segunda-feira, setembro 17, 2012


Óleos Essenciais na Gestação

Durante a gestação, toda mulher vivencia sensações, sentimentos e alterações físicas bastante significativas e particulares deste momento tão especial. Por esta razão, algumas medidas devem ser tomadas pela futura mamãe para que ela possa enfrentar esta fase com bastante tranqüilidade. Estar consciente de todas as mudanças, tanto físicas quanto psicológicas, bem como procurar um bom acompanhamento médico é, sem dúvida, o melhor a ser feito. Afinal, as câimbras, as cólicas, os inchaços, os enjôos, a ansiedade, a insônia e outros problemas certamente aparecerão e, como uma boa guerreira, ela precisa estar bem preparada.
O uso de óleos essenciais durante a gestação tem como objetivo atenuar os efeitos colaterais da gravidez. No entanto, trata-se de uma prática que requer bastante cuidado, pois há óleos totalmente contra-indicados para este período – que podem desde alterar a pressão sanguínea até intoxicar o feto ou provocar abortos. Inclusive, os óleos que induzem à menstruação são conhecidos por “emenagogos” e o seu uso deve ser sempre supervisionado por um profissional. Ou seja, o emprego dos óleos essenciais (aromaterapia) na gestação é um assunto sério que exige conhecimento e muita atenção.
De acordo com vários autores, os óleos essenciais não devem ser utilizados até o quinto mês de gestação. Até lá, recomenda-se apenas algumas sessões de massagens com um bom óleo vegetal de amêndoas e/ou gérmen de trigo. Os óleos vegetais são ricos em emolientes, substâncias que protegem a pele da perda excessiva de umidade, e ácidos graxos saturados e insaturados que ajudam a combater as estrias e proporcionam relaxamento. Neste caso, até a automassagem é perfeitamente aceitável e a futura mamãe pode cuidar sozinha dos seios, barriga, pernas e pés.
A parir do quinto/sexto mês, caso não haja restrição médica, já é possível introduzir os óleos essenciais em alguns momentos. O óleo essencial de lavanda, por exemplo, vem sendo empregado para fins curativos há várias décadas e pode ser um grande aliado da gestante em virtude de suas propriedades calmantes e relaxantes. O ideal, aqui, seria utilizá-lo como sendo um aromatizador de ambientes – pingando algumas gotinhas em um difusor elétrico de aromas – na hora de dormir ou relaxar. Isto, sem dúvidas, traz leveza ao ambiente e faz qualquer um se sentir melhor. No entanto, mesmo a partir desta fase, o uso tópico do óleo essencial de lavanda não é 100% seguro, afinal, ele é um emenagogo e usá-lo de forma incorreta pode trazer problemas a gravidez.
PS: alguns aromaterapeutas afirmam que os óleos essenciais de lavanda, camomila e rosas, que são emenagogos, podem ser utilizados de outras formas (além da inalação) após o quinto/sexto mês desde que a gestante não tenha um histórico de abortos. Por exemplo: eles dizem que a drenagem linfática pode ter seus efeitos potencializados com os óleos de lavanda e camomila. Bastam algumas gotas no creme de massagem. E as pernas e pés, que sofrem com os inchaços, podem ser tratados com um delicioso escalda-pés de lavanda. No entanto, todo cuidado é pouco e a orientação de um profissional, nesses casos, é imprescindível.



Há, por outro lado, uma enorme variedade de óleos essenciais que são considerados 100% seguros a partir dessa fase – como os de bergamota, capim-limão, erva cidreira, gerânio, grapefruit e outros. Diferentes entre si, cada um deles possui um conjunto de propriedades que pode contribuir de maneira bastante significativa para os últimos meses de gestação, tornando-a ainda mais harmoniosa, tranqüila e saudável. Alguns exemplos: durante a gravidez, é possível que os quadros de celulite fiquem mais evidentes em virtude da retenção de líquidos, do acúmulo de tecido gorduroso e pela tendência da mulher a se exercitar menos neste período. Então, para atenuar esses efeitos, ela pode combinar o potencial anticelulítico da erva-cidreira e do grapefruit e fazer um excelente óleo para massagem – conforme abaixo:

15 ml de óleo vegetal de semente de uva;
 2 gotas de óleo essencial de erva-cidreira;
 1 gota de óleo essencial de grapefruit;
 Misturar o óleo vegetal com os óleos essenciais;
 Armazenar em um vidro âmbar de 10 ml e massagear conforme orientação profissional.

Já para as dores nas costas, especialmente da região lombar, costuma-se utilizar os óleos essenciais de gerânio ou laranja – que, além de serem deliciosos relaxantes, são especialmente eficazes contra as dores e inflamações musculares e fragilidade óssea. Isto é muito interessante, afinal, cerca de 60% das mulheres sentem dores nas costas em algum momento da gravidez em conseqüência da mudança do centro de gravidade do corpo. Porém, o óleo essencial de laranja é fototóxico e por esta razão, após o seu uso, deve-se evitar a exposição ao sol sob o risco de manchar a pele. Receita:

15 ml de óleo vegetal de semente de uva;
 3 gotas de óleo essencial de gerânio ou laranja;
 Misturar o óleo vegetal com o óleo essencial;
 Armazenar em um vidro âmbar de 10 ml e massagear conforme orientação profissional.

PS: o óleo essencial de gerânio, inclusive, estimula o sistema linfático e ajuda a evitar a retenção de líquidos e o inchaço dos tornozelos.
Por fim, também existem óleos considerados tóxicos para o feto e que não devem ser utilizados pela futura mamãe. Por exemplo: alguns componentes presentes nos óleos essenciais são capazes de atravessar a barreira placentária e causar danos ao bebê, uma vez que ele não tem condições de metabolização devido à imaturidade funcional de seu fígado. A cânfora é um destes componentes e por esta razão todos os óleos canforados, como o próprio óleo essencial de cânfora e alecrim QT1, devem ser evitados. O mesmo se repete para os óleos de sage espanhol, savin e salsa, que são considerados fetotóxicos, embriotóxicos e teratogênicos (causam má formação) por apresentarem acetato de sabinila e/ou apiol em suas composições.

E a lista de óleos classificados como “de risco” não pára por aí. Então, para resumir, podemos seguir as orientações de Patricia Davis, uma das fundadoras da Federação Internacional de Aromaterapeutas, que faz restrição ao uso dos seguintes óleos essenciais durante a gravidez: alecrim QT1, anis, arnica, artemísia, bétula, cânfora, cedro, cipreste, erva doce, sálvia esclaréia, hissopo, hortelã pimenta, jasmim, manjericão, manjerona, mirra, orégano, poejo, rosas, tomilho e zimbro.

Dado o exposto, o uso de óleos essenciais na gestação é um assunto sério que exige conhecimento, responsabilidade e muita atenção. No mais, é só curtir a gravidez e esperar pela chegada do bebê.

por Wagner Azambuja

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