domingo, outubro 03, 2010

As Três Fúrias - Auto-conhecimento

Falemos agora das três Fúrias e de seus venenos gorgônicos. Elas estão sempre rodeadas de verdes hidras e têm por cabelos pequenas serpentes que cingem de forma horrível suas fontes. Escutem M.M., saibam de uma vez por todas que elas são os três traidores de Hiram Abif. A da esquerda é Megera, sempre espantosamente horrível. Quem chora à direita é Alecto, em cujo coração se esconde a discórdia, as fraudes que produzem a desordem e as maldades que arrebatam a paz. A última é Tisífone.
As Fúrias arranham o próprio peito com suas repugnantes unhas, golpeiam-se com as mãos e lançam fortes exclamações como: Vem Medusa e te converteremos em pedra; agimos mal não nos vingando da audaz entrada de Teseu.
Recordem irmãos gnósticos a Mara, o Senhor dos cinco desejos, fator de morte e inimigo da Verdade. Quem o acompanha sempre? Não são por acaso suas três filhas, as horríveis Fúrias? Não são as tentadoras que assaltaram a Buda com todas suas tenebrosas legiões? Porventura, pode faltar Judas, Pilatos e Caifás no drama cósmico? Dante encontra no nono círculo infernal a Judas, Bruto e Cassius.
Judas está com a cabeça socada dentro da boca de Lúcifer e fora dela agita as pernas. Quem tem a cabeça para baixo, pendendo da seguna boca luciférica é Bruto. Feroz, se retorce sem dizer uma só palavra. O terceiro traidor é Cassius que, ainda que pareça corpulento, no fundo é muito débil. Os três traidores, as três Fúrias, são o demônio do desejo, o demônio da mente e o demônio da má vontade. São os três Upadhis ou fundamentos lunares dentro de cada ser humano. Pensemos na tríplice presença do Guardião do Umbral no interior de cada pessoa. O Apocalipse diz: E vi sair da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do Falso Profeta, três espíritos imundos à semelhança de rãs. Pois são espíritos de demônios que fazem sinais e vão aos reis da terra, em todo mundo, para reuní-los para a batalha daquele grande dia do Deus Todo-Poderoso.
E quem é o Dragão? A Besta? O Falso Profeta? Digam-me Deuses? Onde está? Não se equivocará quem compreendê-lo como Mara, Lúcifer, o fogo sexual negativo, a força fohática cega do abominável órgão Kundartiguador, pai das três Fúrias. Lúcifer-Mara, o tentador, com toda essa legião de Eus-Diabos que cada mortal carrega internamente, é a origem das três dores: velhice, enfermidade e morte.
Ah… se o aspecto negativo da Deusa Juno não tivesse interferido no Lácio, invocando a Alecto, a mais aborrecível das Fúrias, o matrimônio de Enéas, o ínclito varão troiano, com a filha do bom rei Latino, não teria sido precedido de tão espantosa guerra.
Levanta-te donzela, filha da noite, - dizia a Deusa Juno - assiste-me e não permitas que minha honra se veja postergada pela vontade de um mortal. Latino quer dar sua filha ao troiano. Tu que podes lançar irmão contra irmão, filho contra o pai, desencadear golpes de ira e acender as fúnebres tochas, surge do abismo! Mostra-te dócil ante a minha vontade! Inflama a juventude do Lácio para que peçam as armas aos gritos e se lancem à morte.
Ai, meu Deus…! Que dor! E a espantosa Fúria apresenta-se nas régias habitações da rainha Amata. Ela suscita na mente da rainha idéias de protesto e rebelião contra a vontade do rei Latino. Sob a pérfida influência de Alecto, a rainha, desesperada, sai do palácio, corre pelas montanhas, dança e salta como uma bacante e até parece uma mênade furiosa, movida como louca pelo ímpeto de Baco.
A indignada soberana protesta diante do monarca. Não quer fazer a vontade do senhor. Defende Turno, jovem pretendente grego, filho daquele povo que antes assaltara os invictos muros de Tróia. A rainha teme que Enéas fuja com sua filha para longe do Lácio. Sente a dor de perdê-la e chora. O trabalho de Alecto ainda não terminou. Ela agora se transporta para a morada do valente Turno. Toma a forma de uma velha de língua viperina e conta-lhe tudo o que está acontecendo no palácio do rei. Com a sua fala insinuante e maléfica, desperta os ciúmes do jovem. Depois vem a guerra. Peleja o jovem por sua dama, a bela Lavínia, a preciosa filha do bom rei Latino.
O monarca não queria a guerra. Nem sequer foi ele quem abriu as portas do templo de Jano (I A O), o Deus de duas caras. O povo irritado foi quem as abriu por ele.
Nesse templo de Jano, era conservada a doutrina secreta de Saturno, a revelação primitiva dos Jinas e só se abria em tempo de guerra.
Quando a repugnante Fúria Alecto terminou seu trabalho, estava acesa a guerra contra os Rútulos. Então ela penetrou nas entranhas do espantoso abismo pela boca de um vulcão apagado que, de quando em quando, cuspia os fétidos vapores da morte. Assim, em pouco tempo chegou à sinistra margem que circunda as àguas do Cocito.
Morreu Turno, o novo Aquiles, nas mãos de Enéas que se casou com Lavínia, a filha do rei Latino. Porém, oh Deus! Alecto, como sempre, continua acendendo por toda parte fogueiras de discórdia e milhões de seres humanos continuam se lançando à guerra.
Ah…! Se as pessoas compreendessem que levam Alecto dentro de si próprias. Infelizmente, as criaturas humanas dormem profundamente e nada compreendem.
• Runa Os
• Prática esotérica com a Runa Os
• Origem do Eu Pluralizado
• As Três Fúrias
Textos de: V.M Samael Aun Weor

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