MEFISTÓFELES NA BÍBLIA GOETHIANA
Inúmeros
místicos iluminados, como Samael Aun Weor, vêem na obra de Goethe a mão
inconfundível de um Iniciado esclarecido, e percebem plenamente o grande
significado cósmico nela contido. Devemos entender que a história de Fausto é
um mito tão antigo quanto a humanidade. Goethe apresentou-a envolta numa verdadeira
luz mística, iluminando um dos maiores problemas da Filosofia, o Mito do
Salvatur Salvandus “travestido” como O Tentador, o Insuflador da Rebeldia
Interior contra o Adormecimento e a ingenuidade irresponsável da Essência
humana. Esse Tentador é representado pelo Diabo, chamado nessa obra de
Mefistófeles.
Na
monumental e absolutamente prospectiva obra de Goethe, Mefistófeles diz a
Fausto: “Com essa dose no corpo, logo vês Helena de Tróia em qualquer mulher”.
Fausto, I, 2603-4. Nesse momento, Fausto estava paralisado pela fascinação da
imagem de Helena refletida em um espelho. Em uma de suas cartas a C.G. Jung ,
Freud cita Mefistófeles, dizendo: “Sinto-me como aquele que vê Helena em toda
mulher !” Helena de Tróia, para Goethe, o Iniciado alemão, seria a
representação arquetípica de nossa Alma Gêmea, nossa Amada Imortal como a
chamava Beethoven. Mas, afinal, quem seria Mefistófeles?
A história
de Fausto é bem conhecida: O Dr. Fausto é um velho cientista que sacrificou
toda a sua vida em nome da ciência e da pureza de sua alma. Mefistófeles aposta
com Deus que consegue atraí-lo para o seu lado. Deus permite que a experiência
seja feita. Mefistófeles conhece bem sua presa: Fausto está cansado e
alquebrado, insatisfeito com as coisas que realizou e sente que, na verdade,
perdeu tempo, sacrificando sua mocidade, sua saúde e sua riqueza. Provavelmente
morrerá pobre e desconhecido sem nunca ter amado. Na prática, não é muito
difícil aceitar um pacto proposto por Mefistófeles: este lhe dará a juventude
perdida, dinheiro e o amor de uma mulher. Em troca, Fausto lhe dará sua alma.
Com o pacto selado, Fausto conhece e se apaixona por Margarida, cuja alma
também estará em perigo.
Fausto é a
obra da vida inteira de Goethe. Começou a ser escrita em 1774, a primeira parte
foi publicada em 1808; a segunda somente foi concluída em 1832, pouco antes da
morte do autor. Resumo de uma época e prova da genialidade de Goethe, Fausto
faz parte do patrimônio cultural da humanidade.
Enquanto o
Livro de Jó designa Satã como sendo um dos Filhos de Deus, o mito de Fausto
fala de Lúcifer como estando presente também na convocação que ocorre no
capítulo inicial da história. Dele vem a nota salvadora de dissonância que
forma um contraste na harmonia celestial e, como a luz mais brilhante provoca a
sombra mais densa, a voz de Lúcifer realça a beleza do canto celestial.
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