terça-feira, fevereiro 02, 2010

MORTE FÍSICA


Morte física

Tomando por fundamentação teórica os ensinamentos espíritas, e com base em informações mediúnicas confiáveis, pode-se estabelecer alguns princípios gerais para elucidar a dinâmica do fenômeno da morte ou desencarnação e o processo do morrer propriamente dito.
Mas o que é que morrer ou desencarnar?Apenas o corpo físico morre, isto é, passa por uma série de transformações psicobiofísicas de degradação energética, com rupturas dos centros vitais bioenergéticos que integram os diferentes sistemas atômicos celulares componentes de tecidos, órgãos, aparelhos e demais sistemas interativos que compõem o organismo humano como verdadeiro eco-sistema de manifestação vital culminando com a decomposição cadavérica, nada restando após a morte propriamente dita. Sem maiores detalhes ou considerações filosóficas, o espiritualista de um modo geral, admite a existência da alma ou do Espírito e, portanto, ao morrer, independente do gênero de morte ou desencarne, a alma ou espírito sobrevive, continuando a viver no mundo espiritual. O espiritualista espírita descortina um horizonte mais amplo, tendo um acervo de ensinamentos esclarecedores sobre a dinâmica da morte e do morrer, relacionado ao gênero de vida consciencial da criatura humana, independente da faixa etária, sexo, raça, cultura, religião, posição social, etc. No caso particular da visão espírita, a morte ou desencarnação implica uma série de fenômenos não só psicobiofísicos: também inclui outros de natureza anímico-conscienciais extrafísicos, paranormais e mediúnicos de grande complexidade que, direta ou indiretamente, podem evidenciar a sobrevivência do espírito ou consciência que continua a viver após a ruptura dos laços bioenergéticos que mantinham o organismo físico em plena atividade, como veículo ou instrumento de manifestação do espírito encarnado, durante a respectiva cota de tempo de vida, compatível com as necessidades e projetos de realização e auto-realização consciencial, em cada experiência reencarnatória. Assim sendo, a vida inteligente, consciencial, não se extingue com a morte física. O Eu-consciencial ou Espírito, ser pensante, volitivo, dotado de instinto, emoção, sentimento, razão, linguagem conceitual e demais atributos humanos, ao passar pelo fenômeno da morte do corpo físico, de acordo com seu estágio evolutivo espiritual, terá maior ou menor autonomia e maior ou menor lucidez consciencial, cognitiva, afetiva e volitiva, para compreender as diferentes fases do processo da morte física. De acordo também com seu grau de educação consciencial e espiritual e, ainda, conforme as ações e obras realizadas em vida, terá maior ou menor merecimento, além do sentimento de auto-estima pelo cumprimento dos deveres e realizações edificantes não só em beneficio próprio, como, também, em favor dos seus semelhantes, da comunidade e da sociedade em geral. Em tais circunstancias, os que viveram edificantemente, independente de rótulos místicos ou religiosos, apresentam melhores condições psicodinâmicas conscienciais para compreender e aceitar com maior ou menor autocontrole, equilíbrio e serenidade as surpresas da sua própria desencarnação. Por outro lado, os que em decorrência da imaturidade consciencial, espiritual, cometeram equívocos, vivendo egoísta e egocentricamente, não aproveitando bem as lições da vida, no sentido de promover o auto-conhecimento e a construção da paz dentro e fora de si mesmos, apegando-se ao corpo físico como única realidade e razão de ser, estes que assim viveram terão maiores dificuldades para compreender e aceitar a surpresa da própria morte física e a grande realidade de sua própria sobrevivência como espírito desencarnado. Isto não que dizer que a pessoa esteja condenada pela eternidade afora a um sofrimento infernal, tal qual as religiões dogmáticas e sectárias incutiram na mente popular. Absolutamente. Cada consciência, de acordo com seu biorritmo e tempo de assimilação e vontade de reconstruir o próprio destino, para melhor, terá tantas oportunidades de aprendizagem auto-redentora quantas necessitar para construir a própria plenitude consciencial e existencial ao longo das vidas sucessivas. Deste modo, na visão espírita, a vida é imperecível e o ser humano é um agente co-criador integrante do Plano Divino da Criação, e, conseqüentemente, arquiteto de seu próprio destino feliz ou infeliz. Esta digressão teórica se faz necessária no sentido de estabelecer alguns princípios gerais relativos ao fenômeno da morte e seu significado. I—A morte é apenas uma mudança de estado de ser, de pensar, de sentir e agir. Graças ao instinto de conservação, reprodução e autodefesa, a espécie humana se mantém, sobrevivendo aos grandes desafios da evolução onto e filogenética e da necessidade de adaptação evolutiva, em íntima interação com a multi-diversidade dos eco-sistemas ambientais do planeta Terra e sua respectiva Biosfera. Assim sendo, na dinâmica da vida, nascer, crescer, reproduzir, viver e morrer constituem um processo bioenergético, psicobiofísico, anímico-consciencial, universal, presente em todos os Reinos da Natureza, em sua multidimensionalidade física e extra-física. O medo da morte é, pois, uma reação instintiva que se evidencia através do comportamento humano ao longo da evolução histórica, antropológica, cultural, religiosa, etc. da humanidade terrestre, variando com a época e com as características culturais, costumes, práticas e tradições religiosas de diferentes tribos, povos, raças e nações, tanto no Oriente quanto no Ocidente. As diferentes tradições religiosas criaram diferentes regras e procedimentos ritualísticos místico-religiosos, influenciando a mente popular, submetendo-a aos dogmas e preceitos estabelecidos pelas diferentes religiões no mundo, e direta ou indiretamente, implícita ou explicitamente, o medo da morte vem passando de geração a geração. Nos tempos atuais, com o advento da tanatalogia como uma área de investigação e conhecimento cientifico, o tabu da morte aos poucos vai se transformando numa visão mais realística e consentânea com o progresso das investigações dos fenômenos paranormais que ocorrem com os doentes terminais e nas experiências da chamada morte aparente. A morte ou desencarnação é, pois, apenas e tão-somente uma transmutação profunda psicobifísica, anímica e consciencial, refletindo intensamente no pensar, sentir e agir do ser humano, que deixa de se manifestar na vida de relação no plano físico, através do respectivo corpo psicossomático para continuar a pensar, sentir e agir sem o instrumento físico, no reino do Espírito, onde igualmente a vida de relação continua em outras tonalidades vibratórias, por meio da manifestação do pensamento e da vontade, de acordo com o grau de evolução e maturidade consciencial e espiritual alcançado, em sua última experiência reencarnatória. II—A vida de relação não cessa com a morte física. Os diferentes e diversificados fenômenos paranormais e mediúnicos, observados por ocasião não só da morte física, como também através de manifestações espontâneas ou provocadas experimentalmente, sugerem de maneira significativa que o ser humano desencarnado mantém uma dinâmica interação volitiva, energética, inteligente e afetiva, no mundo espiritual ou espiritosfera, em obediência à lei de sintonia, afinidade e ressonância vibratórias. Isto posto, fica entendido que o intercâmbio mediúnico é um fenômeno universal entre encarnados e desencarnados e se verifica também entre os desencarnados no Reino dos Espíritos ou Espiritosfera, obedecendo-se aos mesmos princípios universais da lei de afinidade, sintonia e ressonância, correspondentes aos respectivos planos multi e transdimensionais extrafisicos conscienciais. Deste modo, desde a mais remota antigüidade, o fenômeno mediúnico sempre foi uma prova de que o intercâmbio mediúnico entre encarnados e desencarnados existiu sempre como um fato natural e de amplitude universal. III—O princípio de interdependência e de interação psicodinâmica entre encarnados e desencarnados é um fenômeno universal. Assim sendo, as ações e reações interativas entre os seres humanos encarnados e desencarnados ocorreram sempre ao longo da história da humanidade terrestre, dando origem às diferentes manifestações místico-religiosas que fazem parte da herança cultural de todos os povos, raças e nações, tanto no Oriente como no Ocidente. Estas interações podem se manifestar de maneira sutil ou ostensiva, assumindo características harmônicas ou desarmônicas, em função de sua influência positiva ou negativa no comportamento individual ou coletivo do ser humano. IV—Os Espíritos desencarnados podem se manifestar espontaneamente ou por meio de evocação. Em decorrência dos princípios anteriores, a manifestação do Espírito desencarnado pode se dar espontaneamente em função da lei de sintonia e afinidade. Os espíritos são atraídos em razão da existência de laços de simpatia que os atraem para se manifestarem a pessoas no meio onde vivem, objetivando manter uma relação harmônica, edificante e solidária. Podem também ser conseguidas tais manifestações por meio de evocações, e de motivos justos, que justifiquem tal procedimento com finalidade de investigação e pesquisas sérias e construtivas. V—A morte ou desencarnação, mediante um desastre doloroso e fatal, é diferente e específica para cada um, embora as circunstancias do desastre sejam as mesmas para todos os envolvidos no acidente. Isto quer dizer que a morte física de uma pessoa está intimamente relacionada com a respectiva herança cármica e suas necessidades de auto-redenção. Aliás, tal princípio se aplica a qualquer gênero de morte ou desencarne. VI—Ninguém, em circunstancias de morte violenta, em acidentes fatais, jamais estará desamparado, à míngua de uma assistência espiritual socorrista. Todos são socorridos e atendidos em suas necessidades específicas, de acordo com o respectivo grau de maturidade consciencial, merecimento e a gravidade do estado pessoal de cada um. Quando ocorre um acidente ou desastre doloroso no plano físico, imediatamente, ou melhor, antecipádamente, no mundo espiritual, os Centros ou Núcleos de Pronto Socorro e Atendimento Espiritual mais próximos tomam conhecimento da ocorrência, providenciando com a máxima urgência o socorro das vítimas acidentadas que venham a morrer ou que fiquem politraumatizadas e em estado grave no local do sinistro. Nestas circunstancias emergenciais a pessoa moribunda agonizante ou desencarnante emite pensamentos aflitivos que se propagam na multidimensionalidade extrafísica, como se fossem verdadeiros S.O.S. telepáticos, os quais são devidamente captados e registrados por meio de sofisticada tecnologia, possibilitando a imediata localização e identificação pessoal das vítimas do desastre. Equipes de socorro espiritual dirigem-se imediatamente ao local do acidente para a prestação do respectivo socorro e demais providências de amparo assistencial. A título de exemplo, no livro Ação e Reação, psicografado pelo Espírito André Luiz, encontra-se o relato de um desastre aéreo. Qual era a situação das pessoas vitimadas? Vários desencarnados encontravam-se em posição de choque, presos aos respectivos corpos físicos, mutilados, entretanto alguns apresentavam-se em melhores condições de lucidez consciencial. Outros sentiam-se imantados aos próprios restos cadavéricos, gemendo de dor e sofrimento, e outros ainda gritavam em desespero, mantendo-se também aprisionados aos despojos físicos, em violenta crise de inconsciência, numa profunda perturbação. Os espíritos socorristas, médicos e enfermeiros em especial, a todos atendiam com elevado sentimento de compaixão, prestando a assistência espiritual de acordo com a situação de cada um. Comentários elucidativos a respeito da situação de cada vítima, feitos por generoso mentor espiritual, merecem ser analisados para efeitos de esclarecimentos educativos, objetivando a autoconscientização e o autoconhecimento de cada um e de todos. 1. O socorro espiritual é ministrado indistintamente a todos, sem nenhuma exceção. 2. A expressão—"Se o desastre é o mesmo para todos, a morte é diferente para cada um", é um ensinamento importante e merece ser assimilado. 3. Nem todos podem ser retirados dos despojos físicos, cadaverizados, logo imediatamente. 4. A afirmação de que "Somente aquele cuja vida interior lhe outorga a imediata liberação", é de relevante significado educativo, pois revela a necessidade moral de se buscar o autoconhecimento e a conseqüente emancipação psicológica e emocional indispensável para maior autonomia e discernimento conscienciais, ainda em plena vida física. Consequentemente, isto implica um processo de autoeducação pessoal, ao longo da vida, face aos grandes desafios existenciais, exigindo a autotransmutação, capaz de conferir a cada um a plena liberdade e autonomia no pensar, sentir e agir, em harmonia com as Leis da Vida, na construção da paz dentro e fora de si mesmo, e na vivência do bem incondicional. As pessoas que se dispuseram a viver em harmonia com a cosmoética nada têm a temer diante do momento decisivo e crucial da própria morte física. 5. Aquele cuja vida se manteve em desalinho, vivendo em descompasso com as Leis da Vida, concentrando-se no egoísmo, vaidade, orgulho, perdendo valiosas oportunidades de amar e bem servir ao próximo como a si mesmo, e, por conseguinte, ficando mais condicionado às manifestações instintivas e emocionais, sem nenhuma preocupação com os valores espirituais para o próprio crescimento, este fica apegado ao corpo físico, não tendo condições de manter equilíbrio e a lucidez indispensáveis à neutralização dos impulsos de atração e imantação energética que o retém ao cadáver mutilado. Nestas circunstancias, o desencarnado permanecerá ligado por tempo indeterminado aos despojos cadavéricos que lhe pertencem. 6. Este tempo indeterminado está na dependência "do grau de animalização dos fluídos que lhes retêm o espírito à atividade corpórea". Pode levar horas, dias ou meses até a completa e plena auto-libertação psicológica, emocional, consciencial e espiritual. 7. As expressões seguintes merecem ser meditadas por sua relevante transcendência: a) "Corpo inerte nem sempre significa libertação da alma". b) "O gênero de vida que alimentamos no estágio físico dita as verdadeiras condições de nossa morte". São por demais claras e, de certo modo, contundentes, no sentido de não deixar dúvidas ou escapismos. 8. Outra expressão complementar às já mencionadas também deve ser motivo de reflexão—"Morte física não é o mesmo que emancipação espiritual". 9. Mas aquelas vítimas desencarnadas no desastre, as quais não têm condições de se afastar do próprio cadáver, mediante a ruptura dos laços bioenergéticos que ligam o espírito ao corpo físico, através dos respectivos centros vitais ou chakras existentes no perispírito, estas vítimas ficarão relegadas ao sabor das circunstancias, por tempo indefinido, sem nenhum outro tipo de assistência socorrista? Isto jamais acontece. Todas, sem exceção, são amparadas sempre. "Ninguém vive desamparado. O amor infinito de Deus abrange a todos e a tudo no Universo". 10. O ser humano encarnado ou desencarnado pode, a cada momento da existência, por meio do Bem "sentido e praticado", também modificar seu próprio destino para melhor, neutralizando ações e reações negativas circunstanciais, afastando do próprio horizonte "as nuvens de sofrimentos prováveis". Mais indagações se impõem. -Quais as causas que originaram semelhante provação? -Quais os fatores circunstanciais que direta ou indiretamente contribuíram para a morte violenta e dolorosa através de desastres ou acidentes fatais? A resposta encontra-se nos ensinamentos luminosos e redentores do Cristo, quando afirma: "A cada um será dado segundo suas obras" ou "Cada um colhe de acordo com o que semeia". Este ensinamento expressa a Lei de Ação e Reação ou Lei de Causa e Efeito, também ensinada pela sabedoria milenar do Oriente como Lei do Carma. (Carma e Darma - veja artigo neste site) http://gear-sp.blogspot.com/2006/10/carma-e-darma.html A título de esclarecimento, poder-se-ia estabelecer possíveis correlações entre a herança cármica individual ou coletiva, para poder explicar a origem de tais acontecimentos provacionais, dolorosos e irreversíveis. Sem pretender aprofundar o tema relativo a Lei do Carma, algumas relações podem ser estabelecidas, tais como: a) As vitimas de hoje, perdendo a vida de modo tão trágico e violento, poderiam, em outras épocas passadas, ter cometido crimes não menos violentos também, atirando pessoas ou desafetos indefesos do "cimo de torres altíssimas, para que seus corpos se espatifassem no chão"... b) As vítimas dos desastres de hoje poderiam ser as mesmas pessoas que em tempos passados se entregavam à pirataria, cometendo crimes hediondos em alto mar. c) As vítimas de hoje poderiam ser os suicidas que se precipitaram de edifícios ou se lançaram de elevados picos à beira de verdadeiros abismos, estraçalhando o corpo físico contra os rochedos pontiagudos, em manifesta rebeldia, insubmissão e desrespeito às leis da vida. d) Ou também homicidas que praticaram crimes hediondos, seqüestrando e incendiando aldeias indefesas, ceifando vidas de crianças e adolescentes, estuprando e violentando mulheres para assassiná-las posteriormente com requintes de crueldade, ou que massacraram pessoas idosas sem piedade. Quantos homens e mulheres, crianças e jovens, vivendo atualmente, em cuja ficha cármica encontram-se registrados erros e equívocos do passado próximo ou milenar, aguardando o despertar e o amadurecimento consciencial de cada um, para o indispensável trabalho educativo da própria redenção, através de novas oportunidades existenciais de trabalhar construtivamente na reconstrução do próprio destino para melhor, reencontrando as antigas vítimas e algozes de passadas existências, na condição de familiares, pais, filhos, irmãos, parentes ou amigos, para juntos viverem as lições do amor e do perdão incondicionais, sem o que não haverá paz na consciência e tampouco a plena quitação com a Lei de Deus. 11. Entretanto, é também da própria Lei Cármica que, a todo e qualquer momento, cada consciência encarnada ou desencarnada poderá modificar o próprio destino para melhor desde que se disponha a amar e servir, trabalhando na semeadura do Bem, adquirindo desta forma, pelo trabalho de auto-regeneração redentora, os indispensáveis créditos de merecimento que lhe trarão a paz, anulando os reflexos negativos decorrentes das ações infelizes do passado próximo ou remoto. Deste modo "gerando novas causas com o bem, praticados hoje, podemos interferir nas causas do mal, praticado ontem, neutralizando-as e reconquistando, com isso, o nosso equilíbrio". Amenizando sofrimentos e dores futuras. 12. É possível escolher o gênero de provações existenciais e até mesmo o gênero de morte? Sem dúvida. Para tanto é indispensável ter adquirido maturidade espiritual e o merecimento indispensável para se propor e planejar uma nova existência reencarnatória, tendo em vista cooperar para o progresso e o bem comum, através de uma vida de trabalho, doação, sacrifício e renúncia, dedicando-se aos mais diversificados projetos de realização progressista, em benefício da coletividade em geral, contribuindo muitas vezes com o sacrifício da própria vida. Assim sendo, muitos se preparam em tempo hábil, às vezes centenas de anos antes de uma nova reencarnação, habilitando-se para correr o risco de vida, e sofreram até mesmo morte violenta, em benefício do progresso das ciências em geral, das artes, da medicina e saúde, da indústria, da pesquisa de ponta em laboratórios e projetos de reconhecida periculosidade, em favor do progresso da navegação marítima, da aeronáutica, da engenharia, dos transportes terrestres, das viagens espaciais, da liderança política e do trabalho edificante e sacrificial no campo das reformas político-sociais, econômicas e educacionais, etc., objetivando beneficiar a sociedade em geral, promovendo direta ou indiretamente o desenvolvimento de um povo, da nação ou país na construção da paz e da justiça sociais. Como se vê, a Lei Divina é Lei de Amor, Justiça e Misericórdia, não excluindo nenhum ser humano do direito de ser artífice do próprio destino. 13. Uma outra pergunta se faz necessária para maior elucidação do tema em estudo. Todos terão condições de tomar esta decisão, no sentido de escolher o gênero de provação sacrificial? Nem todos, porque a livre escolha depende do estágio de maturidade espiritual alcançado e, também, das auto-realizações no campo das ações edificantes e benéficas em prol do semelhante, das antigas vítimas do passado, dos que direta ou indiretamente foram atingidos por nossa insanidade na prática do mal. É indispensável, pois, que cada espírito ou Eu-Consciencial já tenha adquirido a plena consciência do pensar, sentir e agir com lucidez e discernimento na mais íntima interação com as Leis da Vida, amando e servindo pelo amor à verdade, ao bem incondicional, trabalhando na reconstrução do próprio destino, dispondo-se a viver conscientemente a lei do amor, do perdão, e da solidariedade. A liberdade de escolha está na razão direta da conquista realizada pelo próprio espírito, no sentido do auto-conhecimento e da auto-transmutação consciencial, atingindo o maior índice possível de auto-realização na construção do reino de Deus dentro e fora de si mesmo. É pois um longo processo de maturação consciencial, a que todos estamos submetidos, ao longo das múltiplas e milenárias experiências de aprendizagem existencial através das vidas sucessivas. As religiões dogmáticas e sectárias que envenenaram a mente humana com as idéias de castigo, punição, inferno, penas eternas, excomunhão, favoritismo para conquistar as benesses do paraíso celestial, prometendo a salvação mediante indulgências, penitências e atos litúrgicos sacramentais, inerentes ao culto externo e a idolatrias, ensinando o temor a Deus, contribuíram direta ou indiretamente para que o medo patológico se instalasse na mente humana, ao longo da evolução histórica da humanidade terrestre, gerando o fanatismo, a intolerância e a separação entre crentes e descrentes, criando dependências psicológico-emocionais, escravizando mentes e corações. Cada qual, com sua respectiva herança cármica, muitas vezes é submetido a diferentes provas existenciais na infância, na mocidade, na idade adulta ou na velhice, passando por experiências de mutilação, enfermidades, acidentes dolorosos e até mesmo a morte súbita em circunstancias inesperadas e traumatizantes. Os seres humanos que estão onerados perante as leis cármicas da vida e que para se redimirem têm necessidade de viver provações e lutas expiatórias, encontram aqueles outros que se dispõem a ajudá-los através das relações familiares na condição de pais, parentes ou amigos, e que juntos se dispõem coletivamente ao aprendizado redentor, porque na maioria das vezes estão também vinculados reciprocamente por compromissos e comprometimentos cármicos específicos. A provação coletiva desperta o sentimento de solidariedade humana, impulsionando todos a uma revisão dos valores e significados éticos do viver, descortinando a cada um novos horizontes conscienciais. Deste modo, pode-se afirmar que, no Plano Divino da Criação, não há falhas e a Lei é de Amor, Justiça e Misericórdia, concedendo a cada um e a todos, iguais oportunidades de progresso material e espiritual, na construção de um destino feliz. 14. E a morte por suicídio? Doloroso equívoco cometem aqueles cuja decisão final é o apelo ao suicídio, como medida extrema para solucionarem problemas aflitivos, psicológicos, emocionais, conscienciais e existenciais. A maior surpresa é a de que a vida não se extingue com a morte do corpo físico. Doloroso e grave engano, porque o suicida se vê muitas vezes jungido aos despojos cadavéricos, por tempo indeterminado, através dos laços bioenergéticos que ligam o perispírito ao respectivo corpo físico em decomposição. Há, entretanto, algo em comum, ou seja, a constatação de que a vida é indestrutível e que ninguém burla suas leis sem assumir pesados compromissos cármicos com reparação compulsória, por um tempo de vida no plano físico equivalente ao tempo que deixou de exercer por ter fugido das raias da normalidade da morte física se não tivesse cometido ato tão abominável como o suicídio. Os relatos mediúnicos contendo informações sobre a situação do suicida após o ato cometido são unanimes em afirmar: o estado de dolorosa penúria do espírito, o qual se vê num processo de recapitulação compulsiva das ações desencadeadas em decorrência do suicídio, gerando um profundo sentimento de remorso, dor e sofrimento já mais visto em outro tipo de erro. Este estado de verdadeira psicose alucinatória assume características dantescas, dramáticas e traumáticas, e na maioria dos casos o suicida sente-se mais vivo e sensível aos embates da decomposição cadavérica do próprio corpo físico. Ora se vê no local onde o ato se consumou, ora se vê autopsiado e ao mesmo tempo preso ao túmulo, onde jazem os restos mortais sepultados. Neste verdadeiro inferno se debate por tempo indeterminado, podendo durar dias a fio, meses, anos, ou até que, pela dor e sofrimento, possa despertar mais lúcido para compreender melhor o equívoco cometido. Para tanto, o remorso e o arrependimento são etapas inerentes ao despertar, seguidas de uma necessidade moral profunda de se redimir perante a própria consciência e às Leis de Deus. Durante todo este tempo não fica abandonado pela misericordiosa assistência espiritual dos espíritos socorristas e familiares em condições de ajudar, bem como de amigos e protetores, que, amorosamente, prestam o socorro necessário, sem entretanto violar o código ético da vida. Após esta fase crucial, à medida que for apresentando sinais de melhor receptividade e lucidez, é submetido a um complexo tratamento magnético-espiritual específico, em clinicas altamente especializadas, localizadas nas altas camadas da estratosfera terrestre, encarregadas de dar atendimento psicoterápico e sonoterápico, objetivando a plena recuperação do suicida. Na revista VEJA de 11/05/2005, há um artigo intitulado "VIDA APÓS A MORTE", muito interessante. Geralmente, a morte por suicídio produz marcas profundas no perispírito, e elas poderão determinar lesões nos respectivos centros vitais e demais órgãos perispíriticos, que irão repercutir na concepção de um novo corpo físico em uma próxima reencarnação. Nas futuras reencarnações o suicida poderá apresentar malformações congênitas ou doenças hereditárias irreversíveis, na maioria dos casos, renascendo em situações de excepcionalidade, exigindo muito amor e dedicação dos pais e familiares, médicos e enfermeiros, e tratamento em clínicas especializadas. Através destas limitações morfogenéticas a curto, médio ou longo prazo, não se deve pensar em castigos ou punições divinas, mas tão-somente no cumprimento da Lei do Carma genético, o suicida de ontem renasce em um novo corpo físico disforme como decorrência natural das lesões registradas na memória genética que servirão de matrizes indutoras a influenciar negativamente durante a gestação, na organogênese e morfogênese, do novo corpo físico, determinando malformações congênitas ou doenças hereditárias, correspondentes às lesões causadas por traumatismos, em decorrência do suicídio cometido em vidas anteriores. Há também casos de suicídio indireto, no qual a pessoa não tem a deliberação plena de cometer o suicídio propriamente dito, mas, pelo tipo de vida que leva, sem maiores compromissos com a saúde física e mental, expondo-se a situações de risco por imprudência, ou praticando excessos de toda a natureza, poderá morrer prematuramente, sendo, portanto, considerado também um caso de suicídio indireto, estando sujeito às mesmas penalidades impostas ao caso anterior. É o caso dos fumantes, alcoolatras, viciados de toda espécie, etc. Morte e Educação A morte é um fenômeno natural de mudanças e transmutações, inerentes à própria dinâmica da vida, que á meu ver deveria ser informada através da educação formal e informal, desenvolver uma ação educativa, iniciando no respectivo lar, tendo os pais como pedagogos e educadores, com a missão natural de orientar e educar os filhos, desde a fase preparatória antes da reencarnação propriamente dita, através do processo psicobiofísico da gestação, acompanhando-os com amor e dedicação em todas as fases do crescimento e desenvolvimento pleno, quando assumirão com maior consciência e responsabilidade deveres e obrigações de viver construtivamente, em harmonia consigo mesmos, com a natureza, com a sociedade, com a vida, cumprindo o plano divino de suas existências. Compreendendo desde cedo que a vida é imperecível, e que o ser humano é um agente co-criador que integra e participa de um plano maior, de acordo com o nível de maturidade alcançado, e com a correspondente autonomia relativa, de agir e interagir no contexto existencial que lhe é concedido viver, é natural que venha gradativamente, pela educação recebida, a desenvolver uma cosmovisão existencial, sem as peias do medo de qualquer espécie e muito menos do medo da morte e de morrer. Como decorrência lógica deste processo de educação permanente, cada pessoa vai sentindo a imperiosa necessidade ético-espiritual de expandir-se na busca do auto-conhecimento, na construção da plenitude consciencial, livre de preconceitos e condicionamentos atávicos ou adquiridos, limitadores da liberdade de pensar, sentir e agir em harmonia com as leis da vida, numa visão plena de totalidade e integração. Tendo consciência e discernimento de que é um agente co-criador arquiteto do próprio destino em todos os níveis de manifestação da vida, sente a própria dimensão transcendente do viver no plano físico e extra-físico através de suas funções psi, anímico-mediúnicas, paranormais, que lhes possibilitam projetar-se fora do respectivo corpo físico, penetrando nos diferentes níveis e planos extra-físicos, continuando na dinâmica da vida de relação a interagir com espíritos, encarnados ou desencarnados, realizando novos aprendizados enriquecedores ou participando nas tarefas e trabalhos socorristas, vivendo o amor solidário, o amor compaixão, o amor-fraternidade, expressões particulares do verdadeiro "amar ao próximo como a ti mesmo". Ressalta-se, pois, a importância da Educação numa visão e abordagem holística, integradora, sem os condicionamentos dogmáticos e sectários que dividem e segregam os seres humanos de todas as raças, povos e nações, tanto no Oriente como no Ocidente. Tais princípios educativos, fazendo parte dos currículos educacionais nas escolas, através de projetos psicopedagógicos multi e transdisciplinares integrantes de um plano educacional de maior amplitude, privilegiando a valorização da Vida, a educação física, mental e afetiva do ser humano numa perspectiva holística, integradora e transcendente, possibilitando o desenvolvimento cognitivo, afetivo e espiritual, com ênfase no auto-conhecimento, e numa cosmovisão transcendente da vida, em que a morte não seja considerada o fim de tudo. A comprovação científica dos fenômenos naturais, inerentes ao intercâmbio mediúnico, muito contribuirá para evidenciar, com maior solidez, a sobrevivência espiritual do ser humano, na mais eloqüente demonstração universal de que a morte não rompe e nem destrói os laços afetivos de amor conjugal, amor paternal, maternal, amor filial, fraternal, amor-solidariedade, amor-compaixão, entre as mentes e corações afins, encarnados e desencarnados, na dinâmica da vida imperecível. Cícero Marcos Teixeira

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