terça-feira, agosto 10, 2010

A Lei de Causalidade

Certamente ouvistes falar dessa lei contida em todas as narrativas
espirituais de todas as religiões da terra: a lei de causa e efeito ou
então aquela do provérbio colhemos o que semeamos ou ainda para os
materialistas e os ateus quem semeia ventos colhe tempestades. Se semearmos
a destruição, colheremos cólera e ódio. Se semearmos trigo, colheremos 100%
desse trigo e não cevada. O cuidado e a atenção prestada para com a
semeadura demonstrar-se-ão na qualidade da colheita, seja qual for a semente

páginas 381/382/383
Voltemos para a parte mais importante, no meu parecer, do nosso assunto.
É de capital importância saber-se que o cosmos assim como nosso inconsciente
são absolutamente sem preconceitos (nada é bom ou mau, positivo ou negativo,
belo ou feio, de valor ou sem valor...). Essas designações somente são
válidas para nós mesmos. O que é belo ou positivo para alguns não o é
obrigatoriamente para outros. Citemos, por exemplo, os agricultores que, em
nossa sociedade, pertencem ao nível mais baixo da escala social. Poucos
dizem, muitos pensam.
Já paramos para pensar de onde obteríamos nossa subsistência, se só
existissem os burocratas em nossa terra e nenhum camponês? Tomemos, por
exemplo, um condutor de uma Ferrari, que olha com ar de desprezo os
operários que trabalham nas equipes noturnas das fábricas. São justamente
eles que fabricam as Ferrari e permitem a outros conduzirem-nas! E quanto
ao trabalho de limpeza, existem tantas mulheres que não querem rebaixar-se a
fazer esse trabalho desagradável em suas casas e que descarregam tudo sobre
"a empregada"!
Em que estado estariam nossas casas, se ninguém assumisse um mínimo de
limpeza?
Quem pode dizer que aquilo com o qual alguém se regala não constitui o
desgosto para outrem? Uma planta também pode ser considerada como um
medicamento para o homeopata ou herborista ou uma erva daninha para o
jardineiro e que ele logo trata de arrancá-la. E as aranhas, para muitos de
nós, são "horríveis"; eles as esmagam logo, mas ao mesmo tempo estes
queixam-se de serem molestados por moscas... Naturalmente estas não serão
mais apanhadas pelas teias das aranhas, pois as aranhas não estarão mais ali
para tecer suas teias!
Está claro que a apreciação de bom ou mau, de precioso ou sem valor é
pois, a bem dizer, injustificável e é no máximo a expressão da nossa
subjetividade.
Isso se torna mais evidente quando pensamos na energia. A energia é sem
valor. Depende de nós para que ela se torne positiva ou negativa, isto é,
que a utilizemos para fins construtivos ou destrutivos. Isto significa que
aquilo que desejarmos obteremos, o que é legítimo. A criação deu-nos o
livre arbítrio para que possamos experimentar a vida em toda sua plenitude.
A vida não nos ordena a experimentar somente o que é agradável e belo.
Somos absolutamente livres para experimentar o que desejamos. Resta provar
que continuamos a desejar o que desejamos quando o obtivermos... Pelo menos
temos a livre escolha. (Merlin: "Pense bem naquilo que pedes, pois isso
poderá ser-te concedido" ou Göethe: "Ele não pode desvencilhar-se dos
espíritos que ele mesmo chamou").
Um exemplo: tendes certo pensamento, e quanto mais o mantendes na cabeça
mais o reforçais. Uma conseqüência resultará disso: seja qual for esse
pensamento, ele realizar-se-á um dia em vossa vida.
Explicar-me-ei: vós sentis medo de ser, por exemplo, um dia violentado
ou então que a polícia vos prenda quando estiverdes um pouco embriagado. Ou
então despertais uma manhã pensando num projeto e dizeis: "Ora, ora, é
claro que isso não vai dar certo!"
A energia gerada por esse pensamento é uma ordem tanto para vosso
inconsciente como para o cosmos, e ela será 100% levada em conta. Podemos
comparar o cosmos com um grande computador que funciona segundo leis
perfeitas. Vós o programais com vossos pensamentos (input), e ele imprimirá
o que está programado (output). Vosso inconsciente não sabe o que seja medo
ele não faz diferença entre o que é positivo ou negativo. Vós dais a ele
uma energia, uma ordem, e ele trabalhará com aquilo que receber. Recebereis
então, por sua vez, aquilo que receais. Vosso projeto vai malograr. Da
mesma forma, se lançardes longamente e com muita intensidade um pensamento
de violência, sereis violentados. Nunca deveis dizer após um golpe: "Veja,
eu sabia que isso acabaria mal!" Sim, vós o sabeís ou mais exatamente, éreis
o único a sabê-lo!
Segundo o ditado: A cada um segundo a sua crença, sois os autores dos
vossos pensamentos e dos vossos sentimentos e sois vós que lhes dais vida.
Aquilo que pensais e sentis depende, portanto, somente de vós e se
manifestará mais cedo ou mais tarde em vossa vida.



2. A Lei de Analogia (O que está embaixo é igual ao que está em cima)


Hermes Trismegistos (Hermes, o Três Vezes Grande) é o nome grego para o
Deus egípcio Toth, que redigiu os "escritos herméticos" os quais contêm
uma doutrina gnóstica do nascimento do mundo e da Redenção. Ele foi tido
durante um tempo como o maior mago que podia permitir a outros alcançarem o
inacessível acesso aos tesouros e aos recipientes (de onde provém a
expressão de fechadura hermética).
Ele ensinava a lei hermética "o que está embaixo é igual ao que está em
cima; e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar as
maravilhas de uma única coisa".

Alguns conhecem a sentença: "Sobre a terra como no Céu".
As mesmas leis regem o macrocosmo assim como também o microcosmo.
Um exemplo: o elemento de menor constituição que conhecemos na matéria
física é o átomo. O átomo compõe-se principalmente de prótons, de neutrons
e de elétrons. Prótons e neutrons formam juntos o núcleo do átomo. É a
velocidade incrivelmente rápida dos elétrons ao redor do núcleo que cria o
envoltório. O todo é mantido por uma força eletromagnética.
A diferença entre os átomos nasce do número de elétrons e de prótons.
Existem 105 elementos fundamentais e cada um deles só existe porque ele
oferece um número diferente de elétrons e de prótons. Tomemos o núcleo de
um átomo de água e ampliemô-lo para o tamanho de uma bola de gude; seu
único elétron será então afastado do núcleo de mais ou menos 400 m. Isto
demonstra que o átomo é constituído quase somente de um vazio e que a
matéria em si é muito volátil.
Visto por esse ângulo, um bloco de chumbo é constituído quase que de
intervalos ao redor dos quais giram as partículas atômicas. Todas as
proporções mantidas, as distâncias entre as pequenas partículas sólidas
correspondem à distância dos planetas entre si em nosso sistema solar.
Assim também os intervalos entre os astros correspondem aos intervalos entre
as gamas.
Uma fotografia do núcleo do átomo (que mede um picômetro) corresponde à
fotografia da terra tomada a 1 milhão de quilômetros e da Via Láctea
tomada a 10 milhões de anos-luz.
O campo magnético humano girando sobre si mesmo tem exatamente o aspecto
da nossa Galáxia girando sobre si mesma (Geo Wissen, edição n.º 2, 1990,
Chaos und Kreativitdt mostra belíssimas fotos dos exemplos acima citados).
Assim como o leitor pode verificar, tudo é construído segundo um sistema
perfeito que não é forçosamente reconhecível à primeira vista, mas que se
torna evidente se o observarmos mais de perto. A própria vida está
submetida, assim como o microcosmo e o macrocosmo, a leis perfeitas.
Encontramos essas leis por toda a parte em nosso sistema solar, nas células
do sangue, na eletricidade e no magnetismo. E como a matéria é mantida e
determinada por forças eletromagnéticas, nós, os seres humanos, que também
somos matéria, estamos submetidos a essas leis, como aquelas, por exemplo,
de atração e de repulsão.
Em Schicksal als Chance (O destino como chance) de Thorwald Dethlefsen,
podemos ler:


A lei de analogia ("o que está embaixo é igual ao que está em cima") só
tem fundamento se estivermos prontos para reconhecer o Universo como um
cosmos. Essas são as leis que determinam um cosmos, não existe lugar para
os acasos.
O acaso, como evento imprevisível e não conforme a lei, transformaria
todo o cosmos em um caos.
Quando construimos um computador, este representa em si um pequeno cosmos
Ele é construído segundo leis, seu funcionamento depende da aplicação
dessas leis. Se soldarmos voluntáriamente em suas conexões alguns
transistores, condensadores ou resistências que não fazem parte do esquema
de conexão concebido segundo uma lei precisa, esses elementos
representativos do "acaso" transformariam todo o cosmos em caos, e o
computador não funcionaria mais como deve. Acontece a mesma coisa com o
nosso mundo, que cessaria de existir ao primeiro acontecimento que surgisse
por acaso.
Por exemplo: quando deixamos cair uma pedra de certa altura, ela não cai
por acaso, mas segundo uma lei. Se na queda, ela cair sobre a cabeça do sr.
X, não é por acaso, mas é obedecendo a uma lei que a pedra irá chocar-se.
Nada é devido ao acaso, nem o fato que o sr. X tenha sido apanhado por
essa pedra, nem o momento no qual isso aconteceu...


Não vos espanta de que uma estrela não saia jamais "por acaso" de sua
órbita, que uma célula sangüínea não siga na contracorrente da circulação
sangüínea ou que uma flor de verão não floresça nunca, por acaso, no
inverno? Já ouviste falar que um elétron tenha saído por acaso da órbita
que ele descreveu ao redor do núcleo do átomo?
Toda a matéria é composta de 105 elementos fundamentais, formados, eles
também, de neutrons, de prótons e de elétrons, cujos movimentos são
absolutamente perfeitos e rítmicos.
Assim, por que somente o ser humano deveria ser exposto aos "acasos",
enquanto que toda a vida em nós e ao nosso redor está submetida a um rítmo
regular?



páginas 387/388/389
O acaso não existe! Existe uma lei para cada acontecimento. Certamente,
nós nem sempre reconhecemos essa lei à primeira vista. Mas isso não nos
autoriza a negar sua existência. As pedras já caíam muito antes de
conhecermos a lei da gravidade.
O ser humano é a cópia fiel do Universo macrocósmico.
Por isso, está escrito no alto do oráculo de Delfos:

Homem, conhece-te a ti mesmo, então conhecerás Deus!



3. A Lei de Ressonância


O ser humano está submetido à lei de ressonância assim como um
diapasão ou um rádio receptor.
Um receptor regulado para captar ondas curtas não pode receber ondas
médias nem ondas longas. Com o ser humano, é a mesma coisa. Uma
pessoa agressiva ou cheia de ódio não é receptível ao amor.
Cada um só pode perceber, de todos os aspectos da realidade, somente
aqueles com os quais ele está em ressonância: Cada um só vê o que quer ver.
Um exemplo: estais lendo um livro. Cinco anos mais tarde, tornareis a
lê-lo e nele descobrireis outras coisas. Por quê? Porque evoluístes!
Vosso horizonte, vossa maneira de ver mudaram. Tendes uma maneira de ver
diferente agora.
Os seres humanos sentem também a aspiração de ser como as pessoas que
lhes são semelhantes. Semelhante atrai semelhante. E verificais que se
estais de mau humor ou mesmo contrariado, vosso ambiente irá servir de
pretexto para enervar-vos. Tomemos alguém que reclama constantemente de
tudo. Ele encontrará sempre motivo para ser contrariado. Ao contrário, a
vida une sempre pessoas amáveis a todos os que são felizes de viver e acham
as outras pessoas interessantes e belas.
Ainda um exemplo: um ser humano que encontra sempre motivo para reclamar
exclamando: Aquele lá é um idiota, este aqui é um malogrado, é de
desgostar-se de tudo! e que vê tudo negro; ele demonstrar-vos-á isso pelo
olhar maldoso e o trejeito de sua boca.
Ninguëm dirá que ele é amável ou que tem coração. Não é agradável estar
em sua companhia, as pessoas recém-chegadas e sensíveis logo se esquivarão.
Entretanto, ele assim mesmo encontrará pessoas que pensam como ele, que o
reforçarão em suas convicções. Semelhante atrai semelhante.
Ao contrário, uma pessoa devotada que sabe ser agradável, onde quer que
ela esteja, cria uma boa atmosfera em qualquer lugar que se encontre. De
mais, ela sabe sorrir e partilhar do que possui. Terá ao seu redor pessoas
alegres, agradáveis e será freqüentemente convidada pois ela sabe dar.
Semelhante atrai semelhante.
Essa frase não comporta nenhum julgamento de valor. Não é nem bem nem
mal. O reclamante e o jovial recebem de volta o que eles dão. Isso poderá
arrastar-los para bem longe, cada qual por um caminho diferente. A situação
do reclamante, preso num círculo infernal, vai piorar; ao contrário, tudo
será melhor para o jovial, que continuará a expandir-se. A bondade que
impregna seu ser e que não é fingida atrairá para eles seres que se
assemelham a ele, que lhe testemunharão essa bondade que ele soube repartir.
E se acontecer um dia dele perder o sorriso, seus amigos suavizarão sua dor
e lhe comunicarão um pouco dessa alegria que sempre receberam dele.
Quanto àquele que reclama, seu futuro não se apresenta com bons
prognósticos! O esforço de tornar sua esposa ou seu patrão responsáveis
pela vida difícil que ele leva, ele nada vê a não ser a causa de seu
problema que é dele e não dos outros. Ninguém o obriga a manter um mau
emprego. A época da escravidão felizmente terminou. Ninguém o obriga a
ficar com sua esposa, a discutir com ela, a viver um inferno. Entre os seis
bilhões de seres humanos sobre nossa terra, existem chances, e ele poderá
conquistar uma que o faça feliz! Mas se ele quiser viver em bom
entendimento com ela, é preciso que ele compreenda a causa de seu problema e
que possa agir de acordo com essa compreensão. A partir do momento em que
ele modificar-se interiormente (fizer uma reforma íntima), tudo que o
rodeia modificar-se-á bem depressa. Tem-se o hábito de dizer: Tudo o que
nos rodeia nos devolve nosso próprio reflexo.
Os que nos cercam oferecem-nos sempre aquilo que irradiamos. Se minto,
mentirão a mim também. Se tenho medo, serei confrontado com meus medos. Se
sou briguento, serei constantemente envolvido em brigas. Se sou todo amor,
atrairei o amor. Se vivo de alegria, encontrarei sempre motivo para
alegrar-me. Se modifico meu modo de ver, o que me rodeia também me
retornará, assim como um espelho.
Sede conscientes de que assistir diariamente a filmes de violência ou de
horror (ou às atualidades) na televisão influencia fortemente nossa vida.


páginas 390/391/392
Durante milênios, a violência dos nossos atos e a força destruidora dos
nossos pensamentos liberaram enormes energias que continuamos a alimentar e
que são atraídas também pelas sugestões negativas que fazem parte de nós (os
filmes de violência por exemplo, fazem parte disso). Não são os grandes
atos políticos, mas sim as pequenas faltas de amor na vida diária que são
importantes. Da qualidade das nossas leituras, das nossas palavras, de
nossos atos depende a qualidade da nossa vida, o que geramos, pois a lei de
ressonância funciona de forma irrefutável.
Ë a isso que Umberto Eco faz alusão na passagem de seu livro que citei na
introdução:

Se acredito em Satã, estou em contato com essa energia que se torna
importante para mim e me encontrarei confortado em meu sistema de crendices.
Se a isso não dou importância, essa energia não exercerá nenhuma ação sobre
mim e não poderá influenciar-me. Ela só obedece à lei de ressonância. A
cada um segundo sua fé. É aqui que podemos aplicar a antologia: Por fora
como por dentro.


O corpo é o reflexo da alma. Se a desarmonia reina no mais íntimo de mim
ela será, então, visível também no meu corpo. Se estiver irritado, meu
corpo se ressintirá e me mostrará isso pela doença. Se estiver fora de meu
eixo, isso se verá exteriormente, se estiver desalentado, isso se
reconhecerá no meu aperto de mão, etc.
Todos os seres humanos têm o hábito de acusar o mundo exterior por tudo o
que acontece e não deveria acontecer, quer dizer, por tudo o que não lhes
convém! Nós aí encontramos todas as gamas de culpados, desde membros da
família até o governo, e com pretexto nas circunstâncias atuais, a sociedade
mesmo os Illuminati e Satã, que nós acusamos de todos os males, pois nós os
responsabilizamos pelo nosso destino. E alguns escolhem até mesmo acusar a
Deus.
Essa repartição das faltas não é mais possível a partir do momento que
acreditamos nas leis cósmicas e espirituais que acabamos de estudar.
Essas leis provam que tudo o que existe e a forma como isso existe é a
manifestação das causas que o ser humano provocou, ele mesmo. Pouco importa
se isso diz respeito a um estado exterior ou interior, uma doença, um
acidente ou à situação da nossa terra com seus habitantes. Nós é que somos
a causa e temos que responder a ela. Muitas pessoas irão retorquir: Mas em
que isso me diz respeito? Eu só vivo neste planeta há 30 anos!
Outras perguntas também podem ser feitas: Por que fui maltratado ou
violentado quando era criança? O que fiz para isso? Por que mereci?
Uma parte da resposta está contida na pergunta. Vós o merecestes. Foste
vós que contribuístes com isso que denominais golpe de sorte, quer dizer,
vós é que provocastes um dia essa causa da qual não vos recordais mais.
Essa causa pode retroceder à primeira infância, à fase pré-natal ou a uma
vida anterior. Não é porque não vos recordais que isso será o caso de não
terdes outras vidas. A terra já era redonda bem antes que nós tivéssemos
prova disso! Naquela época já haviam cientistas e especialistas que
afirmavam que a terra era plana e chegavam a punir aqueles cujas opiniões
eram divergentes.
A dificuldade reside no fato de que a maior parte dos seres humanos não
se recorda mais de suas vidas anteriores, nas quais eles realizaram atos dos
quais agora sofrem os efeitos.
A ignorância, entretanto, não nos coloca ao abrigo das conseqüências dos
nossos atos passados! É tempo de dar-nos conta disso!

Sem comentários: