quarta-feira, dezembro 03, 2008

UMA VISÃO DO MUNDO

UMA VISÃO DO MUNDO

Por Melquizedek





Quando o chamado vem do espírito, a alma e a personalidade se calam.

Quando a força dos céus fala reclamando seu lugar na Terra, os oceanos se abrem, as terras tremem e o homem estremece porque sabe que o reino de Deus está próximo.

O mundo tem esperado por muito tempo para que a roda dos ciclos se movesse, as engrenagens do grande relógio cósmico marcasse a hora suprema para a chegada da luz.

É o momento para falarmos de um mundo novo.

É o momento de nos abrir para o que será a concepção de uma nova sociedade.

Vocês responderam ao chamado. Muitos foram chamados, muitos foram convocados, porém, só vocês responderam.

Isto é para vocês.



1. A Liberdade

A Terra é a nossa casa. É a casa de todos, tua e minha. Nós devemos cuidar dela e protegê-la.

Devemos protegê-la dos inconscientes que lhe causam dano e também daqueles que o fazem de maneira consciente.

Porém, a humanidade tem vivido pensando que são os donos do mundo. Que a Terra nasceu para que eles pudessem fazer o que querem com ela... e, esse tem sido um grande erro.

A Terra está partida como se fosse uma botina de alguns; levantam muros para separar os povos, levantam fronteiras artificiais para separar uns dos outros, como se eles fossem diferentes. Isto é falso.

A história da humanidade não é outra que a contínua luta por fazer que uns se somem a outros, primeiro fisicamente através da escravidão, depois através de guerras para submeter povos inteiros a que rendam tributos a outros e, logo, com as idéias para que os demais pensem como os poderosos e, por fim, com o comércio, para que uns trabalhem para outros. Sempre buscando a submissão de uns aos outros.

É chegado o momento para que o homem cresça o suficiente, para entender que a liberdade é o bem supremo com que Deus regala a cada ser nesta criação. Cada um tem o dom de eleger sua liberdade e vivê-la como o deseje. Porém, esse dom, deve aprender a exigi-lo, deve aprender a vivê-lo.

Um escravo tem que aprender a viver em liberdade, pois, do contrário, buscará eternamente um amo a quem servir e a quem responsabilizar por suas desditas.

O ser humano tem se escravizado de muitas formar, politicamente, comercialmente, culturalmente, economicamente, sentimentalmente, etc, etc, etc.

O ser humano não aprendeu a viver em liberdade, mesmo aqueles que, orgulhosos, pretendem exportar sua visão de liberdade, não fazem senão exportar suas próprias limitações e misérias humanas.

Vamos falar da liberdade e, por isso, a vocês que responderam ao chamado, lhes digo agora. A liberdade temos que descobri-la para que este mundo seja desde agora um mundo de homens e mulheres livres. Livres em seu coração e livres em seu pensamento.

Os seres humanos temos contruído o mundo que herdamos; porém, o homem e a mulher atual temos que mudá-lo para a bênção das futuras gerações.

Falo com a responsabilidade daquele que sabe. Falo com a consciência do que vê o futuro com a claridade do presente.

O chamado foi para trabalhar.

Por isso hoje te convoco a trabalhar por este mundo que juntos haveremos de construir.



Liberdade de Pensamento

Isso é o que pretendo fazer contigo, dar-te liberdade para que penses como homem e mulher livres, não como o escravo e escrava que aprenderam a pensar como outros querem que pensem. Não.

Por isso não te vou dizer o que deves pensar, vou dizer-te o que deves fazer. Não te vou dizer o que deves buscar, vou dizer-te como deves fazê-lo.

O ser humano tem sido, desde o princípio, um receptor de idéias alheias. Toma-as e as faz suas e logo as defende como se fossem criação própria. Porém as idéias se difundem como os vírus. Infectam uma mente e logo a outra e a outra. E a dependência se expande como se fosse uma rajada de vento.

Porque no princípio, ao homem, lhe disseram que era pecador e para isso necessitava de um Deus que o salvasse de um inferno. E o temor a algo que ninguém via estendeu-se fazendo real e criando escravos mentais de um amo que tampouco ninguém via.

Porém o amo não era intangível, o amo estava na Terra. Detrás de instituições, detrás de grupos que manejavam o temor por conveniência. Sempre foi mais simples manejar escravos que manejar homens e mulheres livres.

Depois houve aqueles que falaram de um mundo espiritual e o criaram completo, com mestres, com anjos, com santos, com prêmios e castigos e o chamaram a nova religião, o novo evangelho, o chamaram a nova era e os descontentes das instituições religiosas mudaram de instituição. Deixaram a escravidão anterior para seguir uma nova, mais atual e, aí, falaram até cansar do que não gostavam na anterior. E se sentiram os novos salvadores. Tinham que salvar o mundo das religiões aniquiladoras, dos restos degenerados de uma religião que já não servia para guiar um homem e uma mulher novos.

E, novamente, caíram em um jogo. O jogo dos cegos guiando os cegos.

Alguns voltaram aos céus e viram que esta era sua casa. Sentiram-se parte das estrelas e, então, surgiram comandantes, seres do espaço que vinham para evacuar a Terra antes do grande cataclisma. E novamente se explorou o temor do homem. E houve milhares que prepararam malas, venderam seus pertences e compraram uma passagem imaginária para o paraíso, que não existia senão na mente daqueles que lhe falaram.

Depois quiseram terminar com o mundo e ainda o estão fazendo. Sempre haverá alguma profecia, sempre haverá alguma interpretação, sempre haverá algum ano, um pouco mais além, que possa explorar o temor daqueles que pareciam querer fugir desta sua casa antes de arrumar o que deve ser arrumado pelo próprio homem que foi quem desarrumou.

Somos responsáveis, não me refiro a ti em particular, refiro-me a todos nós como humanidade. Somos responsáveis pelas guerras que tem manchado de carma toda a família humana, refiro-me às enfermidades epidêmicas que têm surgido como parte dos ensaios químicos que a civilização inconsciente tem feito ao largo de tantos anos. Somos responsáveis de haver construído fronteiras separando homens e mulheres de seus irmãos. Dando mais direitos a uns do que a outros. Somos responsáveis de criar religiões para buscar uma paz interior, quando na realidade separam as pessoas em classes e muitas vezes provocam guerras.

Temos nos separado pelas religiões, pelas linguagens, pelos bens que possuímos, pelas fronteiras, por nossas formas de pensar; temos nos separado por todas as formas possíveis e não temos ainda aprendido a forma de conviver e fazer deste mundo uma verdadeira casa onde possamos viver de maneira harmoniosa como o faz a natureza em cada recanto de jardim.



Liberdade de Coração

E, talvez o mais triste de tudo é o homem que está escravizado em seu coração. Desde a mais tenra infância o ser humano busca segurança nos ternos braços de sua mãe e na força de caráter de seu pai, e o que obtêm são fórmulas infalíveis para criar uma dependência permanente de seu coração ao amor de outras pessoas.

O homem e a mulher não terminam de crescer emocionalmente. Sua educação não o promove. Crescem para serem dependentes de outros. Crescem com a idéia de buscar alguém que os ame por obrigação. Inventa-se uma cerimônia de matrimônio onde se firma um papel e se promove amar obrigatoriamente um à outra e vice-versa.

Como se ao coração, se lhe pudesse obrigar a amar.

E, logo, o ser busca desesperadamente, através de sua insegurança, o amor de alguém que o salve de sua solidão... porque nunca aprendeu a viver e desfrutar de sua solidão.

Porque nunca aprendeu a amar-se a si mesmo, para depois amar de maneira completa outro ser.

Concebe-se como uma metade de ser humano em busca de seu complemento... e passa toda a vida buscando completar-se com outro ser incompleto.

Essa é a tragédia.

O homem e a mulher do futuro que vejo e que vamos construir é um ser humano completo que se sabe completo e que ama de maneira completa, com esse amor que não escravisa, com esse amor que ama responsavelmente, com esse amor que se une para construir famílias completas, que educa crianças completas e sãs emocionalmente, esse é o germem da nova semente. Essa semente que aporta o saber de que estamos completos desde que nascemos e que tudo o demais são medos criados pela inconsciência da ignorância.

Este é o momento em que haveremos de construir o novo mundo, a nova sociedade. Com a luz nova de um conhecimento que liberta e que permite pensar e sentir desde uma plataforma livre do temor.

Só os escravos do pensamento buscam aprovação dos demais.

Só os escravos do coração buscam o amor que vem de fora.

Nós estaremos crescendo para pensar o que nos pareça mais correto e nos sentir plenos e satisfeitos conosco mesmos, seja que estejamos em família ou sozinhos.

O homem livre forma parte de um novo mundo ao qual já pertencem milhares de escolhidos.

Este é o convite que te faço... Tu decides.





2. Falemos da Ciência

A ciência do homem vem crescendo e desenvolvendo-se de forma acelerada não dando tempo à humanidade para que questione a moral que vai implícita em sua ciência.

O homem vem caminhando aproximando-se dos mistérios da natureza, porém, tem se distanciado do que deveria ser o principal motivo de sua investigação: o homem mesmo.

A ciência humanista não existe, existe a ciência capitalista, a ciência bélica, a ciência do medo, a ciência da ambição. Essas são as ciências que existem.

O que se investiga não se faz pela investigação em si, faz-se porque o homem teme ser atacado, faz-se porque o homem ambiciona ter mais dinheiro e poder e faz-se porque “se não o fizer alguém mais o fará e, então, deverá submeter-se”.

Vivemos dias de insegurança, o homem teme o homem. O homem é escravo do medo e esse medo configura tudo o que faz.

Tem criado uma ciência que pretende patentear, quer dizer apropriar-se do que a natureza tem construído. Da mesma forma como o homem se apropriou das terras que a natureza generosamente lhe proporcionou e lhes chamou de nações e lhes pôs muros e cobrou impostos para poder viver nelas; da mesma forma pretende agora apropriar-se do genoma humano para depois vendê-lo aos que pretendem ter filhos com tributos inventados em laboratórios, manipulando gens e pretendendo corrigir a natureza.

Uma moral perdida em meio ao temor. Temor de sofrer enfermidades que o próprio homem tem criado por apartar-se dos alinhamentos de sua natureza, por alterar os alimentos com que se nutre agregando-lhes o que seus maus hábitos lhes causam perdas. Colocando-lhes vitaminas que já possuíam, porém, que ao processá-los para embalar perderam. Criando dietas para seres humanos que perderam o saudável costume de comer para saciar a fome e não para dar prazer ao paladar. Uma civilização que busca substituir a natureza pensando que pode criar em laboratórios o que a natureza levou milhões de anos para criar.

E o ser humano se encerra a trabalhar em oficinas, em espaços com ar filtrado porque não convém respirar o ar das cidades cheio de poeiras e contaminantes, e regulando a temperatura do quarto para que agrade seu corpo, porque a roupa que usa impede o impede de transpirar e isso provocaria mau gosto à sociedade que tem constituído. O nylon e o poliéster fabricados em grandes laboratórios não foram feitos para o corpo humano, por isso é necessário ir aos ginásios e aos spas para dar ao homem e à mulher atual um sentimento de saúde, quando na realidade o único que lhes dão é uma dependência do artificial e carência de energia natural que proporcione saúde e vida energética.

Por esta razão o ser humano se aterroriza quando ouve a respeito do “aquecimento global” pensando que seus dias de conforto terminaram, terá que se apartar de suas comodidades para não gastar tanto combustível fóssil que contamina o mundo.

Porém, tudo isto não é senão uma conseqüência de uma longa vida inconsciente, levaram quantas gerações, desfrutando de uma ciência sem moral, para que a natureza reclamasse do homem sua pretensão de querer ser Deus.

É o momento de criar uma nova ciência. Uma ciência humanista que investigue o homem. Que abra possibilidade a um novo terreno, uma ciência ética, que busque o que é bom no natural, que devolva ao homem o que lhe tirou, que o devolva à natureza, que o retorne ao natural, que elimine tanta eletrônica e que lhe dê mais espaços, que tire sua atenção do sexual e o coloque à reverência do elevado. O homem e a mulher equilibrados são aqueles que se vêem a si mesmos como parte de uma extensão do mundo, aqueles que vivem sua liberdade em meio a um mundo que busca a transcendência de seus atos e não a mera satisfação do imediato.

Necessitamos de um mundo que se mova em torno de valores que transcendam, que acredite no amanhã, que não pense em termos de uma só vida.

Que não investigue para modificar o que a natureza já provê ao homem, mas, que investigue como pode o homem aproximar-se mais da natureza humana.

Que busque as respostas do porquê das emoções humanas, que busque os porquês da vida, o que há por trás dos sentimentos místicos do ser humano, o que há mais além da morte, que busque a maneira de igualar os direitos dos seres humanos, que deixe de tomar como cobaias os povos pobres e que lhes conceda as mesmas oportunidades de crescer e desenvolver-se dos demais.

Uma ciência que busque explicar o milagre da vida, porém, não em termos de gens e cromossomas, não. Isso a natureza já o respondeu e o vem fazendo desde sempre. Que explique por quê os pais devem cuidar dos filhos, por quê o filho quer tanto a sua mãe. Por quê um pai pode dar a vida por seu filho, por quê uma semente cresce até converter-se em árvore e depois dá mais sementes para que novas árvores sigam crescendo. Por quê é assim a vida, por quê todas as espécies devem seguir vivendo. Quem impulsiona toda esta vida em movimento.

Uma ciência que olhe mais além de seus olhos. Que interpreta à luz do interno o que seus aparatos lhe indiquem.

Uma ciência que vai à raiz dos porquês. Que responda desde dentro e não desde cânones que os pais do método científico lhes impuseram.

Só assim, poderemos aproximar-nos da verdadeira motivação da ciência. Esse impulso misterioso que surge desde que se é criança e nos move a descobrir como funciona o mundo... porém, para satisfazer ao espírito... não a um corpo que quer viver mais cômodo e seguro.





3. A Religião

Muito dentro do homem existe o impulso de buscar Deus. E isto ocorre desde o princípio dos tempos, os seres humanos serem presas das instituições religiosas.

O ser humano, como filho de Deus, recebeu os sinais completos para regressar a Ele. Nasceu com um mapa inscrito em si mesmo, dentro de sua própria essência que lhe indica o caminho de retorno...

Porém, o homem não tem aprendido a olhar para dentro. O homem, desde o primeiro instante de seu nascimento, abre seus olhos e sua prioridade é sobreviver fora, seus pais o educam para que seja igual a cego e surdo, que esta é sua realidade interior; o homem e a mulher aprendem a viver no mundo exterior... e esquecem como devem viver dentro.

E depois... devem buscar uma religião que lhes recorde o que levam inscrito em seus corpos, em suas mentes, em seus corações. E os seres humanos chegam às religiões buscando essas respostas e só encontram advertências e promessas.

Advertência de como não se deve viver, mandamentos do que não se deve fazer e milhares de regras que lhes cortam as asas de seu espírito e o enche de temores que não compreende.

Em princípio o amor a Deus talvez o traga à religião... e, é o temor a Deus o que o mantém dentro dela.

Como crianças pequenas as religiões educam seus adeptos, inspirando temor e cortando o raciocínio das mentes que, em busca de uma liberdade, se submetem à escravidão.

Poucas são as mentes que se atrevem a questionar a divindade de uma instituição ou ensinamentos de um livro sagrado sem sentir dentro delas um temor reverente acerca do que pode chegar a passar-lhes.

Essa é a liberdade que buscavam em sua religião?

Porém os homens mudam e as religiões também. Seguem novas idéias, novos profetas que de tempo em tempo elevam sua voz para fazer a luz onde a obscuridade já é insuportável.

E essas boas novas enchem de esperança os corações, não é verdade que o homem deve lutar por uma salvação. Os únicos que deveriam buscar a salvação seriam as instituições religiosas porque o tempo é chagado para que os seres humanos possam ver novamente a luz.

E basta de oprimir os corações com o temor de uma condenação eterna ou uma destruição mundial! Já basta de atemorizar os pobres de espírito! O dia da liberação se aproxima.

As religiões não têm cumprido com seu labor de aproximar-se do homem.

Cada uma delas luta por sobreviver igual a um produto do supermercado, que tem que fazer propaganda, como se conquistando o maior número de pessoas tivesse maior validade o que prega.

A verdade do espírito é clara e diáfana para o que a vê. Não se trata de polemizar o que é verdade incontestável. Cada um sabe o que percebe dentro dele e essa será a sua verdade. Se está disposta a enriquecê-la submetendo-a à prova, bem-vindo ao intercâmbio, se não está, tem todo o direito, essa é a liberdade em que cada um tem de crer e sentir o que seu coração lhe dita.

Porém, a sociedade não o entende assim. Milhares de povos exercem pressão sobre seus habitantes para que cumpram com ritos religiosos. Milhares de pais o fazem com seus filhos, muitos governos pressionam seus votantes para que cumpram com determinada religião... E isto ocorre nos países chamados democráticos... É isto o que as religiões ensinam? Não é, porém, lamentavelmente, é o que as religiões praticam.

Por esta razão as instituições religiosas estão condenadas a desaparecer. Os profetas nunca desaparecerão, pois, são produto de uma humanidade que se aproxima de Deus e que vai compreendendo-o cada vez melhor, porém, as instituições que ficam depois que o profeta se foi, são as que se degradam para converter-se em difusoras de um conhecimento e uma verdade sagrada em construtores de ritos e dogmas que encadeiam as massas de crentes.

A nova religião será individual, como o que é a percepção de Deus, da mesma forma como a arte leva ao pintor a expressar-se de uma maneira única e total, da mesma forma como a música é feita pelo compositor seguindo sua verdade interior, da mesma maneira a religião será pessoal e única para cada ser humano.

Esperamos e trabalhamos para que seja assim.





4. Falemos dos Governos

O homem criou uma sociedade regida por governos, às vezes eleitos pelo povo e outras vezes eleitos por armas.

O homem não alcançou a estatura para governar-se só. Não é possível dirigir-se para um futuro harmônico. Por esta razão deve ter um governo que o reja e lhe diga o que tem que fazer.

Um governo se constitui por seres humanos igualmente incompletos, com visões particularmente curtas do que deve ser um povo e com aspirações egoístas de interesses pessoais sempre postos por cima dos povos.

Porém, os homens e as mulheres de um povo não podem aspirar mais, quando estão desconectados da luz que brilha em seu interior.

O homem que não sabe pensar em outros não pode aspirar governá-los. O homem que não é capaz de sentir a necessidade de um povo não é capaz de liderá-lo.

Tanto os ditadores como os presidentes têm metas pessoais, têm interesses pessoais; os meios que utilizam para chegar ao poder são diferentes, porém, seus seres internos estão igualmente enfermos de necessidade de poder.

Um ditador talvez tenha uma necessidade maior de manter seu poder por meio do medo e de todo um sistema de repressão ao povo; porém um presidente de um país democrático surge de um grupo de poder por meio de alianças com outros grupos de poder; chega e conquista o voto do povo... porém...

Estando no governo tem interesses que representar, tem compromissos que pagar, tem promessas que cumprir, alianças que deve respeitar, e o povo...

O povo tem que esperar que todos esses pagamentos sejam satisfeitos para que finalmente seja o povo a receber os benefícios.

Por esta razão urge uma reforma nos governos da sociedade. A chamada democracia é uma bandeira já desgastada, em meio a uma classe política que se apoderou de muitos países e impede sua evolução.

Não é possível que o mundo olhe de maneira impassível como um presidente faz a guerra com um país só para ganhar votos e pagar certos interesses econômicos que o levaram à presidência em seu próprio país.

O mundo não anda bem quando as Nações Unidas são reféns dos governos poderosos que subsidiam seus programas de assistência social.

Porém, na nova sociedade, nada disso pode ser permitido. O novo homem reclama um governo que o represente, que o consulte, que exerça a opinião da maioria e que não o compre com promessas dessas feitas em campanhas, para logo se esquecer de suas necessidades.

O novo ser humano se regerá por seu coração, será consciente de suas responsabilidades como cidadão e entenderá que a maturidade de um país estriba-se na forma como enfrenta seu futuro.

Quando um governo tomar decisões não pensando só na próxima eleição, mas, pensando nas gerações de crianças que, com esperança, pedem a seus pais um mundo melhor onde eles possam viver.

Nossa revolução não é uma revolução violenta. É uma revolução de luzes, é uma revolução de idéias, é uma série de mudanças surgidas na consciência de um povo que desperta.

Não será com promessas que se conquistará um povo que pensa.

Não será com dinheiro que se comprará o voto de uma sociedade que sabe tomar decisões e está consciente dos problemas que deve resolver.

Não será com campanhas que maquilam a biografia dos candidatos que serão selecionados os melhores homens e mulheres para governar um povo que sabe o que quer.

Por isso o ser humano deve despertar desde dentro de si mesmo. Deve despertar o espírito.

Deve desligar a televisão e prender-se à sua realidade interior. O que lhe falta para ser feliz? O que lhe falta para educar com sabedoria seus filhos? O que requer para ter satisfeitas suas necessidades básicas?

Perguntemo-nos: Não nos dá a Terra suficiente alimento para toda a humanidade? Não nos proporciona a Terra suficientes riquezas para que toda a humanidade seja feliz? Não há suficiente espaço para que todos tenham uma casa digna de uma família?

O problema não é escassez, o problema é distribuição.

Todo o problema do homem é ter criado uma sociedade que permitiu que a riqueza se acumulasse em alguns poucos. E agora o sistema permite que esses poucos poderosos se façam mais poderosos e os pobres mais pobres.

Os sistemas atuais que a sociedade vem praticando não levam à igualdade de oportunidades; é necessário criar uma nova economia com sentido humanista e social que busque, verdadeiramente, o bem estar do ser humano. Que explore os bosques, porém, no sentido ecológico; que construa cidades, porém respeitando os espaços que as pessoas necessitam; que criem fontes de emprego, porém não para engrandecer fortunas de uns poucos, mas, para que seja a sociedade que se beneficie delas.

Tantos os empresários como os dirigentes sindicais, tantos os líderes religiosos como os dirigentes de governos, todos eles buscam, com egoísmos enfermos, na maioria das vezes, manter sua posição à custa dos princípios que manejaram enquanto trataram de chegar ali.Porém, a nova sociedade busca algo diferente. A nova sociedade busca despertar a consciência de um povo que tem esperado pacientemente que amadurecesse. A semente cresceu. A luz interior, finalmente, começa a vislumbrar um novo futuro. O espírito lança um olhar ao mundo onde possa viver e de maneira tranqüila preparar-se para pegar o enxadão, para arar os corações e as mentes com os sulcos onde as novas sementes crescerão.

Chegou o momento de iniciar a semeadura.

Não é uma luta violenta, não é nem sequer uma luta, é simplesmente uma mudança, radical, porém, no final, uma mudança.

Como se realiza uma revolução total?

Só quando o povo inteiro desperta e vê a luz que interiormente não havia captado.

Um povo em trevas não pode caminhar. Porém, um povo que percebe em suas mentes uma nova realidade inicia um caminho diferente e, cedo ou tarde todas as suas instituições mudam e começam a refletir essa nova sociedade que antes foi só um sonho.

O espírito requer um novo mundo. Um mundo onde as idéias sejam luminosas, onde os problemas tenham solução, onde as vozes dos mais fracos sejam ouvidas tanto como as dos mais fortes. Onde não exista um problema de distribuição. Onde todos sejamos parte de uma solução e não parte de um problema. Onde os corações se somam ao trabalho e as condições sejam dignas para todos. Onde o respeito às idéias e a tolerância das diferenças de opinião sejam a norma que reja a convivência social. Este é o mundo que vamos construir.

Perguntarão como?

E lhes respondo... com a luz do espírito que está por despertar.





5. A Educação

Não poderia terminar esta visão do mundo sem tocar na educação. É aí onde reside a esperança dos povos.

Meu coração estremece quando vejo a situação que priva o mundo e onde as crianças são, muitas vezes, as vítimas mais inocentes de toda esta tragédia.

É uma tragédia o que ocorre nos países pobres onde são as crianças os que trabalham para manter uma família onde o pai evadiu-se, ou está enfermo, ou simplesmente morto.

Crianças sem infância.

É uma tragédia quando as crianças são maltratadas por seus próprios pais que as obrigam a trabalhar para remediar o que eles não podem prover.

É uma tragédia quando trocam o estudo pelo trabalho.

Porém, também é uma tragédia quando os filhos recebem uma educação para aprender a manejar um fuzil ou uma pistola, quando o que recebem na escola é um ensinamento que os ensinam a odiar os inimigos de seus pais e de seus mestres. Quando semeiam ódio em seus corações inocentes. Essa é a tragédia dos povos governados pela violência e pelas guerrear.

Povos inteiros sacrificando suas crianças para criar soldados que defendam uma terra, uma religião, um modo de vida. Isto é uma tragédia.

O mundo sabe disto e se cala, muitas vezes.

O mundo sabe do que se vive na África e se cala. Das misérias que provocam mortes de milhares de crianças sem ter sequer oportunidade de ver um brinquedo ou de conhecer alguma vez uma televisão.

De certo lhes digo que há tragédias que se escrevem todos os dias, enquanto em outra parte do mundo há crianças desfrutando de uma sessão de cinema.

Um mundo de contrastes.

Onde está a solução destes problemas? Na infância.

Na educação das crianças. Aí está a solução dos problemas que a humanidade sofre.

Não ocultem os problemas de seus filhos, não lhes pinte um mundo que não existe, façam os ver os contrastes e permitam-lhes participar com idéias na solução dos problemas.

Uma criança que cresce sabendo dos problemas que afligem o mundo tem tempo para ir amadurecendo soluções que podem estar prontas quando tiver a idade de pô-las em prática. A humanidade conta com vocês para resolver seus problemas. O maior patrimônio da sociedade reside em seus filhos.

Porém, para isto se requer uma nova forma de educar.

E, para educar de uma maneira diferente requer-se um novo tipo de mestres.

Mestres que possam ver o potencial do quê as crianças podem fazer. Que não vejam as crianças como indefesas ou como seres que não sabem fazer nada e que os estão instruindo.

Que vejam as crianças como sementes dos grandes homens que serão amanhã.

Que o eduquem tendo em mente que quem está sentado brincando agora, pode ser um grande líder que resolverá o problema de escassez de água amanhã.

Que vejam os líderes do futuro, que vejam os grandes cientistas, os grandes governantes, os líderes religiosos que guiarão um povo para novos horizontes que hoje nem suspeitamos.

A magia das idéias se faz realidade quando um mestre vê com amor seus alunos e respeita o ser que está crescendo dentro.

A magia do ensinamento se desencadeia quando um mestre vê através da carinha doce de uma menina a grande senhora que, talvez, dirija universidades no futuro.

As escolas são os templos onde se forja o espírito das crianças.

Porém, os mestres são os grandes escultores de sonhos, são os grandes escultores que ensinam a escrever futuros nas mentes das crianças.

Por esta razão, os mestres devem ser respeitados e ter um lugar primordial na sociedade.

Por esta razão as crianças são a esperança de um futuro que a humanidade espera e necessita.

Aquele que, com amor, ensina, termina por formar o que a família lhe entrega, seus filhos.

E, sim, entendermos que a responsabilidade de educar não reside exclusivamente nas escolas, mas, também nos lares, e cada pai deve entender sua função como formador, então a sociedade estará muito próxima de entender a transcendência da educação e estará semeando um futuro promissor para todos.

A educação não termina quando termina a escola, a educação é uma disciplina tão importante como o desporto que fortalece o corpo; a educação fortalece os valores e são os valores que nos suportam quando a vida nos presenteia com problemas.

Esta é a função da educação e esta é a esperança da humanidade.

A nova educação dos seres humanos promoverá os valores que transcendem; entendam que se é importante lutar por construir um patrimônio para a família, também o é construir um patrimônio para toda a humanidade. A educação deve dar ênfase na transcendência das metas que se buscam para a humanidade.

A criança deve sentir-se co-responsável do que se passa em lugares distantes, deve sentir-se com a capacidade para resolver os problemas do mundo, a criança deve sentir-se como parte de todo o mundo para que, realmente, suas idéias possam ter este alcance e, quando for maior, não os veja como um problema alheio.

O mundo tem se encolhido. Os problemas agora são de todos, a natureza faz fluir o ar e a água por todas as nações do mundo e o ar que hoje se respira no México, ontem respirou-se no Sul da América e talvez amanhã na Ásia.

Da mesma forma, a água que hoje cai em chuva na China, cedo ou tarde estará de volta na América ou na Austrália. O mundo se une em muitos sentidos e da mesma forma devem unir-se as mentes das crianças por uma educação que as faça sentir-se como uma grande família onde todos podem ajudar-se mutuamente.

Esta é a esperança da educação. Uma educação que forme os seres humanos que criarão a nova humanidade.

Com isto terminamos esta visão parcial do mundo. Em futuras comunicações falaremos de como deve ser um caminho para a luz.



Venerable Colegio de Ancianos de la Orden de Melquizedek

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