quarta-feira, dezembro 17, 2008

O que há de errado em comer carne


O que Há de Errado em Comer Carne?

Texto extraído do livro "O Que Há de Errado em Comer Carne?" - Publicações Ananda Marga.

Há Alguma Relação Entre o Hábito de Comer Carne e a Fome do Mundo? Sim!

Se conservássemos a produção de cereais e a distribuíssemos às pessoas pobres a subnutridas, em vez de dá-la ao gado, poderíamos facilmente alimentar quase toda a população subnutrida do mundo.
Se o consumo de carne em todo o mundo fosse reduzido à metade, haveria alimento para todos.
Um nutricionista de Harvard, Jean Mayer, calcula que, reduzindo-se em 10% a produção de carne, se produziria cereal suficiente para alimentar 60 milhões de pessoas.
A verdade trágica a alarmante é que entre 80 a 90% de todos os cereais dos EUA são usados para alimentar animais de corte.
Há quarenta anos, os norte-americanos comiam em média 23kg de carne por ano. Atualmente, o consumo só de carne de gado é de cerca de 58kg. Por causa da "fixação do americano por carne", a maioria da população consome duas vezes a quantidade de proteínas recomendada. Uma verificação dos fatos causadores da "escassez de alimento" é fundamental para compreendermos como os recursos mundiais poderiam ser utilizados de forma adequada.
Um número crescente de cientistas a economistas indicam a dieta vegetariana como solução para os grandes problemas alimentícios de nosso planeta, porque, afirmam eles, o consumo de carne é uma das maiores causas desses problemas.
Mas Qual é a Relação Entre o Vegetarianismo e a Escassez de Alimento?

A resposta é simples: a carne é o alimento mais antieconômico a ineficiente que comemos, o custo da proteína da carne é vinte vezes mais alto do que o da proteína vegetal, que é igualmente nutritiva. Das proteínas a calorias fornecidas aos animais, apenas 10% são recuperadas na carne ingerida, o que significa um desperdício de 90%.
Vastas extensões de terra são usadas para a criação de animais de corte. Estas terras poderiam ser muito mais produtivas se nelas fossem cultivados cereais, feijões e legumes, para o consumo direto do homem. Por exemplo, um hectare de terra usado para a criação de gado fornece apenas um quilo de proteína; no entanto, essa mesma área, se fosse usada para o plantio de soja, produziria 17kg de proteína! Em outras palavras, para a produção de carne, precisa-se de uma área 17 vezes maior do que a necessária para a plantação de soja. Além disso, a soja é mais nutritiva, contém menos gordura a está livre das toxinas da carne.
A criação de animais de corte significa um grande desperdício das áreas agricultáveis, como também de água. Estima-se que a necessidade de água para a criação de animais é oito vezes maior do que para a irrigação de legumes e cereais.
Isto significa que, enquanto milhões de pessoas em todo o mundo morrem de fome, algumas pessoas abastadas utilizam erroneamente grandes porções de terra, água e cereais para obter a carne, que lentamente destrói seus organismos. A sociedade norte-americana consome mais de uma tonelada de cereais per capita, anualmente (através da ração utilizada para os animais de corte), enquanto o resto do mundo consome em média 182kg de cereais por ano.
Há 25 anos, o Brasil quase não produzia soja. Hoje, ele é um dos principais exportadores desse produto, o qual se destina quase que totalmente à alimentação dos rebanhos de gado japoneses a europeus. Há 25 anos, somente um terço da população brasileira era subnutrida - hoje são dois terços.
O ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kurt Waldheim, disse que o consumo de alimentos pelos países ricos é a principal causa da fome no mundo. Por isso, as Nações Unidas recomendaram a redução no consumo de carne por esses países.
Muitos cientistas dizem que a solução básica para a crise de alimentos no mundo seria substituir gradualmente a dieta de carne pela dieta vegetariana. "Se fôssemos todos vegetarianos, a fome no mundo seria eliminada. As crianças nasceriam a cresceriam nutridas a seriam saudáveis a felizes. Os animais viveriam livremente em parques nacionais, como criaturas silvestres, a não seriam forçados a se reproduzir em larga escala, nem seriam engordados para o abate, com os grãos que poderiam servir às pessoas famintas." (B.Pinkus, em Vegetable Based Proteins).
"A terra tem o suficiente para suprir a necessidade de todos, mas não tem o bastante para satisfazer a ganância de algumas pessoas." (Mahatma Gandhi).
Como muitos cientistas afirmam que a maior parte das necessidades futuras de alimento será suprida por proteínas vegetais, diversos países ocidentais mantêm, atualmente, pesquisas para desenvolver proteínas de soja com sabor agradável. Mas os chineses a outros povos estão bem á frente dessas pesquisas: eles têm conseguido proteínas excelentes através do tofu a de outros produtos da soja, desde milhares de anos atrás.
A dieta vegetariana é a dieta do futuro - a dieta que nós devemos adotar, se quisermos poupar nossos recursos naturais e, o que é mais importante, as vidas preciosas de seres humanos em todo o mundo. O indivíduo vegetariano de hoje é o ser humano do futuro. Ele indica a direção que todos deverão seguir, à medida que as pessoas se tornarem conscientes dos benefícios da alimentação vegetariana a dos resultados desastrosos da dieta atual.
Embora a produção de carne seja, certamente, um dos principais fatores que contribuem para a crise global de alimentos, ela é apenas um aspecto da dificuldade fundamental: superar a política aterradora e, ainda assim, predominante, que impede cada esforço para satisfazer as necessidades básicas de cada um, em nosso planeta.

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