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Vida
após a morte
Os
rituais wiccanos contêm elementos das lendas de Ishtar (a virgem-mãe da
Babilônia, conhecida, também, por Astarte e Cibele) e de Deméter (a Ceres
romana); tais lendas são interpretadas como um símbolo contínuo de morte e
ressurreição.
Porém,
a crença na reencarnação varia entre os wiccanos, embora ela tivesse sido
tradicionalmente ensinada na década de 1930 nos New Forest coven.
O
influente Alto Sacerdote Raymond Buckland escreveu que uma alma humana
reencarna nas mesmas espécies durante muitas vidas para aprender lições e
progredir espiritualmente, mas essa crença não é universal no mundo da Wicca,
uma vez que outros acreditam que a reencarnação da alma acontece em espécies
distintas.
Contudo,
um ditado popular entre os wiccanos é que "uma vez bruxo, sempre
bruxo", indicando que os wiccanos são reencarnações de bruxas do passado.
Os
wiccanos que crêem em reencarnação acreditam que as almas vivem entre o Outro
Mundo e a Terra de Verão, conhecida nas escritas de Gardner como o "êxtase
da Deusa".
Da
mesma forma, estes wiccanos acham ser possível se comunicar com espíritos que
residem no Outro Mundo através da mediunidade ou do tabuleiro ouija,
principalmente durante o Sabbat de Samhain, embora alguns discordem com esta
prática, como o Alto Sacerdote Alex Sanders, que dizia "estão mortos;
deixem-os em paz."
No
entanto, a crença do contato foi muito influenciada pelo Espiritualismo, que
estava popular na época do surgimento da Wicca, e na qual Gardner e outros
wiccanos como Buckland e Sanders tiveram experiências diretas.
Apesar
de alguns wiccanos acreditarem na vida após a morte, este não é o principal
foco da Wicca, nem mesmo para estes grupos.
A
Wicca tende a se concentrar na vida atual porque, como observou Ronald Hutton,
"se alguém faz seu melhor na vida presente, em todos os aspectos, a vida
seguinte vai ser mais ou menos benéfica dentro do processo, então pode-se assim
concentrar-se no presente."
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Altar
wicca usado em ritual a céu aberto
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Boa
parte dos wiccanos crêem na magia — uma força que eles vêem como sendo capazes
de manipulação através da prática de bruxaria ou feitiçaria.
Alguns
a denonimam "magick", variação cunhada pelo influente ocultista
Aleister Crowley, embora esta grafia é mais comumente associada com a religião
da Thelema de Crowley do que com a Wicca.
De
fato, muitos wiccanos concordam com a definição de magia oferecida pelos
mágicos cerimoniais, como Aleister Crowley, que declarava que a magia é "a
ciência e a arte de provocar mudança de ocorrência em conformidade com a
vontade", enquanto que outro mágico cerimonial proeminente, MacGregor
Mathers, afirmou que era "a ciência do controle das forças secretas da
natureza."
Os
wiccanos também acreditam que a magia é a lei da natureza ainda incompreendida
ou ignorada pela ciência contemporânea, e, como tal, não a vêem como sendo
sobrenatural, mas sendo uma parte dos "super poderes que residem no
natural", como escrevia Leo Martello.
Alguns
adeptos da Wicca preferem acreditar que a magia é fazer pleno uso dos cinco
sentidos a fim de se obter resultados surpreendentes, ao passo que outros
wiccanos não pretendem saber como ela funciona, apenas acreditando que ela
funciona.
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Os
feitiços da Wicca são realizados durante as práticas rituais , na tentativa de
provocar mudanças reais no mundo físico.
Assim,
os feitiços da Wicca geralmente são usados para a cura, a proteção, o banimento
de influências negativas e, principalmente, a fertilidade.
Os
pioneiros da Wicca, Alex Sanders, Sybil Leek e Doreen Valiente, chamavam suas
práticas de "magia branca", para separá-la da "magia
negra", que é associada ao mal e ao Satanismo e é usada contra um objeto,
uma pessoa, um lugar.
Sanders
também utilizava a terminologia "Caminho da Mão Esquerda" para
descrever a magia maléfica e "Caminho da Mão Direita" para descrever
a magia realizada com boas intenções; terminologia esta que teve sua origem com
a ocultista Madame Blavatsky no século XIX.
Alguns
wiccanos, contudo, alegam que a cor preta não é necessariamente uma associação
ao Mal.
A
magia na Wicca define-se como a arte de enviar consciência a vontade, em
ocasiões respaldando estes pensamentos ou está fé com objectos como velas,
talismãs, ou ervas que representem a intenção do Mago Wicca.
Símbolos,
cores, artefatos, o círculo, movimentos, música e mantras fazem parte do
conjunto fundamental de elementos na magia wicca a fim de se obter o efeito buscado,
que varia de grupo a grupo.
Scott
Cunningham escreveu:
"O
poder pessoal é a força vital que sustenta nossas existências terrenas.
Ela
move nossos corpos. [...]
Na
magia, o poder pessoal é gerado, imbuído de um propósito específico, liberado e
direccionado ao seu objectivo."
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"A
vontade, o amor e a imaginação são poderes mágicos que todos possuem, mas só
aquele que sabe a maneira de desenvolvê-los e servir-se deles de um modo
consciente e eficaz é um verdadeiro Mago."
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