ocorre por necessidades internas e não por pressões externas. A premissa básica para o companheirismo é a aceitação um do outro, e para aceitar o outro é necessário em primeiro lugar aceitar a si próprio.

A outra situação é daquela pessoa que vive pensando fixamente em encontrar alguém e esquece de se amar primeiramente. Os seus pensamentos e as suas atitudes só estão voltados para descobrir esse alguém. Só pensa nisso.

É freqüente vermos indivíduos que ainda não se estabeleceram num relacionamento amoroso estável, que entram e saem de relações, terem sempre as mesmas queixas de falta de respeito, falta de atração física, falta de admiração, falta de reconhecimento, manipulação, traição, etc.

O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até ele. No fim não vamos encontrar quem estávamos procurando, mas sim quem estava procurando por nós!

Muitos dos que estão num relacionamento visto como saudável encontraram anteriormente a independência, vivenciaram um tempo consigo mesmo e com outras experiências que não apenas a de uma ligação amorosa, compreendendo assim a sua própria individualidade e aceitando a condição de unidade. Aqueles que são capazes de ficar consigo mesmo elegem melhor os seus pares.

É grande a probabilidade de um relacionamento dar certo quando os parceiros se vêm como unidades, seres únicos que se aproximaram e que se disponibilizam a dividir, respeitar, admirar e confiar um no outro. Vale lembrar que isso não significa harmonia constante e sim negociação dos conflitos e cooperação mútua, sem fugir do confronto, sem concordar em todas as situações e nem obrigar o(a) parceiro(a) a uma concordância incondicional. É ver o(a) companheiro(a) como alguém que possui qualidades e defeitos, que está exposto aos desafios da vida, a vitórias e fracassos, com seus pontos fortes e com as suas fragilidades.

Um bom relacionamento tem como alicerce a palavra “nós” e a influência recíproca, sem que haja independência e nem dependência, e sim uma interdependência, para que ambos caminhem lado a lado, sem cobranças ou manipulações.

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