quarta-feira, dezembro 28, 2011

O QUE É O FENÔMENO DA VOZ ELETRÔNICA?



O QUE É O FENÔMENO DA VOZ ELETRÔNICA?


O F.V.E. (Fenômeno de Voz Eletrônica) é a gravação de vozes do outro mundo em fitas cassete, gravadores de rolo e outros equipamentos de gravação. Uma expressão mais recente para o fenômeno, Transcomunicação Instrumental (TCI), se refere especificamente à maneira pela qual as vozes são gravadas usando tecnologia.
Muitas das pessoas que gravam regularmente essas vozes dizem que elas são de espíritos: vozes de homens, mulheres e crianças que morreram e tentam se comunicar do além-túmulo. Como os espíritos não possuem mais um corpo com cordas vocais, eles não podem realmente "falar". Em vez disso, diz a teoria, eles usam sua energia para manipular eletronicamente o som de uma forma que se assemelha à voz falada.
As vozes raramente são ouvidas durante a gravação, mas somente durante a reprodução. Elas podem ser faladas tão baixo que mal podem ser ouvidas, ou tão distorcidas que precisam ser ouvidas várias vezes para se determinar seu significado.
As palavras podem estar em qualquer idioma, e até mesmo estar em uma combinação de idiomas (chamada poliglota).
Às vezes, a voz responde a perguntas ou se dirige diretamente ao pesquisador. Ela pode chamar a pessoa pelo nome ou mencionar algo muito pessoal para o pesquisador. Algumas vezes, a voz soa como se estivesse cantando.
Os pesquisadores classificam as gravações com base em sua audibilidade:
  • classe A - as vozes estão muito claras e facilmente compreensíveis;
  • classe B - as vozes são razoavelmente altas e claras e algumas vezes audíveis sem fones de ouvido;
  • classe C - as vozes são faladas muito baixo e freqüentemente indecifráveis.

Independentemente de quão clara é a gravação, as vozes raramente falam por mais de uns poucos segundos de cada vez.
Os pesquisadores gastam horas ouvindo várias vezes para decifrar o significado por trás de apenas alguns segundos de som.

A HISTÓRIA DO FENÔMENO ELETRÔNICO DE VOZ (F.E.V.)

Muitos foram os que consumiram tempo e energia à procura de provas da existência de fantasmas: cientistas, pesquisadores da paranormalidade e caça-fantasmas. A maioria labutou em silêncio e na obscuridade. Mas quando a caça aos fantasmas capturou as atenções de um gênio científico, cujos feitos incluíam a introdução da luz elétrica e a invenção do fonógrafo, o mundo inteiro apurou os ouvidos.
Edison, ao que parece, pretendia trabalhar em um aparelho que os fantasmas pudessem utilizar para se comunicar com os vivos. Não que Edison admitisse acreditar em fantasmas.
Seu desejo, disse ele a um repórter em 1920, era simplesmente construiu um aparelho que daria aos espíritos, caso existissem, “uma oportunidade melhor de se expressar do que inclinando mesas, dando batidinhas, usando médiuns ou outros desses métodos primitivos tidos como os únicos meios de comunicação.”
Nas palavras do próprio Thomas Edison, “o aparelho seria tão sensível que o menor sinal por ele captado se amplificaria muitas vezes, tornando-se tão valioso ao pesquisador da paranormalidade quanto um microscópio para o cientista”.
Se o idoso Edison tinha ficado senil, como muitos céticos sem dúvida imaginaram, ou se estava decidido a obter para a pesquisa psíquica um lugar de respeito na comunidade científica, não se sabe. Seu aparelho para entrar em contato com os fantasmas continuava envolto em sigilo, talvez mal-sucedido, quem sabe incompleto, por ocasião de sua morte, em 1931. A teoria dele, porém, foi adotada e alguns diriam provada acidentalmente em 1950 por um pintor, músico e produtor de cinema chamado Friedrich Jürgenson, russo de nascimento.

Jürgenson, que morava nos arredores de Estocolmo, tinha saído para registrar o canto de pássaros com seu gravador. Na volta, ao tocar a gravação, percebeu – misturado ao canto dos passarinhos – algo que lhe pareceu serem vozes humanas falando em sueco e norueguês.
Embora as vozes parecessem estar conversando a respeito dos trinados, Jürgenson pensou a princípio ter gravado uma transmissão de rádio extraviada. Mas gravações subseqüentes continham sons que ele interpretou como sendo mensagens de amigos e parentes mortos.
Essas ditas comunicações eram faladas muito rápido e com uma cadência peculiar, desconhecida ao ouvido.
Jürgenson repetiu a experiência durante alguns ano, gravando sons espectrais tanto dentro quanto fora de casa. Em 1964 publicou suas descobertas em um livro intitulado “Vozes do Universo”. Isso intrigou alguns cientistas, entre eles Konstantin Raudive, nascido na Letônia, parapsicólogo e ex-professor de psicologia, que morava na Suécia. Raudive pediu a Jürgenson que pusesse algumas fitas para ele e alguns colegas ouvirem. Jürgenson concordou prontamente e também gravou uma fita na presença deles, interpretando as vozes para o grupo.
Raudive abraçou imediatamente a descoberta de Jürgenson, que para ele significava uma oportunidade de provar, por meios empíricos científicos, que havia alguma forma de vida depois da morte física. Os dois trabalharam em conjunto pesquisando as chamadas vozes eletrônicos até 1969, quando divergências os levaram a se separar.
Raudive continuou investigando o fenômeno, usando um gravador normal de rolo para fazer mais de 10 mil gravações. Às vezes ele adaptava seu equipamento ao rádio, acreditando que era possível detectar vozes nos espaços entre uma freqüência e outra. Raudive dizia reconhecer muitas das vozes que ouvia nas fitas e algumas delas teriam até se identificado. Entre seus supostos contatos estariam Adolf Hitler, Carl Jung e Johann Wolfgang Von Goethe.
Um apanhado amplo do trabalho de Raudive, que incluía até um disco pequeno contendo amostras das supostas vozes, foi publicado em 1968. Pouco tempo depois, Raudive afirmou ter sido visitado por engenheiros da NASA, o órgão norte-americano encarregado de pesquisas aeroespaciais. Os visitantes não quiseram dizer o porquê do interesse pelo projeto, informou Raudive, mas examinaram suas experiências e fizeram “perguntas inusitadamente pertinentes”.
O livro também despertou o interesse de muitos céticos sobre o que veio a ser chamado de as “vozes de Raudive”. Alguns as descartaram como sendo uma interpretação imaginativa de estática de rádio ou do zumbido de um gravador, enquanto outros acreditavam que Raudive tinha confundido fragmentos de transmissões radiofônicas em outras línguas com espíritos sussurrantes.
Inabalável, Raudive continuou a pesquisar até a sua morte, em setembro de 1974. Durante uma conferência sobre paranormalidade realizada dez dias depois, na Alemanha, instalou-se um gravador, talvez o fantasma de Raudive decidisse fornecer o que não pudera em vida, uma prova da existência do espírito.
Embora alguns tenham afirmado ter ouvida a voz de Raudive na fita, não veio nenhuma revelação coerente do mundo dos espíritos. O instigante legado de Raudive, Jürgenson e Edison está agora nas mãos dos pesquisadores contemporâneos que continuam buscando, por meios eletrônicos, uma comunicação com os mortos.

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