Óleos Essenciais na Gestação
Durante a gestação, toda mulher vivencia sensações,
sentimentos e alterações físicas bastante significativas e particulares deste
momento tão especial. Por esta razão, algumas medidas devem ser tomadas pela
futura mamãe para que ela possa enfrentar esta fase com bastante tranqüilidade.
Estar consciente de todas as mudanças, tanto físicas quanto psicológicas, bem
como procurar um bom acompanhamento médico é, sem dúvida, o melhor a ser feito.
Afinal, as câimbras, as cólicas, os inchaços, os enjôos, a ansiedade, a insônia
e outros problemas certamente aparecerão e, como uma boa guerreira, ela precisa
estar bem preparada.
O uso de óleos essenciais durante a gestação tem como
objetivo atenuar os efeitos colaterais da gravidez. No entanto, trata-se de uma
prática que requer bastante cuidado, pois há óleos totalmente contra-indicados
para este período – que podem desde alterar a pressão sanguínea até intoxicar o
feto ou provocar abortos. Inclusive, os óleos que induzem à menstruação são
conhecidos por “emenagogos” e o seu uso deve ser sempre supervisionado por um
profissional. Ou seja, o emprego dos óleos essenciais (aromaterapia) na
gestação é um assunto sério que exige conhecimento e muita atenção.
De acordo com vários autores, os óleos essenciais não devem
ser utilizados até o quinto mês de gestação. Até lá, recomenda-se apenas
algumas sessões de massagens com um bom óleo vegetal de amêndoas e/ou gérmen de
trigo. Os óleos vegetais são ricos em emolientes, substâncias que protegem a
pele da perda excessiva de umidade, e ácidos graxos saturados e insaturados que
ajudam a combater as estrias e proporcionam relaxamento. Neste caso, até a
automassagem é perfeitamente aceitável e a futura mamãe pode cuidar sozinha dos
seios, barriga, pernas e pés.
A parir do quinto/sexto mês, caso não haja restrição médica,
já é possível introduzir os óleos essenciais em alguns momentos. O óleo
essencial de lavanda, por exemplo, vem sendo empregado para fins curativos há
várias décadas e pode ser um grande aliado da gestante em virtude de suas
propriedades calmantes e relaxantes. O ideal, aqui, seria utilizá-lo como sendo
um aromatizador de ambientes – pingando algumas gotinhas em um difusor elétrico
de aromas – na hora de dormir ou relaxar. Isto, sem dúvidas, traz leveza ao
ambiente e faz qualquer um se sentir melhor. No entanto, mesmo a partir desta
fase, o uso tópico do óleo essencial de lavanda não é 100% seguro, afinal, ele
é um emenagogo e usá-lo de forma incorreta pode trazer problemas a gravidez.
PS: alguns aromaterapeutas afirmam que os óleos essenciais
de lavanda, camomila e rosas, que são emenagogos, podem ser utilizados de
outras formas (além da inalação) após o quinto/sexto mês desde que a gestante
não tenha um histórico de abortos. Por exemplo: eles dizem que a drenagem
linfática pode ter seus efeitos potencializados com os óleos de lavanda e
camomila. Bastam algumas gotas no creme de massagem. E as pernas e pés, que
sofrem com os inchaços, podem ser tratados com um delicioso escalda-pés de
lavanda. No entanto, todo cuidado é pouco e a orientação de um profissional,
nesses casos, é imprescindível.
Há, por outro lado, uma enorme variedade de óleos essenciais
que são considerados 100% seguros a partir dessa fase – como os de bergamota,
capim-limão, erva cidreira, gerânio, grapefruit e outros. Diferentes entre si,
cada um deles possui um conjunto de propriedades que pode contribuir de maneira
bastante significativa para os últimos meses de gestação, tornando-a ainda mais
harmoniosa, tranqüila e saudável. Alguns exemplos: durante a gravidez, é
possível que os quadros de celulite fiquem mais evidentes em virtude da
retenção de líquidos, do acúmulo de tecido gorduroso e pela tendência da mulher
a se exercitar menos neste período. Então, para atenuar esses efeitos, ela pode
combinar o potencial anticelulítico da erva-cidreira e do grapefruit e fazer um
excelente óleo para massagem – conforme abaixo:
15 ml de óleo vegetal de semente de uva;
2 gotas de óleo
essencial de erva-cidreira;
1 gota de óleo
essencial de grapefruit;
Misturar o óleo
vegetal com os óleos essenciais;
Armazenar em um vidro
âmbar de 10 ml e massagear conforme orientação profissional.
Já para as dores nas costas, especialmente da região lombar,
costuma-se utilizar os óleos essenciais de gerânio ou laranja – que, além de
serem deliciosos relaxantes, são especialmente eficazes contra as dores e
inflamações musculares e fragilidade óssea. Isto é muito interessante, afinal,
cerca de 60% das mulheres sentem dores nas costas em algum momento da gravidez
em conseqüência da mudança do centro de gravidade do corpo. Porém, o óleo
essencial de laranja é fototóxico e por esta razão, após o seu uso, deve-se
evitar a exposição ao sol sob o risco de manchar a pele. Receita:
15 ml de óleo vegetal de semente de uva;
3 gotas de óleo
essencial de gerânio ou laranja;
Misturar o óleo
vegetal com o óleo essencial;
Armazenar em um vidro
âmbar de 10 ml e massagear conforme orientação profissional.
PS: o óleo essencial de gerânio, inclusive, estimula o
sistema linfático e ajuda a evitar a retenção de líquidos e o inchaço dos
tornozelos.
Por fim, também existem óleos considerados tóxicos para o
feto e que não devem ser utilizados pela futura mamãe. Por exemplo: alguns
componentes presentes nos óleos essenciais são capazes de atravessar a barreira
placentária e causar danos ao bebê, uma vez que ele não tem condições de
metabolização devido à imaturidade funcional de seu fígado. A cânfora é um
destes componentes e por esta razão todos os óleos canforados, como o próprio
óleo essencial de cânfora e alecrim QT1, devem ser evitados. O mesmo se repete
para os óleos de sage espanhol, savin e salsa, que são considerados
fetotóxicos, embriotóxicos e teratogênicos (causam má formação) por
apresentarem acetato de sabinila e/ou apiol em suas composições.
E a lista de óleos classificados como “de risco” não pára
por aí. Então, para resumir, podemos seguir as orientações de Patricia Davis,
uma das fundadoras da Federação Internacional de Aromaterapeutas, que faz
restrição ao uso dos seguintes óleos essenciais durante a gravidez: alecrim
QT1, anis, arnica, artemísia, bétula, cânfora, cedro, cipreste, erva doce,
sálvia esclaréia, hissopo, hortelã pimenta, jasmim, manjericão, manjerona,
mirra, orégano, poejo, rosas, tomilho e zimbro.
Dado o exposto, o uso de óleos essenciais na gestação é um
assunto sério que exige conhecimento, responsabilidade e muita atenção. No
mais, é só curtir a gravidez e esperar pela chegada do bebê.
por Wagner Azambuja
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