quinta-feira, agosto 26, 2010

AS MOIRAS, PARCAS OU DESTINOS

Fala-se muito sobre as "escolhas" que as pessoas fazem; se coisas boas ou ruins acontecem, são por suas escolhas; que todos construímos e moldamos nossas vidas e destino através de nossas escolhas. Entretanto, existem inúmeros fatos que não corroboram essas afirmativas. Desde o nascimento até a morte - os dois principais pontos de não escolha - vivenciamos situações que independem de nossa vontade, tais como: poder ter ou não filhos, que estes nasçam sadios, sofrer ou não de determinadas doenças de ordem genética, etc. E, isso é o que chamamos destino ou fatalidade, que era representado na Grécia Antiga pelas três deusas Moiras (ou Parcas).

As três Moiras são: Cloto, a fiandeira, representa a que tece a teia da vida; Átropos, a que cortava o fio da vida; e, Láchesis, a que distribui a parte que cabe a cada alma.

Existia, ainda, na Grécia Antiga, uma outra fatalidade, a úpermoira, que era uma sina que a pessoa atraía para si em função do pecado, ou seja, era uma conseqüência do pecado. E úpermoira podia ser evitada.

Então, pode-se dizer que a fatalidade ou sina determinada pelas Moiras é uma predestinação que só pode ser enfrentada, mas não evitada. Não é determinada por boas ou más ações do sujeito ou de seus pais; não está ligada a uma vida com ou sem pecado. Já a úpermoira, sim.

Enfrentar a sina exige e desenvolve o caráter (do grego, xaracter que significa ser alguém definido), ou seja, determinados princípios a que se permanece fiel independente de confrontações. E este é o caminho para a individuação, o caminho para realizarmo-nos como indivíduos únicos.

Sendo a fatalidade inevitável, o mesmo não se pode dizer do destino pois este pode ou não ser cumprido, sendo determinado pela maneira que enfrentamos as fatalidades e fazemos nossas escolhas (caráter).

As Moiras, a que os Romanos chamaram Parcas (por eufemismo, parco significa economizar), nascidas da Noite no princípio dos tempos (a menos que elas não sejam o fruto da união de Zeus e da sua segunda esposa, Témis, deusa da justiça), representam na Antiguidade o destino de cada indivíduo.

Elas são as três fiandeiras. Submetidas à autoridade e ao controlo de Zeus, Cioto fabrica o fio (curso) da existência, Láquesis desenrola este fio e Átropos corta-o.

As Moiras são assistidas na sua função fatal pelas keres, as cadelas do Hades que, quando chega a última hora de um mortal, se apoderam do seu corpo para o conduzir a Pluto. Elas têm, também, um papel activo nas batalhas, onde se alimentam do sangue dos mortos.

Originalmente, Parca significava "parte" - de vida, de felicidade, de infortúnio. Cada ser humano possuía a sua Parca.

Depois, essa abstração tornou-se uma divindade, assemelhando-se à Quere, sem ter, entretanto, o mesmo caráter violento e sanguinário.

Aos poucos, desenvolveu-se a idéia de uma Parca universal, dominando o destino de todos os homens. E, finalmente, passou-se a conceber três Parcas. Filhas de Júpiter e Têmis, ou, segundo outra versão, da Noite, personificavam o Destino, poder incontrolável que regula a sorte de todos os homens, do nascimento até a morte. Nem mesmo os deuses podiam transgredir suas leis, sem por em perigo a ordem do mundo. Seus nomes correspondiam a suas funções:

. Cloto, a fiandeira, tecia o fio da vida de todos os homens, desde o nascimento;

. Láquesis, a fixadora, determinava-lhe o tamanho e enrolava o fio, estabelecendo a qualidade de vida que cabia a cada um;

. Átropos, a irremovível, cortava-o, quando a vida que representava chegava ao fim.

Como deusas do Destino, as Parcas presidiam os três momentos culminantes da vida humana: o nascimento, o matrimônio e a morte.

São representadas como velhas ou, mais freqüentemente, como mulheres adultas de aspecto severo.

As três deusas que determinavam a vida humana e seu encadeamento. Conhecidas como Moiras, os Destinos repartiam para cada pessoa, no momento de seu nascimento, uma parcela do bem e do mau, embora uma pessoa pudesse acrescer o mau em sua vida por si própria.

Retratadas na arte e na poesia como mulheres velhas e severas, ou como virgens sombrias, as deusas eram freqüentemente vistas como fiadeiras. Cloto, a fiadeira, tecia o fio da vida; Láquesis, a distribuidora de quinhões, decidia a quantidade e designava o destino de cada pessoa; e Átropos, a inexorável, carregava o poder de cortar o fio da vida no tempo designado. As decisões dos Destinos não podiam ser alteradas, nem mesmo pelos deuses.

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