Flui, flui me pelo corpo a essência da cobra virginal
O outono antigo do vento invernal
Muda se o tempo em mim o rumo
Vai e vem com fluidez ao litoral
Não existe em mim posição mais literal
Ao leste e a oeste sempre sem tempo e sem
caminho
Errante por entre morros e mundos
Passáros e gaivotas me rodeiam
Mulheres ao longe dançam em roda
Vento mudo, vento surdo, fogo e fluxo
temporal
Águas e morros desmoronam em mim
De mim vários e duplos gritos se desdobram
E eu grito o mantra da Grande Mãe
RAM-IO, RAM-IO, RAM-IO
Sinto a natureza que em mim se desdobra
Flui para dentro da Terra como cobra
E o primeiro grito repercute por entre o
tempo
Está perdido e já não era sem tempo.
Sem comentários:
Enviar um comentário